CONSEQUÊNCIAS DA CATÁSTROFE
Número de demissões desacelera, mas Gramado e Canela perdem mais de 2,6 mil postos de trabalho formais em 2024
Otimismo é pela recuperação neste segundo semestre, com a reabertura do aeroporto da capital. Agências do Sine da região estão com mais de 170 vagas abertas
Última atualização: 06/09/2024 09:39
As cidades de Gramado e Canela continuam sofrendo com as consequências da tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul, nos meses de abril e maio deste ano. Mesmo com a recuperação do turismo rodoviário, o fechamento do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, provoca grande diminuição no fluxo de visitantes nos municípios. Em uma região que sobrevive essencialmente do turismo, o impacto é enorme.
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E isso é demonstrado através dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Ambas as cidades estão com saldo negativo na geração de empregos com carteira assinada, representando 2.605 postos de trabalho perdidos.
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Levando em consideração os dados de janeiro a julho de 2024, Gramado tem um saldo negativo de -2.184 vagas. Ao longo dos primeiros sete meses do ano, foram 7.498 contratações, mas 9.682 demissões.
Em Canela, o déficit é de -421 empregos formais. Foram 4.726 admissões e 5.147 desligamentos. Mês a mês, o número negativo tem diminuído. Enquanto que, em maio, Gramado teve saldo negativo de -916 empregos, em junho e julho foram, respectivamente, de -861 e -160.
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Nesses três meses, os dados de Canela foram de déficit de -255, -150 e -79 vagas. A expectativa de todo o setor produtivo é pela retomada parcial das operações do Salgado Filho, prevista para o dia 21 de outubro.
Gramado demonstra otimismo com a recuperação
Em Gramado, o secretário de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Relações Institucionais, Heitor Noel, explica que, apesar do saldo negativo em postos de trabalho, julho já demonstra a recuperação. “Podemos afirmar que as admissões inverteram a tendência de queda e começaram a subir, enquanto as demissões também inverteram o cenário”, frisa.
Assim, o município começa a visualizar um cenário otimista para o segundo semestre. “Há retomada dos eventos e expectativa de reabertura do aeroporto Salgado Filho”, exemplifica Heitor.
Para ele, os dados de agosto já deverão demonstrar essa mudança. Ele destaca que a agência do Sine tem vagas de trabalho abertas e que, durante a baixa da oferta de emprego, por conta da catástrofe, a cidade aproveitou para capacitar desempregados por meio do RS Qualificação do governo do Estado.
Mais de 170 vagas
As agências do Sine de Gramado e Canela estão com cerca de 170 vagas em aberto. As oportunidades são para diversas áreas de atuação, como comércio, serviços e indústria. Para quem se interessar, a consulta das vagas pode ser feita de forma presencial.
Em Gramado, o atendimento é das 8 horas ao meio-dia e das 13 às 17 horas. A agência fica junto ao prédio da Prefeitura, na Avenida das Hortênsias, número 2029. O contato é o (54) 9 9618-0643.
Em Canela, a agência fica na Rua São Francisco, número 199, próximo do Cidica. O atendimento ao público é das 8 às 11 horas e da 13 horas às 16h30. O contato é o (54) 3282- 5156.
As duas unidades oferecem a consulta das vagas por parte do trabalhador e também o cadastro dessas oportunidades pelas empresas. Ainda, nas agências há o encaminhamento do seguro-desemprego e auxílio para emitir a carteira de trabalho.
Em Gramado, há possibilidade de utilizar a estrutura para entrevistas. Em Canela, o local indicado é o Cidica.
Serviços gratuitos à comunidade e empresas
O assistente administrativo do Sine de Canela, José Benjamin Costa, afirma que, nos últimos meses, houve um crescimento da demanda pelo seguro-desemprego e uma queda pela procura de emprego. Ele percebe uma retomada, porém lenta. Ele ressalta que muitas empresas deixam de cadastrar as vagas disponíveis junto ao Sine.
“Todos os nossos serviços são gratuitos e, entre os benefícios, é que fazemos uma pré-triagem do candidato, já encaminhando para as entrevistas pessoas no perfil solicitado pelas empresas”, esclarece.
O assistente administrativo pondera que uma das maiores queixas dos empregadores é pela falta de qualificação profissional. “É muito importante que as pessoas busquem qualificação nas suas áreas”, reforça.
Benjamin, que é cego, declara também a importância do processo de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
*Colaborou: Susi Mello