Em um fim de semana escaldante, dando uma prévia do que será o verão que se inicia nesta semana, moradores de diferentes bairros de Novo Hamburgo sofreram com a falta de água entre sexta-feira (15) e a manhã desta segunda (18). A aposentada Maria da Rosa, do bairro Boa Saúde, conta que foram três dias angustiantes devido ao calor. “Mas tudo ficou pior sem água”, acrescenta. A aposentada e a família consumiram dois galões de 20 litros nesses três dias. “É o jeito, quando não se tem água na torneira. Sem água não dá para ficar”, sublinha.
Responsável pela captação, tratamento e distribuição de água em Novo Hamburgo, a Comusa garante que, após a manutenção realizada no fim de semana e com o abastecimento normalizado, não há risco de falta d’água. Contudo, pondera que “fenômenos climáticos extremos e necessidade de manutenções operacionais podem ocorrer a qualquer momento”.
A companhia alega que a falta de água do fim de semana foi consequência de um evento pontual, que associa uma intervenção de limpeza junto à estação de captação de água, o consumo excessivo e o temporal que atingiu a região na sexta-feira.
Após a limpeza dos crivos da captação na madrugada de sexta, que estavam prejudicando o bombeamento de água, o temporal do final do dia arrastou uma “quantidade incomum” de sujeira de volta para os crivos.
Além disso, a companhia, que é comandada pelo vice-prefeito Márcio Lüders, afirma que a sujeira causou o fenômeno “água preta”, tornando impossível seu tratamento, e obrigando a Comusa realizar, no sábado (16), uma nova limpeza no local.
“Isso é inadmissível”: Repercussão da falta de água seguia segunda pela manhã
Nesta segunda pela manhã, quando os termômetros digitais espalhados por Novo Hamburgo registravam a temperatura de 37°C, a falta de água ainda era assunto. Para a comunidade, a Comusa passou apenas a mensagem de desabastecimento pelo excesso de consumo. Segundo a assessoria, a mensagem via celular normalmente é mais sucinta que os comunicados à imprensa.
“Com todas essas chuvas que tivemos, a Comusa vem com a desculpa de que os reservatórios estão baixos, isso é inadmissível. Como uma cidade como Novo Hamburgo não se prepara?”, questionou o empresário João Luis Maino.
O aposentado José de Souza, 73 anos, precisou pedir água para a vizinhança que tem poço. “Foi horrível passar esse tempo sem água. Não é comum, mas é uma vergonha ter falta de água antes de começar o verão”, opinou.
O vigilante aposentado José Francisco de Moraes dos Santos, 54 anos, decidiu carregar uma garrafa de dois litros com gelo depois de passar os últimos dias sem água. “É o medo de sair nesse calorão e não encontrar água para se hidratar”, justifica.
Outras cidades da região, como Parobé, São Leopoldo e Estância Velha, também registraram falta de água no fim de semana.
Veja o que diz nota emitida pela Comusa nesta segunda-feira
O que causou o desabastecimento foi uma série de fatores, principalmente, a quantidade acima do normal de lixo no rio pela chuva de sexta-feira e que exigiu manutenções ao longo de todo o final de semana na captação. Tudo isso, combinado com o alto consumo do final de semana de muito calor.
O ponto principal é conscientizar a população sobre o descarte adequado do lixo, responsável em grande parte pela suspensão de captação. Por exemplo: em setembro, a Comusa precisou suspender a captação para retirar uma garrafa de plástico que entrou na bomba de captação, paralisando completamente o tratamento de água por algumas horas, como noticiado pelo Jornal NH.
Neste final de semana, foi necessário fazer manutenções emergenciais nas bombas, novamente, por conta do lixo excessivo. Além disso, para estimular a população a usar a água de forma racional durante o verão, a Comusa está lançando a campanha “Toda Gota Importa”, a partir do dia 22 até março.
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