DADOS DO CAGED
Novo Hamburgo e Igrejinha têm saldo positivo em vagas, mas indústria desacelera contratações
Mesmo com perdas na indústria, entre janeiro e novembro de 2022 houve mais admissões que desligamentos em cidades da região
Última atualização: 17/01/2024 14:46
O índice de empregabilidade na região foi positivo entre janeiro e novembro de 2022. O destaque foi para Novo Hamburgo com saldo de 3.419 vagas, entre admissões e desligamentos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em seguida aparece Igrejinha com saldo positivo de 859 vagas criadas nos primeiros onze meses do ano passado.
Embora o ano tenha sido positivo para grande maioria das cidades da região, o mês de novembro teve reflexo negativo com queda no desempenho da indústria. Novo Hamburgo, entre contratações e demissões, ficou com saldo negativo de 420 postos de trabalho no penúltimo mês de 2022, tendo 2.771 admissões e 3.191 demissões.
"O Município, como muitos da região e do Estado, de fato sofreu muito o impacto da instabilidade política do País, o cenário de incertezas do mercado interno e a desaceleração econômica dos Estados Unidos, Europa e China (empresas exportadoras) nos últimos três meses, principalmente, na indústria, que registrou o maior número de desligamentos em novembro", explica o diretor do Trabalho de Novo Hamburgo, Nelson Dietrich Junior, que tem boas expectativas para o ano de 2023. "Seguimos trabalhando para diversificar ainda mais a matriz econômica do Município e realizando ações estratégicas para qualificar a gestão dos negócios locais."
Igrejinha também sentiu as consequências das demissões na indústria ficando com saldo de -43 vagas de emprego no mês de novembro. "O que aconteceu em novembro e que devemos observar quando tivermos também os dados de dezembro, é que houve uma desaceleração da indústria calçadista. Há períodos em que contratam e outros que fazem demissões conforme a demanda dos pedidos. Acreditamos que entre este mês (janeiro) e fevereiro possamos retomar as vagas da indústria", diz o prefeito do município Leandro Marciano Horlle. Sobre o saldo positivo nos 11 meses de 2022, o prefeito destaca dois empreendimentos que já estão mexendo com a cidade. "Em 2021 e 2022 tivemos excelente desempenho com a retomada forte no pós-pandemia. Temos uma matriz econômica focada no calçado e o bom desempenho de modo geral tem relação com novos empreendimentos, temos a ampliação da Usaflex e a chegada da Ambiente Verde", completa Horlle.
Nos dois municípios, assim como em outros da região, o comércio foi o setor com saldo mais positivo em novembro.
Desempenho da indústria tem relação com taxa de juros e discurso político
O vice-presidente de Economia da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/DI), André Momberger, lembra que os resultados de empregabilidade, tanto nacionais quanto regionais, passam pela indústria. "Ela representa um capital intensivo, é o setor que mais emprega. Não se movimenta uma indústria com meia dúzia de pessoas, sempre há uma grande contratação no setor e o contrário também acontece. É uma movimentação para o bem ou para o mal. E é importante falar que em novembro foi um fenômeno nacional", analisa Momberger.
A taxa de juros alta é um dos motivos para a desaceleração da indústria no fim de 2022, assim como a instabilidade diante do novo cenário político. "Os primeiros setores impactados com a alta nos juros são os que refletem no bolso, como o comércio, a taxa de financiamento fica cara e o consumidor gasta menos, na construção civil que precisa de financiamento a longo prazo e diminui os investimentos. E a indústria demora um pouco mais, ela sente o reflexo das vendas quando chegam os pedidos. Outro efeito que acontece é que a indústria precisa de muito capital para comprar maquinário e se o crédito ficou mais caro, a indústria investe menos, se investe menos, contrata menos", detalha o vice-presidente de Economia da ACI-NH/CB/EV/DI.
Para 2023, Momberger acredita que é possível seguir avançando no índice de empregos, mas depende de como o governo federal vai agir em relação ao teto de gastos.
"Na semana passada, o secretário do Tesouro (Rogério Ceron) deu entrevista dizendo que o mercado não vai abrir mão da disciplina fiscal e refletiu já nos preços, dólar caiu, bolsa voltou a subir, taxa de juros caiu. Acredito que não ficando só no discurso, tendo disciplina fiscal, poderemos voltar a ficar otimistas", observa o economista.
Queda no Paranhana
Parobé, com menos 83 postos de trabalho, e Três Coroas, que perdeu 82 vagas, ambas cidades do Vale do Paranhana, tiveram os piores resultados em novembro do ano passado, também tendo como reflexo as demissões na indústria.
Ainda assim, no acumulado dos onze meses de 2022 o saldo das cidades foi positivo. "Assim como as demais cidades brasileiras, sofremos com a questão macro econômica, o que também impacta na economia local e, consequentemente, na geração de empregos na cidade", ressalta o prefeito Diego Picucha.
Ainda conforme Picucha, Parobé tem apostado em iniciativas como a criação do Centro Municipal de Capacitação Profissional para gerar mais emprego e renda.
Em Três Coroas, o prefeito Alcindo de Azevedo traz como reflexo negativo do mês de novembro a insegurança no pós-eleições, mas prevê novas contratações no município em 2023. "Acreditamos que a queda tem relação com o pós-eleição, uma certa desconfiança dos empresários em relação ao governo que assumiria", relata Azevedo.
Embora Três Coroas tenha tido desaceleração em novembro, a prefeitura também acredita em melhora nos índices de empregabilidade. "Para 2023 vemos empresas solicitando mais mão de obra e estamos na expectativa de crescimento no emprego, mas ainda estamos aguardando o que vai acontecer em nível de governo federal", comenta.
Ranking em 2022
No acumulado entre janeiro e novembro de 2022, as cidades da região tiveram desempenho positivo na geração de novos postos de trabalho.
Confira o ranking:
Novo Hamburgo 3.419
Igrejinha 859
Estância Velha 782
Taquara 754
Sapiranga 734
Três Coroas 657
Parobé 572
Dois Irmãos 505
Campo bom 433
Ivoti 324
Cidade celebra saldo positivo
Estância Velha aparece em terceiro no ranking do saldo positivo de empregos entre janeiro e novembro de 2022 e a cidade tem um motivo além para comemorar. O município não teve saldo negativo no índice do Caged entre janeiro e novembro de 2022. Mesmo com mais demissões que contratações no setor da indústria, a cidade manteve teve saldo positivo de 38 postos de trabalho em novembro. O resultado foi puxado pelo desempenho do comércio. A tendência é de seguir com o gráfico em ascensão em 2023, conforme projeção da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo (Sedeit). "Estamos acompanhando também um crescimento na abertura de empresas na cidade. Isto comprova que, desde o início da nossa gestão, as atividades econômicas da cidade estão em constante aceleração. Estamos com números sólidos e cresceremos ainda mais neste ano", destaca o titular da Sedeit, Gabriel Berlitz.
O índice de empregabilidade na região foi positivo entre janeiro e novembro de 2022. O destaque foi para Novo Hamburgo com saldo de 3.419 vagas, entre admissões e desligamentos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em seguida aparece Igrejinha com saldo positivo de 859 vagas criadas nos primeiros onze meses do ano passado.
Embora o ano tenha sido positivo para grande maioria das cidades da região, o mês de novembro teve reflexo negativo com queda no desempenho da indústria. Novo Hamburgo, entre contratações e demissões, ficou com saldo negativo de 420 postos de trabalho no penúltimo mês de 2022, tendo 2.771 admissões e 3.191 demissões.
"O Município, como muitos da região e do Estado, de fato sofreu muito o impacto da instabilidade política do País, o cenário de incertezas do mercado interno e a desaceleração econômica dos Estados Unidos, Europa e China (empresas exportadoras) nos últimos três meses, principalmente, na indústria, que registrou o maior número de desligamentos em novembro", explica o diretor do Trabalho de Novo Hamburgo, Nelson Dietrich Junior, que tem boas expectativas para o ano de 2023. "Seguimos trabalhando para diversificar ainda mais a matriz econômica do Município e realizando ações estratégicas para qualificar a gestão dos negócios locais."
Igrejinha também sentiu as consequências das demissões na indústria ficando com saldo de -43 vagas de emprego no mês de novembro. "O que aconteceu em novembro e que devemos observar quando tivermos também os dados de dezembro, é que houve uma desaceleração da indústria calçadista. Há períodos em que contratam e outros que fazem demissões conforme a demanda dos pedidos. Acreditamos que entre este mês (janeiro) e fevereiro possamos retomar as vagas da indústria", diz o prefeito do município Leandro Marciano Horlle. Sobre o saldo positivo nos 11 meses de 2022, o prefeito destaca dois empreendimentos que já estão mexendo com a cidade. "Em 2021 e 2022 tivemos excelente desempenho com a retomada forte no pós-pandemia. Temos uma matriz econômica focada no calçado e o bom desempenho de modo geral tem relação com novos empreendimentos, temos a ampliação da Usaflex e a chegada da Ambiente Verde", completa Horlle.
Nos dois municípios, assim como em outros da região, o comércio foi o setor com saldo mais positivo em novembro.
Desempenho da indústria tem relação com taxa de juros e discurso político
O vice-presidente de Economia da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/DI), André Momberger, lembra que os resultados de empregabilidade, tanto nacionais quanto regionais, passam pela indústria. "Ela representa um capital intensivo, é o setor que mais emprega. Não se movimenta uma indústria com meia dúzia de pessoas, sempre há uma grande contratação no setor e o contrário também acontece. É uma movimentação para o bem ou para o mal. E é importante falar que em novembro foi um fenômeno nacional", analisa Momberger.
A taxa de juros alta é um dos motivos para a desaceleração da indústria no fim de 2022, assim como a instabilidade diante do novo cenário político. "Os primeiros setores impactados com a alta nos juros são os que refletem no bolso, como o comércio, a taxa de financiamento fica cara e o consumidor gasta menos, na construção civil que precisa de financiamento a longo prazo e diminui os investimentos. E a indústria demora um pouco mais, ela sente o reflexo das vendas quando chegam os pedidos. Outro efeito que acontece é que a indústria precisa de muito capital para comprar maquinário e se o crédito ficou mais caro, a indústria investe menos, se investe menos, contrata menos", detalha o vice-presidente de Economia da ACI-NH/CB/EV/DI.
Para 2023, Momberger acredita que é possível seguir avançando no índice de empregos, mas depende de como o governo federal vai agir em relação ao teto de gastos.
"Na semana passada, o secretário do Tesouro (Rogério Ceron) deu entrevista dizendo que o mercado não vai abrir mão da disciplina fiscal e refletiu já nos preços, dólar caiu, bolsa voltou a subir, taxa de juros caiu. Acredito que não ficando só no discurso, tendo disciplina fiscal, poderemos voltar a ficar otimistas", observa o economista.
Queda no Paranhana
Parobé, com menos 83 postos de trabalho, e Três Coroas, que perdeu 82 vagas, ambas cidades do Vale do Paranhana, tiveram os piores resultados em novembro do ano passado, também tendo como reflexo as demissões na indústria.
Ainda assim, no acumulado dos onze meses de 2022 o saldo das cidades foi positivo. "Assim como as demais cidades brasileiras, sofremos com a questão macro econômica, o que também impacta na economia local e, consequentemente, na geração de empregos na cidade", ressalta o prefeito Diego Picucha.
Ainda conforme Picucha, Parobé tem apostado em iniciativas como a criação do Centro Municipal de Capacitação Profissional para gerar mais emprego e renda.
Em Três Coroas, o prefeito Alcindo de Azevedo traz como reflexo negativo do mês de novembro a insegurança no pós-eleições, mas prevê novas contratações no município em 2023. "Acreditamos que a queda tem relação com o pós-eleição, uma certa desconfiança dos empresários em relação ao governo que assumiria", relata Azevedo.
Embora Três Coroas tenha tido desaceleração em novembro, a prefeitura também acredita em melhora nos índices de empregabilidade. "Para 2023 vemos empresas solicitando mais mão de obra e estamos na expectativa de crescimento no emprego, mas ainda estamos aguardando o que vai acontecer em nível de governo federal", comenta.
Ranking em 2022
No acumulado entre janeiro e novembro de 2022, as cidades da região tiveram desempenho positivo na geração de novos postos de trabalho.
Confira o ranking:
Novo Hamburgo 3.419
Igrejinha 859
Estância Velha 782
Taquara 754
Sapiranga 734
Três Coroas 657
Parobé 572
Dois Irmãos 505
Campo bom 433
Ivoti 324
Cidade celebra saldo positivo
Estância Velha aparece em terceiro no ranking do saldo positivo de empregos entre janeiro e novembro de 2022 e a cidade tem um motivo além para comemorar. O município não teve saldo negativo no índice do Caged entre janeiro e novembro de 2022. Mesmo com mais demissões que contratações no setor da indústria, a cidade manteve teve saldo positivo de 38 postos de trabalho em novembro. O resultado foi puxado pelo desempenho do comércio. A tendência é de seguir com o gráfico em ascensão em 2023, conforme projeção da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo (Sedeit). "Estamos acompanhando também um crescimento na abertura de empresas na cidade. Isto comprova que, desde o início da nossa gestão, as atividades econômicas da cidade estão em constante aceleração. Estamos com números sólidos e cresceremos ainda mais neste ano", destaca o titular da Sedeit, Gabriel Berlitz.