Nova Santa Rita completa 31 anos de emancipação com motivos para comemorar

A cidade do melão, do arroz orgânico e dos assentamentos da reforma agrária também é a cidade do desenvolvimento econômico, social, da logística e dos condomínios residenciais. Nova Santa Rita chega aos 31 anos como um dos municípios que mais cresce em nível populacional no Rio Grande do Sul, com grandes empresas de destaque nacional, que buscam espaço devido a sua localização privilegiada.

Com obras em todas as áreas, o município constrói ainda a maior obra pública na área da saúde na Região Metropolitana de Porto Alegre, a Policlínica 24 Horas. O empreendimento, que está em obras em pleno Centro da cidade, reunirá todos os serviços da área da saúde e mudará a maneira com que a população é atendida.

Este especial do Grupo Sinos mostra o que Nova Santa Rita tem a comemorar neste 20 de março, quando celebra seus 31 anos de emancipação.

A cidade da logística e do desenvolvimento

Um município em desenvolvimento e expansão. Uma cidade que cresce e recebe, a cada ano, mais empresas e investimentos. Nova Santa Rita se torna o maior polo logístico do Rio Grande do Sul pelas suas características.

“É o reconhecimento do trabalho a que nos dedicamos há anos em Nova Santa Rita. Isso faz com que empresas de grande porte se instalem por aqui. Temos, no Complexo 3SB, a Tegestiona, a Pepsico, AmPm, Amazon, Viveo, Stock Center, Prometeon, Grupo Big, DP4, Movvi, Super Frio, entre outros”, exemplifica.

Battistella lembra que no Condomínio Logístico Açorianos estão a Modular, Plimor e Renovação, sendo que dentro dessas empresas elas possuem diversos clientes como Dell, Positivo, Faber-Castell, Isabela, Nestlé e Braskem. “Temos ainda a ReiterLog, que tem a maior frota de caminhões a gás do País, sem contar outras empresas como a Intercement, Porto Beton, Harman, Zé Pneus – que recentemente inaugurou sua matriz em nosso município –, Darcy Pacheco, Pesa, entre tantas outras, que geram emprego, renda e desenvolvimento para o município de Nova Santa Rita”.

Na cidade de cerca de 35 mil habitantes, a arrecadação municipal é expressiva. Enquanto em 2020 foram R$ 145.986.659,86, em 2022 foram R$ 218.255.770,21. O secretário de Indústria e Comércio, Moacir Serpa Godói, mostra também o salto dado no número de novos estabelecimentos comerciais. “Em 2020, por exemplo, tínhamos 1.485 microempreendedores individuais (MEI), 885 microempresas (ME) e 107 empresas de pequeno porte (EPP). Neste ano, contabilizando os dados do ano passado, somamos até agora 1.928 MEIs, 827 MEs e 150 EPPs.” Um salto de 14,37% no crescimento econômico de 2020 para 2023.

"Santa Rita está em franca expansão", diz empresário do setor logístico

Desde 1975 no mercado, uma das empresas que escolheu o município para se instalar foi a Modular Cargas, que ainda mantém parte da operação em Canoas, mas vai concluir a mudança nos próximos meses. O motivo da escolha? De acordo com o diretor presidente da empresa, Renê Mesquita, a posição estratégica foi importante.

Com acesso facilitado para importantes rodovias do Rio Grande do Sul, tanto para a Região Metropolitana quanto para o interior do Estado, a cidade é um importante hub logístico. Segundo Mesquita, essas facilidades foram ao encontro das perspectivas da empresa. “Para os próximos anos, a nossa expectativa é de crescer ainda mais como, por exemplo, expandirmos nossas operações para todo o Centro-Oeste e Norte.”

Em Nova Santa Rita, além da sua localização favorável, a Modular conta com a estrutura do maior crossdocking do Sul do País, o que permite mais agilidade e capacidade na realização das operações. “Aliado ao forte trabalho da nossa equipe comercial, temos então a certeza de que iremos atrair cada vez mais novos negócios, empregos e investimentos para a região.”

Condomínios fechados são uma nova marca do município

De 2019 para 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) de Nova Santa Rita saltou de R$ 1,80 bilhão para R$ 1,92 bilhão, segundo o Departamento de Economia e Estatística (DEE), colocando a cidade no grupo das 50 maiores economias gaúchas. O PIB per capita do município é o segundo maior da Região Metropolitana, atrás apenas da capital.

O bom desempenho é puxado pelo setor de logística, que representa metade das riquezas geradas em Santa Rita, mas também pela expansão dos condomínios fechados – inclusive de luxo – no município. Somente um deles já está na terceira fase de implantação e tem status de bairro planejado, com investimento de R$ 120 milhões. O projeto deverá estar totalmente implantado em 2027 e, somente na venda de terrenos, deverá movimentar cerca de R$ 100 milhões.

Pesquisa recente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) sobre o desenvolvimento metropolitano aponta que Nova Santa Rita e Eldorado do Sul são os municípios com maior potencial para expansão de condomínios fechados. Infraestrutura, segurança e fácil ligação com a capital são os diferenciais.

O maior investimento da região em saúde está em andamento na cidade

Um espaço que mudará a saúde pública de Nova Santa Rita. A Policlínica 24 horas, que custará mais de 15 milhões de reais aos cofres municipais, está em construção na Avenida Doutor Lourenço Záccaro, esquina com a Estrada Marinho Peixoto, no Centro da cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, cerca de 10% da infraestrutura já está pronta.

Serão ofertadas mais de 15 especialidades médicas, duas alas de emergência, sendo uma delas pediátrica, área para realização de exames laboratoriais, ultrassonografia, endoscopia, colonoscopia e raio X. A unidade também terá 10 leitos de estabilização. “Seremos referência em alguns serviços para a região e podendo, através de pactuações com o Estado, atender municípios do nosso entorno, fortalecendo o Sistema Único de Saúde em nossa região.”

Com o canteiro de obra estruturado, o titular da Secretaria de Saúde, Clóvis Schmitz, ressalta que a terraplanagem já foi feita, assim como as fundações (estacas e microestacas), produção de colunas e blocos (feita na fábrica) e, neste sábado (18), teve início a construção dos primeiros pilares. “A Policlínica será um grande complexo da área da saúde. Temos um planejamento e uma organização para atender moradores de todas as localidades do município.”
Nesse aspecto, ele cita a obra da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Caju, que está em fase de conclusão, a Farmácia Móvel e a Unidade Móvel de Saúde. As duas unidades, juntas, chegaram a quase 8 mil atendimentos no ano passado. “Levamos para quem mora nas regiões mais distantes o medicamento, o médico e o dentista. Isso é cuidar das pessoas.”

Outra iniciativa realizada pela Administração no último ano, o Programa Mais Especialidades zerou a fila de espera de urologista e atendeu a 1.120 pacientes durante 17 edições do Mutirão Zera Fila.

Uma responsabilidade do Estado, abraçada pelo município, que iniciou no dia 24 de agosto do ano passado. Conforme o titular da Saúde, Clóvis Schmitz, todas as ações ocorreram no posto central, o Adão Pretto. “Atendemos àqueles(as) que estavam no aguardo de uma consulta, exame ou atualização de tratamentos.” A expectativa inicial era de atender a 800 pacientes. No entanto, o número foi bem maior. “Foi um investimento de 300 mil reais oriundos dos cofres municipais.”

Área da educação é destaque no município

Cerca de 5 mil estudantes da rede municipal de Nova Santa Rita recebem uniforme, mochila com o kit escolar – desde estojo até calculadora – e tênis com meia. Uma medida do poder público que busca proporcionar condições igualitárias para todos os alunos que frequentam as instituições de ensino da cidade.

Segundo ele, uma forma de atingir esse objetivo é fornecendo as mesmas ferramentas a todos, o que gera equidade no ensino público. “Temos buscado novas experiências, como a de Sobral, no Ceará, com as Salas Makers. Somos o primeiro do Estado a implementar a metodologia que mescla a teoria com a prática”, frisa Battistella. Atualmente, são seis salas espalhadas pelas instituições de ensino, sendo uma destinada à educação infantil, na Escola Municipal Paulo Freire. “Em 2023, devemos inaugurar outros três espaços modernos e tecnológicos”.

A secretária de Educação e Cultura, Maria Rita Feijó, afirma que a pasta é pensada como um todo. “Investimos fortemente na qualificação de educadores. Recentemente, tivemos uma semana de formação maker para toda rede.” Proporcionar uma infraestrutura adequada e tecnológica é fundamental na formação dos estudantes. “A gente planeja e investe. Sempre com responsabilidade, pensando no corpo docente qualificado para que tenhamos uma metodologia de ensino adequada. A principal ferramenta na educação é o professor.”

Nas escolas de Nova Santa Rita, também foram instaladas telas digitais. Atualmente, são 39 e, até o fim do mês de abril, serão mais 40. “Os alunos ficam encantados. Teremos, a partir dessa nova leva, 79 unidades espalhadas na nossa rede municipal”, declara Rita.

A educadora lembra que, recentemente, a gestão inaugurou a maior e mais moderna escola de educação infantil, a Rainer Dornelles, no bairro Califórnia. “Em breve, dentro do primeiro semestre, teremos a inauguração de mais uma instituição, a Escola de Ensino Fundamental Álvaro Almeida, que ficará dentro do assentamento Santa Rita de Cássia II”. A secretária acredita que, em breve, os resultados dos investimentos serão vistos na melhoria do aprendizado.

Orgânicos: pioneirismo e cuidado com o meio ambiente

Há quase uma década, Adir Bourscheid, 56 anos, e Edi Bourscheid, 59, não consomem e nem cultivam alimentos produzidos com o uso de agrotóxicos. Moradora do Assentamento Santa Rita de Cássia 2, a família é a única produtora de mudas de hortaliças orgânicas da região Sul do Brasil, segundo o Ministério de Agricultura (Mapa).

Adir se orgulha do investimento feito na propriedade. “É muito difícil ser orgânico, mas é gratificante. Não temos muitos recursos, trabalhamos com o nosso giro. A ureia usada nas plantas é das nossas duas vacas, que se alimentam no campo, sem o uso de suplemento e totalmente sem agrotóxico. Nada que não seja orgânico entra aqui”, garante.

“Estamos avançando e pretendemos seguir. Eu tenho o sonho de ajudar o povo das feiras orgânicas que temos pelo Estado e defendo que elas devam ser 100% orgânicas. É mais saúde e qualidade de vida.” O agricultor diz que são produzidas cerca de 300 bandejas semanalmente, cada uma com 200 mudas de rúcula, alho, alface, tomate, espinafre e brócolis.

Conhecida como a capital da produção orgânica, Nova Santa Rita tem programas municipais voltados à agroecologia e incentivo à agricultura orgânica, coordenados pela Secretaria de Agricultura. A maior parte desses produtos sai dos quatro assentamentos do município, com mais de trezentas famílias assentadas pela reforma agrária. “Quando falamos em orgânicos, falamos em saúde e qualidade de vida”, diz o prefeito Battistella.

Conforme o titular da Secretaria de Agricultura, Emerson Giacomeli, o Executivo disponibiliza mudas de orgânicos aos produtores locais que têm interesse. “Isso é feito através do contrato de aquisição de mudas. No ano passado, assinamos no início de junho, e todo processo se deu por inexigibilidade de licitação, pois a família Bourscheid é a única produtora de mudas de hortaliças orgânicas da região Sul”. É o segundo ano consecutivo que isso ocorre. No Programa de Mudas Orgânicas, em 2022, foram 133 agricultores beneficiados. “Isso representa desenvolvimento da produção agrícola, realização de atividades pedagógicas nas escolas e hortas comunitárias de subsistência.”

Dia de escolher as soberanas da 12ª Festa do Melão e da Agroecologia

A valorização da agricultura familiar e orgânica é um dos intuitos da mais tradicional festa de Nova Santa Rita, a Festa do Melão e da Agroecologia, que chega este ano à sua 12ª edição. O evento, que ocorre no mês de dezembro, já começa a ser pensado. O primeiro passo é a escolha das soberanas, que levarão o nome do município a outras regiões do Estado.

Acompanhando tudo de perto, a primeira-dama Eliane Stumm afirma que não é somente beleza que uma soberana precisa ter. “Temos candidatas lindíssimas, com desenvoltura e conhecimento sobre o município. Ser rainha desta festa é ser a cara da nossa cidade.” Para que todas tenham a mesma chance, os vestidos foram confeccionados pela Prefeitura através do projeto Mãos que Criam.

Conforme ela, neste ano, o promotor de eventos e coordenador do Miss Universo do Rio Grande do Sul, Bebeto Azevedo, está trabalhando a passarela e a organização do evento com as candidatas. “Profissionalizar a escolha é fundamental para que tenhamos como nossas representantes aquelas que mais se prepararam.” Até agora, as garotas já realizaram as provas dos vestidos, tiveram aula de história do município e conheceram o espaço em que será montada a passarela. “São vários ensaios. Exige muita dedicação.”

Ao todo, são 12 concorrentes na categoria adulta (15 a 22 anos) e 11 na mirim (7 a 10 anos). “Neste ano, faremos um resgate histórico e cultural, com encontro das ex-soberanas. Estará tudo lindo, esperando os visitantes.” O desfile está previsto para se iniciar por volta das 20 horas. As vencedoras receberão as faixas da rainha Camila Duarte, da primeira princesa Kauane Barboza, da segunda princesa Kássia Klein e da rainha mirim Maria Luisa Porcher de Mello.