LIDERANÇAS

No Cosud, governadores afastam debate eleitoral e falam sobre diferenças ideológicas

Evento acontece até sábado em Porto Alegre e busca ações conjuntas entre os estados das regiões Sul e Sudeste

Publicado em: 29/02/2024 20:47
Última atualização: 29/02/2024 20:47

Com a presença de quatro governadores, foi dada a largada no 10º encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud). O evento iniciou nesta quinta-feira (29) e vai até sábado (2), tendo como temas centrais a segurança pública e o meio ambiente.

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Da esq. para dir. ou governadores Renato Casagrande (ES), Eduardo Leite (RS), Ratinho Jr (PR), Romeu Zema (MG) e o vice-governador gaúcho, Gabriel Souza. Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Dos sete estados que integram o Cosud, seis são governados por opositores ao atual governo federal, sendo que destes pelo menos três governadores são cotados como candidatos à presidência em 2026. Com essa configuração, o tema eleitoral e político ganhou destaque já no primeiro dia de evento, que teve a presença de Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo, Eduardo Leite (PSDB) governador do Rio Grande do Sul, Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.

Nesta sexta-feira (1) chegam os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Governador de Santa Catarina, Jorginho Melo (PL) teve problemas de saúde e não participará do evento.

Na coletiva de imprensa, os governadores refutaram que estejam pensando em discussões eleitorais visando o pleito de 2026. Leite, Zema e Freitas são apontados como os principais nomes para ocupar a chapa de oposição ao atual governo federal.

Mas foi de Casagrande a fala mais incisiva ao descartar uma atuação política do Cosud. "O Consórcio não é um instrumento para substituir partido político, se ele se envolver em debate eleitoral ele acaba", afirmou o único governador que apoia o governo Lula.

Diferenças ideológicas

De maneira geral, todos os governadores tentaram minimizar a influência ideológica nos debates do Cosud. "Temos governadores de diversos partidos, o que temos que ter em mente é que cada um tem sua posição política e ideológica e cada um tem que respeitar", pontuou Casagrande que fez questão de ressaltar que as decisões do Consórcio são tomadas apenas através de consenso.

Mesmo assim, todos reconheceram que há dificuldades em alguns pontos e uma delas pode surgir já num dos temas centrais do evento, que é a segurança. Um dos assuntos que pode dividir os grupos é o uso de câmeras corporais pela polícia militar de cada estado. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas tem sido uma das vozes contrárias à adoção das mesmas, no que é acompanhado por outros políticos mais à direita.

Entre as preocupações comuns destacadas por Leite está a criação de estratégias comuns para a segurança pública dos estados. "Temos de trabalhar pela formatação de um pacto do Cosud pela segurança pública e enfrentamento às organizações criminosas, essa é a intenção, conseguirmos alinhar ações conjuntas", pontuou o governador que também apontou para um desejo de revisão na legislação. "Debatermos legislação porque há uma percepção de maior dificuldade de enfrentamento às facções criminosas".

Presidente do Cosud, Ratinho Júnior garantiu que mesmo as diferenças ideológicas não são um impeditivo para o trabalho conjunto. "A necessidade de achar soluções é tão grande que aquilo que cada governador está fazendo acaba sendo uma solução para a gente", afirmou.

Compras conjuntas

Um dos objetivos desta edição é encaminhar o estatuto do Cosud, o qual pode deixar definido o sistema de parcerias entre os municípios. Entre as medidas que o grupo de governadores pretende regular estão as compras conjuntas, que já vêm sendo comuns entre outras regiões e mesmo municípios. A definição desse conjunto de ações será divulgada no sábado (2). Estão previstas três reuniões entre os governadores na sexta.

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