O caso da morte de um adolescente de 15 anos que fugiu de uma abordagem da Guarda Civil Municipal em São Leopoldo é investigado pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP). A ocorrência, que começou na tarde de sexta-feira (20), teve seu desfecho na noite de domingo (22), quando o corpo do jovem foi encontrado pelos Bombeiros no Rio dos Sinos.
Na tarde de sexta-feira, o adolescente, que era morador do bairro Arroio da Manteiga, e outros dois amigos estariam conduzindo três motocicletas no bairro São Miguel quando houve a tentativa de abordagem de uma guarnição da GCM.
Um dos jovens conseguiu escapar. O adolescente e outro garoto acabaram caindo das motos e seguiram a fuga pelo Sinos, próximo ao dique, na tentativa de atravessar a nado até a outra margem do rio. O adolescente, no entanto, não conseguiu chegar até o outro lado. O cadáver foi localizado por volta das 19h15 de domingo, a cerca de dois quilômetros do local onde havia sumido e foi retirado da água pela Rua da Praia.
De acordo com a GCM, a moto que era conduzida pelo menor estava em ocorrência de furto e foi apreendida. O nome do adolescente não é divulgado, conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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“Não houve disparos”, diz secretário de Segurança
À família do jovem que morreu, um dos amigos que estava com a vítima contou que tiros foram efetuados pelos agentes da GCM em direção à dupla, inclusive quando os dois já estavam dentro da água. A família do jovem morto garante que ele teria sido baleado.
As informações são negadas pelo secretário de Segurança de Defesa Comunitária, José Carlos Pedrozo. “Não houve disparos. A corregedoria já fez a confrontação da carga de munição dos agentes envolvidos e está sendo elaborado um documento que afirma isso”, diz.
Segundo Pedrozo, três agentes em uma viatura atenderam inicialmente a ocorrência. “Após o fato, chegou reforço”, explica.
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O corpo foi encaminhado ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) para exames que determinarão a causa da morte. Responsável pela investigação do caso, a delegada Gaziela Zinelli comenta que preliminarmente não se constatou sinal de violência no cadáver. “Mas devemos aguardar o laudo de necropsia para ter certeza”, frisa.
O laudo, segundo ela, pode levar até mais de um mês para ser emitido. Conforme a delegada, os guardas que atenderam a ocorrência deverão ser ouvidos pela Polícia.
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