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EDUCAÇÃO E ARTE

Muros de escola municipal ganham vida em Canoas

Emef Arthur Pereira de Vargas recebeu ação voluntária de artistas

Taís Forgearini
Publicado em: 23/03/2023 às 09h:52 Última atualização: 26/02/2024 às 10h:22
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Os muros externos da Emef Arthur Pereira de Vargas ganharam o toque especial e colorido da arte de rua, o grafite. A iniciativa reuniu cerca de 40 artistas da região metropolitana de Porto Alegre. A ação de pintura artística livre ocorreu no último fim de semana.

Alunos de inclusão são retratados em muro de escola canoense



Alunos de inclusão são retratados em muro de escola canoense

Foto: PAULO PIRES/GES

A atividade foi idealizada pela artista plástica e grafiteira Jaque Vieira e executada em parceria com a escola, a comunidade e grafiteiros da cidade e região. “Sou natural de Porto Alegre. Moro em Canoas há dois anos, sou vizinha do colégio aqui no bairro Harmonia. Há tempos passava em frente, olhava e pensava que um dia iria fazer algo para dar mais cor e vida aos muros. Fica triste pela falta de pintura em algumas partes e em outras o desgaste é visível”, aponta.

A artista conta que no ano passado decidiu se apresentar e mostrar a proposta de intervenção artística nos muros para o diretor da escola, Pedro André Schutz. “Tinha um muro em frente à minha casa que estava detonado até que consegui autorização para grafitar. Então mobilizei todos os meus amigos para revitalizar por meio da arte. Com o muro pronto, eu tinha o trabalho para mostrar como exemplo para o diretor, e foi o que fiz e deu certo”, explica.

Jaque elaborou um projeto e submeteu para aprovação na Prefeitura, mas ficou como suplente. Ela diz que a ideia era fazer em mais escolas. “O custo é alto, as tintas e os materiais em geral são caros. Para que pudéssemos ampliar à outras unidades é preciso de um apoio financeiro do município”, diz.

Para fazer a ação, o diretor contou com a ajuda da comunidade para a aquisição de tintas que fizeram o fundo dos muros. “Era necessário fazer uma espécie de tela em branco para que os grafiteiros pudessem elaborar os desenhos artísticos. Cada grafiteiro trouxe o seu próprio material de trabalho”, salienta Pedro.

Arte para alegrar

O tema das artes foi livre, os artistas tiveram liberdade para executar as imagens. “Por ser uma escola, o que guiou o trabalho foi o bom senso. Obviamente, não era permitido imagens inadequadas para a área da educação”, ressalta Jaque.

O colorido dos desenhos é um dos destaques, de criação de rostos até a personagem do momento, a Wandinha da Família Addams, as imagens chamam a atenção da comunidade escolar e da população em geral.

Três alunos da inclusão da escola foram retratados nos muros, o grafiteiro de Esteio conhecido como “Nasa” fez a homenagem para os estudantes com deficiência física e intelectual.

Alunos da inclusão são retratados em desenhos

Os pais dos alunos com deficiência motora Alyce, de 11 anos, Roger, de 10 anos, e Kethyn, de 9 anos, foram surpreendidos na segunda-feira (20) com as imagens dos filhos em formato de arte estampada nos muros. “Foi uma grata surpresa, isso significa que a palavra inclusão não é apenas um termo bonito, e sim é praticado aqui. Ver minha filha retratada de maneira inspiradora é especial, não tem preço”, diz a mãe de Alyce, Josiane Silveira Santos.

Débora Fagundes da Silva, mãe de Roger, conta que não sabia que o filho tinha sido escolhido para ser homenageado. “Fiquei muito feliz quando cheguei na escola e ele também. Ficou bem parecido, nossos amigos compartilharam e nos marcaram nas fotos”, destaca.

Para a Jaqueline Soares Ramiro, mãe de Kethyn, ações desse tipo deixam o ambiente escolar mais bonito e inclusivo. “A família toda ficou alegre, nos sentimos acolhidos.”

Planos futuros

De acordo com o diretor da Emef Arthur Pereira de Vargas, outras ações estão sendo estudadas para ocorrer, como a pintura interna em forma de arte no muro, biblioteca e oficinas de grafite com os alunos. “A expectativa é que para os próximos meses possamos colocar em prática. Outras escolas ficaram interessadas em fazer também. Esperamos que seja expandido em forma de projeto”, diz Pedro.

A artista Jaque explica que consegue reunir de forma pontual os grafiteiros para ações voluntárias. “Para expandir é necessário o auxílio do poder público. Todo esse trabalho que fizemos nos muros da escola foi totalmente gratuito e com o nosso material, mas nem sempre conseguimos fazer dessa forma, pois vivemos da arte, é o nosso trabalho”, enfatiza Jaque. A grafiteira diz que pretende apresentar um novo projeto para a Prefeitura.

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