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INVESTIGAÇÃO

MP denuncia os dois brigadianos que torturaram casal durante abordagem em Novo Hamburgo

Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, um policial é flagrado ao cobrir a cabeça de uma mulher com uma sacola plástica

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Publicado em: 09/01/2023 às 14h:28 Última atualização: 17/01/2024 às 14h:50
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Os dois policiais presos após abordagem violenta no bairro São José, em Novo Hamburgo, foram denunciados por tortura, roubo qualificado e ameaça. A ação penal pública é do Ministério Público do Rio Grande do sul, por meio da Promotoria de Justiça Militar de Porto Alegre, e foi divulgada nesta segunda-feira (9). Os soldados João Victor Alves Viana e Leanderson Alves da Silva foram indiciados na sexta-feira (6) pelo Inquérito Policial Militar (IPM) por tortura e extorsão qualificada. Dois dias antes, os dois foram presos preventivamente. A dupla aparece no vídeo em que um dos policiais cobre a cabeça de uma mulher com uma sacola plástica durante revista em um bar. A gravação feita em 1º de janeiro viralizou nas redes sociais.

Flagrante no São José mostra policial militar cobrir cabeça de mulher com sacola plástica



Flagrante no São José mostra policial militar cobrir cabeça de mulher com sacola plástica

Foto: Reprodução

Além das denúncias, o MPRS pede que seja decretada a perda do cargo dos policiais e a interdição para o exercício da profissão pelo dobro do prazo das penas aplicadas. Nesta segunda-feira, a promotora de Justiça responsável pela peça, Anelise Haertel Grehs, argumenta que os “PMs constrangeram um casal com emprego de violência e grave ameaça exercida com uma pistola, causando sofrimento físico e mental, com o fim de obter informação”. Apesar de não aparecer nas imagens, a promotora afirma que o marido da mulher torturada também teve a cabeça coberta pelo saco até ser asfixiado.

O MP descreve que “as vítimas, sem antecedentes criminais, estavam com dois amigos na frente de um bar localizado no bairro São José, em Novo Hamburgo, quando foram surpreendidas pelos denunciados, que as abordaram apontando uma pistola, revistando e mandando-as entrarem no estabelecimento. Em sequência à abordagem, os dois amigos que estavam junto foram liberados e lá permaneceram as vítimas, sozinhas com os dois policiais militares, com a porta fechada. Os denunciados entraram procurando por drogas e dinheiro, quebrando tudo no estabelecimento e obrigaram as vítimas a deitarem no chão, dizendo ao homem: – melhor tu falar, se nós achar, tu vai apanhar”.

A manifestação do Ministério Público afirma que, após perceber que eram gravados, os policiais saíram correndo e abandonaram uma pistola e um colete balístico sobre uma mesa, mas levaram bebidas e R$ 250 do bar, que pertence ao casal torturado. A fuga seria para fazer buscas pelo celular com a gravação das imagens. Sem conseguir identificar o aparelho de telefone usado na gravação, os brigadianos teriam retornado ao estabelecimento e fizeram novas ameaças às duas vítimas. Um dos policiais teria falado “se o vídeo vazar, vocês estão mortos”.

Se a Justiça Militar acatar as denúncias feitas pelo Ministério Público gaúcho os denunciados se tornarão réus no processo.

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