Rafael Nunes, motorista de 39 anos, compartilha sua visão sobre a comunidade dos condutores de aplicativos.
Em um relato detalhado, ele destaca a importância de seu grupo, ZuberZ, que há seis anos trabalha em prol do bem-estar de motoristas, usuários e plataformas. “Sem fins políticos ou lucrativos, visamos equilibrar as necessidades de todos os envolvidos”, afirma Rafael.
Custos em ascensão, remuneração estagnada
O aumento dos custos de vida, incluindo combustível e impostos, contrasta com a estagnação dos valores das corridas. Rafael aponta para a discrepância entre os ganhos dos motoristas e os gastos crescentes, evidenciando a dificuldade financeira enfrentada pela categoria.
“Quando comecei em 2018, o valor mínimo da corrida na Uber era R$ 5 e agora, em 2024, com o aumento dos preços, o valor mínimo é R$ 5,88. Dessa forma, algumas corridas não valem a pena para o motorista aceitar e isso aumenta os cancelamentos”, explica ele.
Conforme o motorista, ainda existe um agravante de influencers que mostram os aplicativos de transporte como solução para todos os problemas e oportunidade de ganhar dinheiro fácil. Para ele, esses vídeos iludem as pessoas, que ao se depararem com a realidade, ficam frustradas.
Impacto psicológico
Segundo Rafael, a crescente pressão financeira sobre os motoristas, que precisam arcar com os custos de gasolina e manutenção do veículo, resulta em estresse e descontentamento. Rafael compartilha relatos de colegas que abandonaram empregos tradicionais em busca de liberdade, apenas para enfrentar novas formas de instabilidade.
Perspectivas futuras
Enquanto sindicatos propõem regulamentações, Rafael questiona a viabilidade de soluções que atendam às demandas dos motoristas. “O caminho para uma remuneração justa é incerto, os motoristas querem receber 2 reais por quilômetro, mas acho irreal essa expectativa. Apesar disso, nós motoristas, continuamos a nos movimentar em busca de soluções boas para o passageiro, motorista e aplicativos”, pondera ele.
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