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Motorista de São Leopoldo revela os bastidores do trabalho em aplicativos de transporte

Rafael Nunes conta sobre impasses enfrentados pela categoria

Giordanna Vallejos
Publicado em: 18/04/2024 às 18h:33 Última atualização: 18/04/2024 às 18h:33
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Rafael Nunes, motorista de 39 anos, compartilha sua visão sobre a comunidade dos condutores de aplicativos.

Rafael Nunes | abc+



Rafael Nunes

Foto: Giordanna Vallejos/GES-Especial

Em um relato detalhado, ele destaca a importância de seu grupo, ZuberZ, que há seis anos trabalha em prol do bem-estar de motoristas, usuários e plataformas. “Sem fins políticos ou lucrativos, visamos equilibrar as necessidades de todos os envolvidos”, afirma Rafael.

Custos em ascensão, remuneração estagnada

O aumento dos custos de vida, incluindo combustível e impostos, contrasta com a estagnação dos valores das corridas. Rafael aponta para a discrepância entre os ganhos dos motoristas e os gastos crescentes, evidenciando a dificuldade financeira enfrentada pela categoria.

“Quando comecei em 2018, o valor mínimo da corrida na Uber era R$ 5 e agora, em 2024, com o aumento dos preços, o valor mínimo é R$ 5,88. Dessa forma, algumas corridas não valem a pena para o motorista aceitar e isso aumenta os cancelamentos”, explica ele.

Conforme o motorista, ainda existe um agravante de influencers que mostram os aplicativos de transporte como solução para todos os problemas e oportunidade de ganhar dinheiro fácil. Para ele, esses vídeos iludem as pessoas, que ao se depararem com a realidade, ficam frustradas.

Impacto psicológico

Segundo Rafael, a crescente pressão financeira sobre os motoristas, que precisam arcar com os custos de gasolina e manutenção do veículo, resulta em estresse e descontentamento. Rafael compartilha relatos de colegas que abandonaram empregos tradicionais em busca de liberdade, apenas para enfrentar novas formas de instabilidade.

Perspectivas futuras

Enquanto sindicatos propõem regulamentações, Rafael questiona a viabilidade de soluções que atendam às demandas dos motoristas. “O caminho para uma remuneração justa é incerto, os motoristas querem receber 2 reais por quilômetro, mas acho irreal essa expectativa. Apesar disso, nós motoristas, continuamos a nos movimentar em busca de soluções boas para o passageiro, motorista e aplicativos”, pondera ele.

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