Já imaginou pedir um carro por aplicativos e ser atendido pelo bom velhinho? No Vale do Sinos isso é possível graças à iniciativa do morador de Sapucaia do Sul, Jeferson da Silva Kleboski, 37 anos.
Há cinco anos, Kleboski teve a ideia de enfeitar o carro com a temática natalina. A iniciativa caiu no gosto dos usuários e foi sendo incrementada, tanto que há três anos o próprio motorista resolveu entrar na brincadeira.
Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial
Com a roupa vermelha, gorro e barba branca, ele incorpora o Papai Noel. Completam a decoração do veículo pelúcias, pinheirinhos, luzes, e, é claro, as clássicas músicas de Natal.
Segundo Kleboski, o objetivo com a decoração foi ressignificar um momento triste na vida da família, após a morte do irmão mais velho, há seis anos. “Meu irmão fazia aniversário no dia 24 de dezembro. Desde a morte dele, o Natal se tornou uma data triste para nós. Por isso, decidi fazer algo para levar alegria às pessoas. Quando fizemos o outro sorrir, também nós nos alegramos, sorrimos”, diz.
Conforme ele, a preparação do carro começa ainda em novembro. Já a fantasia de Noel é usada diariamente entre os dias 1º e 26 de dezembro.
Pedidos das crianças
No trajeto entre uma viagem e outra Papai Noel motorista diz receber muitos pedidos dos pequenos. “As crianças ficam encantadas e pedem de tudo, principalmente jogos de videogame e bicicletas. O pedido mais inusitado que recebi foi de uma menina que queria um avião, mas tinha que ser de verdade”, diverte-se.
Ao assumir o personagem, Kleboski diz, inclusive, chamar a atenção de alguns pais. “Uma vez uma passageira comentou com a filha pequena que Papai Noel não existia, e que era ela quem comprava os presentes para a criança no Natal. Repreendi a mulher”, lembra.
Magia do acreditar
Na ocasião da passageira que havia falado para a filha que Papai Noel não existia, Kleboski recorda como reagiu. “Disse para a menina que o Papai Noel não levava presentes para a mãe porque ela (a mãe) não se comportava”, conta. “Acho importante deixarem as crianças acreditarem no Papai Noel. Elas se tornam adultos mais criativos. Além do mais, com o passar do tempo vai chegar o momento em que elas saberão a verdade”, frisa.
Pai de dois filhos, Erik, 17, e Davi, 9, Kleboski diz despertar reações distintas nos meninos, especialmente no caçula. “O mais novo antes tinha o maior orgulho de ser filho do Papai Noel. Agora já começou a fase da vergonha e me pede para deixar ele na esquina da escola para os colegas não verem”, entrega.
Elogios dos passageiros e posts nas redes sociais
Kleboski vai aumentando a sua fama entre os usuários do serviço. Muitos são os que pedem para tirar fotos com ele e acabam divulgando a iniciativa. Grande parte das imagens são repostadas por ele no perfil do Instagram @ uber_noel.
“É gratificante saber que conseguimos fazer a diferença na vida de alguém. Passageiros que às vezes entram no carro tristes, cansados do trabalho, ficam motivados, sorriem, tiram fotos porque gostam da decoração. Isso me deixa muito feliz e realizado”, conta.
Amigo de Kleboski desde a infância, o cabeleireiro Wagner Zanderlei, 38, diz se orgulhar da iniciativa do motorista. “É fantástico o que ele faz. Numa simples corrida é capaz de transformar a vida das pessoas”, comenta.
