PERIGO INVISÍVEL

MOSQUITO-PÓLVORA: Conheça os riscos da picada do inseto que causa infestação em Taquara e outras 12 cidades do RS

Reprodução nas plantações de bananeiras ocorre devido à preferência da larva do inseto por ambientes úmidos

Publicado em: 04/04/2024 11:25
Última atualização: 04/04/2024 11:57

Moradores do município de Dom Pedro Alcântara, no litoral norte, afirmam que não conseguem sequer abrir a casa ou sair na rua sem encontrar um visitante inconveniente: o mosquito-pólvora, ou maruim, como também é conhecido.


Equipes da Seapi em ação no litoral norte Foto: Divulgação/ Governo do RS

Pequeno e como a coloração escura, o inseto é quase imperceptível, até que as manchas vermelhas começam a aparecer em quem foi picado. A alergia pode incomodar e coçar muito, mas o que mais preocupa as autoridades são as doenças transmitidas pelo mosquito.

Entre elas está a febre oropouche, que já causou uma morte no País em 2024, após um homem de 42 anos ter supostamente contraído a enfermidade no Amazonas. Conforme o Ministério da Saúde, os sintomas são parecidos com os da dengue e chikungunya: dores de cabeça, musculares e nas articulações, além de náusea e diarreia.

Riscos no RS

Segundo a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), o litoral gaúcho corre sério risco por ser uma região produtora de banana. A reprodução nas plantações ocorre devido à preferência da larva do inseto por ambientes úmidos, como folhas de bananeiras e matéria orgânica.
“Trata-se de infestação significativa e fora do padrão normal, que vem ocorrendo na maioria dos municípios litorâneos”, explica o fiscal estadual agropecuário Alonso Duarte de Andrade.

Conforme o fiscal, equipes da defesa agropecuária está avaliando quais fatores têm provocado a explosão populacional do mosquita. Há possibilidades como manejo incorreto de produtos, desequilíbrio ambiental ou até mudança climática.

“Por isso é importante implantarmos todas as ferramentas do manejo integrado, para que a gente não deixe essa população crescer desproporcionalmente e migrar para outras regiões do estado”, completa Alonso.

Atualmente, 13 municípios gaúchos são atingidos pela infestação do inseto: Dom Pedro de Alcântara, Osório, Maquiné, Terra de Areia, Três Forquilhas, Três Cachoeiras, Torres, Morrinhos do Sul, Itati, Caraá, Arroio do Sal, Pelotas e Taquara.

Controle

Para controlar a população do mosquito-pólvora, a Seapi já utiliza ferramentas como controles biológico, hormonal, comportamental e cultural. Caso haja necessidade, o controle químico não é descartado. “O objetivo é impedir o uso indiscriminado de defensivos, o que reduziria os inimigos naturais dos mosquitos e aumentaria o desequilíbrio”, alerta o servidor.

Outra medida é uma parceria com a Emater e 18ª Coordenadoria de Saúde do Estado. “A Emater tem auxiliado nas ações de controle populacional do mosquito. Já a Coordenadoria de Saúde se disponibilizou para trabalhos em conjunto com a Seapi, participando de palestras, entrevistas a rádios e jornais locais, além de envolver seus agentes de saúde para orientar e divulgar ações protetivas para as populações humanas afetadas”, conclui.

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