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TRECHO PERIGOSO

MORTES NA BR-116: Acidentes em pontos próximos acendem alerta; PRF elenca possíveis causas

Desde fevereiro, pelo menos seis óbitos foram registrados em colisões no trecho entre Novo Hamburgo e Dois Irmãos, no Vale do Sinos

Stefany de Jesus Rocha
Publicado em: 30/05/2023 às 18h:42 Última atualização: 26/03/2024 às 15h:06
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O mesmo trecho da BR-116 onde três homens perderam a vida nos últimos dois dias, entre Novo Hamburgo e Dois Irmãos, já foi palco de outros acidentes trágicos. No início deste mês, o motociclista Cristian Fernando Dhein de Souza, de 26 anos, morreu após ser atingido por um carro no quilômetro 234. O veículo que bateu na motocicleta ingressava na rodovia.

Motoristas morrem em acidente na BR-116



Motoristas morrem em acidente na BR-116

Foto: Júlia Taube/GES-Especial

No mesmo quilômetro, foi registrada a colisão frontal da última segunda-feira (29) em Estância Velha, que provocou duas mortes. O motociclista Ricardo Martins da Silveira, 60, e o caminhoneiro Cláudio Rodrigues dos Santos, 54, foram as vítimas do acidente, na descida da sinaleira do bairro Roselândia em direção a Ivoti.

Ricardo teria batido o veículo no caminhão-betoneira conduzido por Cláudio ao desviar de uma mulher que atravessava a rodovia. Na tentativa de evitar o choque, o caminhoneiro acabou tombando o veículo no barranco à margem da pista.

A batida que causou uma morte no dia anterior (28) não foi muito longe dali. No quilômetro 228 da BR-116, em Dois Irmãos, o catarinense Evanir José Bourscheidt, 54, que dirigia um Volkswagen/Voyage, não resistiu a colisão frontal com um Chevrolet/Prisma.

Praticamente no mesmo ponto da rodovia, no último dia 13 de março, em outro acidente fatal, o motociclista Sergio Svagjdys Correa, 39, perdeu a vida.

Também neste ano, em 28 de fevereiro, o hamburguense Valdemar Frutuoso dos Santos, 56, morreu após ter a motocicleta atingida frontalmente por um caminhão. A colisão aconteceu no quilômetro 233. O caminhoneiro de 23 anos estava bêbado.

Além dos acidentes com morte, é comum que haja colisões com danos materiais neste trecho da rodovia – entre os quilômetros 228 e 234, no Vale do Sinos.

Riscos

De acordo com o chefe da 1ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Rio Grande do Sul, Daniel Mendonça, normalmente os acidentes com colisão frontal são motivados pelo mesmo fator: as ultrapassagens indevidas. “É a maior causa de acidente.”

Sobre o trecho, que é de pista simples com sentido duplo, Mendonça destaca que a presença de indústrias às margens da rodovia aumenta ainda mais os riscos, já que há movimento de entrada e saída de veículos.

Segundo ele, na maioria das vezes, os motoristas se recusam a percorrer alguns quilômetros a mais para fazer o retorno no local adequado. Com isso, acabam cruzando a BR-116, o que também acaba provocando acidentes no trecho.

“A gente pede para os motoristas não ultrapassarem sem ter plena segurança do que vão fazer, principalmente à noite. E mesmo onde é permitida a ultrapassagem, ter muito cuidado, porque tem os acessos ali. Veículos que saem daquelas indústrias de cimento, de asfalto, que tem ali na região, que saem das comunidades lindeiras à BR-116”, orienta o policial.

Fiscalização e sinalização

Aos fins de semana, a PRF costuma intensificar as ações de fiscalização nesses trechos da BR-116. Entre os motivos está a presença de motociclistas que costumam subir a Serra gaúcha. “As motos são potentes e, muitas vezes, (os motociclistas) não têm essa paciência de aguardar os veículos que transitam em velocidade normal, acabam ultrapassando”, observa Mendonça.

Quanto à sinalização no trecho, o policial explica que o quilômetro 234, onde aconteceu o acidente na segunda-feira, é bem sinalizado e com faixa contínua, ou seja, indicando que é proibido ultrapassar.

No episódio específico, o motociclista teria invadido a faixa contrária ao desviar de um pedestre. Mendonça ressalta que a travessia de pessoas neste trecho da rodovia não chega a ser um problema, visto que não se tem histórico de atropelamentos no local.

“A travessia de pedestres sempre é um risco. Onde há passarela ou faixa de segurança, a PRF aconselha fortemente o uso; onde não há, que se tenha calma para atravessar com segurança. Procure usar roupas claras, principalmente à noite”, aconselha.

Já o quilômetro 228, onde aconteceu o acidente fatal no domingo, está com sinalização temporária. Isso porque o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) está construindo um canteiro central no trecho, que tem previsão de ser finalizado até o dia 10 de junho. 

Mendonça destaca ainda que a rodovia tem passado por diversas melhorias que estão sendo feitas pelo Dnit, como recapeamento da via e pintura de toda a sinalização horizontal, por exemplo, e que as reparações tem tornando o trajeto melhor. “A BR-116 está ficando bem melhor, em todo o trecho”, conclui.

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