A morte precoce da adolescente Isabella Gonzalez Dias, de 12 anos, no último domingo (20), que veio a óbito por complicações do vírus influenza do tipo A (H1N1), acendeu um alerta para cidades da região sobre a importância da vacinação contra a doença. Conforme dados do Painel de Hospitalizações de Síndrome Aguda Grave (SRAG), o vírus já vitimou 245 pessoas e soma mais de 2 mil hospitalizações no Rio Grande do Sul em 2024.
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Para prevenir casos graves e mortes pela doença, a vacinação contra influenza é a forma mais eficaz de prevenção. No entanto, a Região Metropolitana atingiu somente 51,20% da cobertura vacinal, conforme o painel de dados do Ministério da Saúde. Com público-alvo (gestantes, puérperas, idosos, crianças e povos indígenas) de mais de 2 milhões de pessoas, foram aplicadas somente 1.303.714 doses em 2024. A meta do ministério é atingir percentual de 90% nestes casos.
No ranking, depois de Porto Alegre, Canoas é a cidade que mais aplicou doses da vacina contra influenza, somando 81.642 doses, 45,76% do público-alvo. Da região de cobertura do Grupo Sinos, em 6º lugar em números absolutos aparece Novo Hamburgo, com 47.035 doses aplicadas, 41,68% da meta. Depois vem São Leopoldo, com 41.875 imunizados (pouco mais de 36% dos prioritários) e Sapucaia do Sul, com 35.818, o que representa 51,05%. Esteio aparece na 11º posição, com 24.705 doses (57,34%).
Já Campo Bom, que ocupa a 14ª posição, aplicou 16.354 doses do imunizante, 52,73% dos prioritários.
Conforme o levantamento, em Sapiranga foram vacinadas 15.111 pessoas, pouco mais de 30%. Já Estância Velha aplicou 11.260 doses da vacina contra influenza, o que representa 49,92% do público-alvo. Em Ivoti, da meta de imunizar 7.683 pessoas, 6.169 foram vacinadas contra a doença (53,51%). Dois Irmãos aplicou 6.993 doses (49,56%).
Bloqueio do vírus depende do número de vacinados
De acordo com o médico pneumologista e médico intensivista do Hospital Regina, Rodrigo Sertório, a cobertura vacinal está abaixo do desejável, que seria pelo menos 60% da população. “Para que a gente tenha uma cobertura vacinal que proteja a nossa população de forma efetiva, a gente precisaria de mais pessoas vacinadas para formar um bloqueio na circulação do vírus influenza”, destaca.
Sertório avalia que a desinformação colabora para que a população não procure os postos de saúde. “Existe muito mito com relação à vacina. As pessoas acreditam que a vacina induz doença, o que não é fato, porque a vacina é feita com vírus inativo”, afirma o pneumologista.
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O médico explica ainda que, no mundo inteiro, a influenza sempre seguiu a sazonalidade, em que atinge picos no inverno. “No caso do hemisfério sul, a influenza atinge seu pico em julho”, comenta. No entanto, desde a Covid-19, a sazonalidade não ocorreu como o esperado. “Tivemos picos de influenza em março, e agora em agosto e setembro, um pouco fora do que é o esperado, que seria para julho”, avalia Sertório.
Além da vacinação, o pneumologista orienta que a população procure manter a higiene, como lavar as mãos e usar álcool em gel, além de cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir. Ao sentir sintomas respiratórios, Sartório orienta o uso de máscara por um período de sete dias.
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“Era uma menina saudável”, diz diretora
Isabella é uma das 245 vítimas da doença no Rio Grande do Sul. A morte da jovem deixou a comunidade de Campo Bom entristecida, especialmente os estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental 25 de Julho, onde a jovem estudava. Conforme a diretora Cristine Berf, a adolescente era uma aluna muito querida, dedicada e com um bom relacionamento com os colegas.
Nesta segunda-feira (21), a escola preparou uma acolhida com as três turmas de sétimo ano. “Tivemos mensagens dos alunos da manhã para os da tarde. Alguns trouxeram flores para deixar na mesa dela. Eles já tinham feito cartinhas para levar no hospital. Pensamos que logo ela estaria aqui com a gente, mas infelizmente não foi assim que aconteceu”, lamenta a diretora.
De acordo com Cristine, a mãe de Isabella havia levado a jovem ao médico no dia 7 de outubro, e no dia 8 deste mês a escola foi comunicada que a estudante estava internada com pneumonia. “Era uma menina saudável. Não tinha histórico de comorbidade. Ficamos sabendo do H1N1 só agora”, afirma a diretora. Não foi informado se a adolescente havia se vacinado contra a H1N1.
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Conforme a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Bom, que lamentou a morte através das redes sociais, o Município, atualmente, não conta com confirmações de influenza. Além disso, há doses disponíveis do imunizante em todas as unidades de saúde. “A vacina está disponível para toda a população acima de 6 meses. É importante destacar que, para atender a todos, nós temos uma unidade de saúde, a UBS Paulista, que abre todos os dias até as 22h”, informa a Administração Municipal.
A Secretaria Estadual de Saúde informa que a campanha de vacinação contra influenza já encerrou, mas a vacinação contra a gripe segue no Estado enquanto durarem os estoques de vacinas.
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