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REGIÃO

Moradores de Portão já celebram iminente fim da praça de pedágio na cidade

Após quase 30 anos, cobrança das RSs 122 e 240 será pelo free flow de Capela e o de Caí

Publicado em: 16/02/2024 às 03h:00 Última atualização: 16/02/2024 às 13h:01
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Após quase 30 anos de existência (e polêmicas), a cobrança da praça de pedágio em Portão está perto do fim com a anunciada adoção do sistema free flow (cobrança automática da tarifa através de pórticos eletrônicos) que terá pontos no km 30,1 da RS-240, em Capela de Santana, e no km 4,6 da RS-122, em São Sebastião do Caí.

Praça de pedágio em Portão deve ser desativada até o final deste mês ou em março



Praça de pedágio em Portão deve ser desativada até o final deste mês ou em março

Foto: Fotos Amanda Krohn/Especial

Com o fim do pedágio que “divide” o trânsito na cidade, alguns moradores já comemoram uma economia que, em alguns casos, chegará a R$ 1 mil por mês com o fim da tarifa, que no início deste mês passou para R$ 12,30.

Uma das pessoas que vai economizar é a cuidadora de idosos Karina Bertolotti dos Santos, 26 anos, que mora no bairro Rincão do Cascalho e que até deixa de utilizar o carro para evitar gastos ainda maiores. “Uso apenas a moto para ir trabalhar e dirijo o carro no máximo duas vezes por semana. Senão fica difícil arcar com o pedágio e a gasolina.” Com o fim do pedágio, ela passará a economizar mais de R$ 1 mil por mês gastos na tarifa.

O taxista Sérgio Ferreira, 61, se sente aliviado. “Passo pelo pedágio diariamente, levando gente para Portão, São Leopoldo e arredores. Eu passo por aqui mais vezes por dia.” Segundo Ferreira, seu gasto mensal com o pedágio ou com a gasolina para usar o desvio, que prolonga alguns caminhos, chega a 300 reais por mês.

Mas nem todos festejam, caso dos empresários Alex Sandro de Souza Dobinkski, 37, e Tiago Azevedo da Silva, 32, moradores de Canoas. Eles trabalham levando mercadorias para cidades como Portão e Capela. “Vamos parar de ser cobrados em Portão, mas vamos passar a pagar em Capela”, explica Alex. Aliás, como no free flow será cobrada a ida e vinda (e Portão é só um sentido), devem desembolsar até mais de tarifa com a mudança.

O fim da “guerra” do desvio

Em agosto de 2023, a prefeitura de Portão e a concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), iniciaram uma disputa judicial a respeito do desvio do pedágio que havia sido bloqueado mediante uma intimação da empresa. Com a proibição do uso do desvio, os moradores da cidade se veriam obrigados a pagar o pedágio para viagens simples do dia a dia, como trabalhar, ir ao mercado, à farmácia e ao médico – semelhante com o que ocorrerá em Capela de Santana, caso o município não consiga o subsídio para os capelenses.

Na época, o prefeito Delmar “Kiko” Hoff entrou com recurso solicitando a remoção dos cilindros (que tem ação semelhante a de cones), que dificultavam o acesso à via, gerando inclusive protesto dos moradores locais. Com isso, no dia 30 de novembro de 2023, a Justiça determinou a remoção dos itens que impediam o acesso. Mas agora, com iminente fim da praça de pedágio de Portão, o desvio não precisará mais ser utilizado e o tempo de deslocamento dos moradores será reduzido.

O prefeito celebra a mudança histórica. “Estamos contando os dias para a saída, pois é uma nova era que surge para o bairro Rincão do Cascalho e para todo o nosso Portão”, comemora. “Vai ser muito bom não precisar mais usar o desvio e ter livre passagem para ir à igreja, padaria, postos de saúde, hospital… Só quem viveu o que é isto sabe o que se passou nestes quase 30 anos”, destaca Kiko Hoff.

A cobrança free flow

A nova fase da concessão do Bloco 3 pode ter seus desdobramentos neste fevereiro, segundo a CSG, ou em março, de acordo com o Estado, com a ativação dos novos pórticos free flow e a desativação do pedágio de Portão.

Com isso, a prefeitura portanense, que batalhou no ano passado com a CSG para manter desvios da praça de pedágio, deixará de ter a cobrança. Conforme a concessionária CSG informou recentemente, a data exata de início da operação dos novos pórticos free flow e o valor das tarifas ainda estão sendo analisados e serão definidos pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs).

No início deste mês de fevereiro, a CSG informou que a estimativa permanece para este mês porque já teria concluído a fase de trabalhos iniciais e entregado os relatórios ao governo do Estado. “Após a análise do documento pelo poder concedente, a CSG aguarda a definição da implementação dos cinco novos sistemas”, dizia nota da CSG. Nesta quinta-feira (15), a assessoria de comunicação da CSG informou que não há novidades.

Capelenses protestam neste domingo

Liderada pelo empresário e produtor rural Robledo Ezequiel Temp, 50 anos, a comunidade capelense protesta novamente, às 16h30, neste domingo (18), em busca da isenção para os moradores da cidade ou de alguma forma de subsídio, que deve ser negociado entre a prefeitura e a CSG, a exemplo do que ocorre em São Sebastião do Caí, onde três bairros tem a tarifa subsidiada, conforme acordo entre prefeitura e a CSG. Em Capela de Santana, nenhuma negociação entre prefeitura e CSG foi informada até o momento, conforme Robledo.

Como ficarão funcionários da praça extinta

A CSG explicou em janeiro que as pessoas que trabalham nas cancelas da praça de pedágio portanense tiveram a opção de aderir ao Plano de Retenção ou Desligamento Incentivado (PRDI) da concessionária. Segundo a assessoria da CSG, “funcionários foram realocados para novos setores em funções como assistente de relacionamento e de cadastro, entre outras. Outros tiveram incentivos para ficar até o fim da operação nas praças de Flores da Cunha e Portão”. Além disso, foram abertas 48 novas vagas em outras funções na companhia.

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