REIVINDICAÇÃO
Moradores cobram intervenção do MP em construção de "estrada dique" que potencializa enchentes em Montenegro
Com faixas pedindo socorro, moradores realizaram manifestação pacífica em frente a sede do Ministério Público de Montenegro
Última atualização: 08/03/2024 14:19
Um grupo de moradores de Montenegro apela ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) para impedir a continuidade da construção de uma “estrada dique” dentro de uma propriedade particular, que potencializa as enchentes em três bairros da cidade.
Na última quarta-feira (6), em torno de 70 moradores foram até a sede do MP de Montenegro e protocolaram a denúncia. Durante uma manifestação pacífica, para sensibilizar e chamar a atenção do MP, moradores levaram faixas pedindo socorro ao órgão estadual. Na oportunidade, o grupo foi recebido pela assessoria da Promotoria.
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O professor e pintor automotivo, Giovani Bender, que reside no bairro Ferroviário, explica a situação. Segundo o morador, uma antiga estrada que fica às margens do Rio Caí, no lado de Capela de Santana, começou a ter o nível levantado a partir da década de 80, e acabou se transformando em uma barreira que, nos períodos de cheia, faz com que a água avance somente para um dos lados da margem. No caso, para o lado de Montenegro.
Na última enchente registrada no Vale do Caí, em novembro do ano passado, a força da água rompeu a “estrada dique”, inundando a fazenda em Capela de Santana. Agora, o proprietário da área tenta reconstruir a barreira. “Mas o que está acontecendo é um crime ambiental flagrante, estão mexendo no talude do rio, e não estamos conseguindo sensibilizar as autoridades. Essa denúncia ao MP é nosso último recurso, alguém precisa proibir isso”, afirma Bender.
Imagens de drone mostram intervenção no local
Para provar os crimes contra o meio ambiente, que, em tese, ocorrem do outro lado do rio, os moradores de Montenegro registraram imagens aéreas com a ajuda de um drone.
Nas imagens, é possível verificar o local onde ocorreu o rompimento do dique, e também ver máquinas e caminhões trabalhando para reconstruir a barreira. “Não estão respeitando as normas ambientais, que protegem áreas de preservação permanente de construções em até 100 metros”, avisa.
Para o professor, a falta de fiscalização dos órgãos públicos tem causado um problema social, com a evasão de famílias das áreas mais afetadas pelas enchentes. A reportagem não conseguiu contato com o proprietário da área.