REIVINDICAÇÃO

Moradores cobram intervenção do MP em construção de "estrada dique" que potencializa enchentes em Montenegro

Com faixas pedindo socorro, moradores realizaram manifestação pacífica em frente a sede do Ministério Público de Montenegro

Publicado em: 08/03/2024 14:18
Última atualização: 08/03/2024 14:19

Um grupo de moradores de Montenegro apela ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) para impedir a continuidade da construção de uma “estrada dique” dentro de uma propriedade particular, que potencializa as enchentes em três bairros da cidade.


Imagem registrada por drone mostra ponto onde ocorreu rompimento de barreira na enchente de novembro do ano passado Foto: Arquivo pessoal

Na última quarta-feira (6), em torno de 70 moradores foram até a sede do MP de Montenegro e protocolaram a denúncia. Durante uma manifestação pacífica, para sensibilizar e chamar a atenção do MP, moradores levaram faixas pedindo socorro ao órgão estadual. Na oportunidade, o grupo foi recebido pela assessoria da Promotoria.

O professor e pintor automotivo, Giovani Bender, que reside no bairro Ferroviário, explica a situação. Segundo o morador, uma antiga estrada que fica às margens do Rio Caí, no lado de Capela de Santana, começou a ter o nível levantado a partir da década de 80, e acabou se transformando em uma barreira que, nos períodos de cheia, faz com que a água avance somente para um dos lados da margem. No caso, para o lado de Montenegro.

Na última enchente registrada no Vale do Caí, em novembro do ano passado, a força da água rompeu a “estrada dique”, inundando a fazenda em Capela de Santana. Agora, o proprietário da área tenta reconstruir a barreira. “Mas o que está acontecendo é um crime ambiental flagrante, estão mexendo no talude do rio, e não estamos conseguindo sensibilizar as autoridades. Essa denúncia ao MP é nosso último recurso, alguém precisa proibir isso”, afirma Bender.

Imagens de drone mostram intervenção no local

Para provar os crimes contra o meio ambiente, que, em tese, ocorrem do outro lado do rio, os moradores de Montenegro registraram imagens aéreas com a ajuda de um drone.

Nas imagens, é possível verificar o local onde ocorreu o rompimento do dique, e também ver máquinas e caminhões trabalhando para reconstruir a barreira. “Não estão respeitando as normas ambientais, que protegem áreas de preservação permanente de construções em até 100 metros”, avisa.

Para o professor, a falta de fiscalização dos órgãos públicos tem causado um problema social, com a evasão de famílias das áreas mais afetadas pelas enchentes. A reportagem não conseguiu contato com o proprietário da área.

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