Em assembleia realizada na tarde de domingo (7), no saguão no prédio administrativo da Trensurb, em Porto Alegre, os metroviários reafirmaram a decisão de paralisação dos serviços nesta segunda-feira (8). A mobilização deve durar 24 horas, a contar a partir da madrugada de segunda.
“Não deveremos ter funcionamento amanhã”, antecipa Luís Henrique Chagas, presidente do Sindimetrô-RS.
A Trensurb, contudo, diz que fará o possível para garantir a circulação dos trens. Em nota, cita que “mantém todos os esforços para garantir a prestação do serviço de transportes” e que “além disso, Metroplan e EPTC [responsável pelo transporte público da capital] farão reforço nos horários das linhas de ônibus”. A empresa não deixou claro se as estações estarão abertas.
Antes mesmo da confirmação da greve, a Trensurb já havia acionado a Justiça. A nota menciona decisão judicial favorável à empresa, publicada no sábado (6), que prevê multa de R$ 100 mil ao Sindimetrô-RS, caso a categoria não se abstenha de:
1) invadir ou ocupar a via dos trens;
2) impedir os usuários de adquirirem os bilhetes de acesso ao serviço de transporte;
3) liberar os bloqueios (catracas) e permitir o uso de transporte aos passageiros sem o pagamento da respectiva tarifa pública.
A assessoria de imprensa do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região ressalta que a decisão da juíza plantonista Raquel Hochmann de Freitas, da 27ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, não impede a greve, apenas desautoriza as situações listadas acima.
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Reforço nas linhas de ônibus
A Metroplan afirmou, neste domingo, que, após tomar conhecimento sobre a paralisação, encaminhou ofício a todas as operadoras da região metropolitana de Porto Alegre, solicitando medidas de atendimento emergencial.
“Os mesmos estão autorizados a fornecerem novos horários e itinerários neste dia sem anuência prévia da Metroplan”, esclarece, em nota.
A Metroplan ressalta ainda que “não tem capacidade de resolver toda a lotação que a Trensurb atende”, mas que não medirá esforços para atenuar o impacto da greve na mobilidade urbana dos passageiros.
Sindimetrô cobra adicional de risco de vida
A paralisação dos serviços é uma forma de manifestação dos metroviários que cobram o pagamento do adicional de risco de vida ao setor da segurança. Segundo o presidente do Sindimetrô, a Trensurb não tem cumprido a cláusula do acordo coletivo que estabelece o pagamento adicional aos profissionais.
Questionada sobre a afirmação do sindicato, a Trensurb informou em nota que “está cumprindo recomendações da Controladoria-Geral da União e Conselho de Administração da empresa, baseado no que preconiza a legislação.” A reportagem fez novos questionamentos após a resposta da empresa, mas não obteve retorno.
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