PERFIL DAS CONTRATAÇÕES
Mercado de trabalho tem preferência por homens jovens, aponta Caged
Em setembro, homens entre 18 e 24 anos foram os mais empregados no País
Última atualização: 06/11/2023 10:56
Homens jovens, pessoas pardas e brancas e com ensino médio completo, essas são as principais características dos brasileiros que mais conseguiram emprego com carteira assinada em setembro. Esse é o perfil que consta nos dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no final de outubro.
Das 211.764 vagas de trabalho formal abertas naquele mês no País, 128.668 são homens e 83.096 mulheres. Em termos de faixa etária, as pessoas entre 18 a 24 anos somaram 117.891, seguidas das pessoas com 30 anos ou mais (44.381), 25 a 29 anos (26.699) e até 17 anos (22.793). Dos empregados, 155.041 têm ensino médio completo e 21.280 o ensino médio incompleto. E no que se refere à cor, 145.519 são de cor parda e 49.451 branca.
A professora do curso mestrado acadêmico em psicologia da Universidade Feevale, a socióloga Sueli Cabral, diz que existe uma tendência desses dados se reproduzirem em regiões metropolitanas do País. A professora salienta que pode ser que ocorra uma refração, alguns distanciamentos, mas não há como afirmar fielmente, já que esses dados não foram divulgados pelo Caged por município.
Se repete
O perfil dos trabalhadores reflete uma lógica de trabalho que vem a tempo. Quanto ao sexo, a socióloga explica que existem estereótipos no mercado de trabalho de que homens são mais adequados para atividades que envolvem força física e liderança, por exemplo, e que têm menos compromissos sociais do que as mulheres.
"Há empresas que entendem que mulheres custam mais caro, porque podem engravidar, são mães e têm a lógica organizacional. Nós, mulheres, sofremos mais para conseguir emprego", salienta.
A outra questão apontada pelo perfil nacional é a preferência por jovens, com ensino médio, que se declaram pardos e brancos. "Eles podem estar recebendo salários mais baixos, mas existe uma lógica que estão mais dispostos a trabalho, nível de energia é maior e há disposição de aprendizagem", avalia.
E quanto à cor, a preferência é para pardos e brancos. "É interessante que o pardo no Brasil tem característica de aceitação social comparativamente ao preto. Sabe aquele comentário: 'ele é quase branco'?", analisa.
Os números na região em setembro
Se no País e Estado, os dados são positivos no que se refere à geração de emprego, na região composta por 43 municípios na área de abrangência dos jornais do Grupo Sinos, os números ficaram praticamente estáveis. Foram 21.811 contratados contra 21.815 desligados da empresa, o que resultou em um saldo negativo de 4 postos de trabalho.
Das 43 cidades, 25 tiveram saldo positivo, duas (Harmonia e Vale Real) alcançaram o mesmo número de admissões e demissões, e 16 demitiram mais do que admitiram. No saldo positivo, Parobé se destacou. Foram 715 admissões, contra 507 demissões, chegando a 208 empregos gerados.
As outras duas, com destaque positivo na geração de vagas foram Sapucaia do Sul (145) e Canela (105). Entre os negativos, Canoas teve um saldo negativo de 318 postos de trabalho, seguido por Novo Hamburgo (-195) e Nova Petrópolis (-175 empregos). No Brasil, foram gerados 211.764 postos de trabalho, saldo das 1.917.057 admissões e 1.705.293 desligamentos. No Rio Grande do Sul, 104.420 pessoas foram admitidas e 103.153 desligadas, saldo positivo de 1.267 empregos.
Setores com melhores e piores resultados
Nos municípios com os melhores desempenhos da região, o setor de serviços se destaca. Em Parobé, o segmento foi o que mais contratou: foram 177 em setembro. Em Sapucaia do Sul, todos os setores tiveram um bom desempenho: 55 contratações em serviços, 42 em comércio, 37 em construção e 11 na indústria. Em Canela, a indústria gerou 65 postos, e os serviços, 51.
Nas cidades com os piores desempenho, o número alto de desligamentos em alguns setores impactaram o resultado final. Em Canoas, a construção teve 411 desligamentos, Nova Petrópolis foram -133 na indústria e -316 nos serviços, em Novo Hamburgo.
Quatro cidades da região somam saldo positivo de 228 vagas
Nas cidades de São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Esteio, Portão e Capela de Santana foram feitas 4.104 admissões e 3.998 desligamentos em setembro. Com exceção de São Leopoldo, todos tiveram saldo positivo em setembro. Sapucaia, Esteio, Portão e Capela somam, juntos, saldo de 228 empregos. Sapucaia do Sul se destacou na geração de empregos em setembro: teve um saldo de 145 vagas geradas, com 935 admissões e 790 desligamentos.
“Ficamos felizes com estes resultados. Já ultrapassamos o estoque de 20 mil empregos formais”, comemora o prefeito Volmir Rodrigues. “Nosso objetivo é facilitar que o empreendedor tenha mais agilidade e que venha empreender em Sapucaia.”
Já São Leopoldo fechou o mês de setembro com saldo negativo. Foram 1.959 admissões e 2.081 desligamentos. No entanto, em relação aos últimos nove meses do ano, segue com saldo positivo de 1.107 novos postos de trabalho. Neste trimestre, o setor de Comércio de São Leopoldo registrou 96 contratações, maior saldo em comparação com outros 12 municípios do Vale do Sinos (Araricá, Canoas, Sapucaia do Sul, Gravataí, Esteio, Nova Hartz, Ivoti, Nova Santa Rita, Dois Irmãos, Portão, Estância Velha, Sapiranga).
De acordo com os dados do mês de setembro, o setor de Construção em São Leopoldo apontou um saldo positivo de 8 contratações, apresentando melhora comparado a agosto, quando fechou com saldo de -2. O setor da Agropecuária gerou 4 postos de trabalho. Serviços e a Indústria indicaram saldo negativo em setembro, de -76 e -154, respectivamente.
Aumento do consumo
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico de São Leopoldo, Juliano Maciel, “estes números do comércio refletem o período de preparação do setor para as festividades de fim de ano, em que, naturalmente, há a expectativa para o aumento do consumo”.
O secretário cita ainda outros fatores para este resultado. “O movimento de baixa da taxa Selic e o programa Descomplica, do governo federal, atuam como fomentadores na melhora de expectativa por boa parte das famílias, pois indicam uma possibilidade de retorno para o consumo desta população. É um cenário otimista para o fim do ano, ainda que fatores externos, como os conflitos no Oriente Médio e no Leste Europeu, causem preocupação para a economia no médio prazo”, destaca.
Homens jovens, pessoas pardas e brancas e com ensino médio completo, essas são as principais características dos brasileiros que mais conseguiram emprego com carteira assinada em setembro. Esse é o perfil que consta nos dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no final de outubro.
Das 211.764 vagas de trabalho formal abertas naquele mês no País, 128.668 são homens e 83.096 mulheres. Em termos de faixa etária, as pessoas entre 18 a 24 anos somaram 117.891, seguidas das pessoas com 30 anos ou mais (44.381), 25 a 29 anos (26.699) e até 17 anos (22.793). Dos empregados, 155.041 têm ensino médio completo e 21.280 o ensino médio incompleto. E no que se refere à cor, 145.519 são de cor parda e 49.451 branca.
A professora do curso mestrado acadêmico em psicologia da Universidade Feevale, a socióloga Sueli Cabral, diz que existe uma tendência desses dados se reproduzirem em regiões metropolitanas do País. A professora salienta que pode ser que ocorra uma refração, alguns distanciamentos, mas não há como afirmar fielmente, já que esses dados não foram divulgados pelo Caged por município.
Se repete
O perfil dos trabalhadores reflete uma lógica de trabalho que vem a tempo. Quanto ao sexo, a socióloga explica que existem estereótipos no mercado de trabalho de que homens são mais adequados para atividades que envolvem força física e liderança, por exemplo, e que têm menos compromissos sociais do que as mulheres.
"Há empresas que entendem que mulheres custam mais caro, porque podem engravidar, são mães e têm a lógica organizacional. Nós, mulheres, sofremos mais para conseguir emprego", salienta.
A outra questão apontada pelo perfil nacional é a preferência por jovens, com ensino médio, que se declaram pardos e brancos. "Eles podem estar recebendo salários mais baixos, mas existe uma lógica que estão mais dispostos a trabalho, nível de energia é maior e há disposição de aprendizagem", avalia.
E quanto à cor, a preferência é para pardos e brancos. "É interessante que o pardo no Brasil tem característica de aceitação social comparativamente ao preto. Sabe aquele comentário: 'ele é quase branco'?", analisa.
Os números na região em setembro
Se no País e Estado, os dados são positivos no que se refere à geração de emprego, na região composta por 43 municípios na área de abrangência dos jornais do Grupo Sinos, os números ficaram praticamente estáveis. Foram 21.811 contratados contra 21.815 desligados da empresa, o que resultou em um saldo negativo de 4 postos de trabalho.
Das 43 cidades, 25 tiveram saldo positivo, duas (Harmonia e Vale Real) alcançaram o mesmo número de admissões e demissões, e 16 demitiram mais do que admitiram. No saldo positivo, Parobé se destacou. Foram 715 admissões, contra 507 demissões, chegando a 208 empregos gerados.
As outras duas, com destaque positivo na geração de vagas foram Sapucaia do Sul (145) e Canela (105). Entre os negativos, Canoas teve um saldo negativo de 318 postos de trabalho, seguido por Novo Hamburgo (-195) e Nova Petrópolis (-175 empregos). No Brasil, foram gerados 211.764 postos de trabalho, saldo das 1.917.057 admissões e 1.705.293 desligamentos. No Rio Grande do Sul, 104.420 pessoas foram admitidas e 103.153 desligadas, saldo positivo de 1.267 empregos.
Setores com melhores e piores resultados
Nos municípios com os melhores desempenhos da região, o setor de serviços se destaca. Em Parobé, o segmento foi o que mais contratou: foram 177 em setembro. Em Sapucaia do Sul, todos os setores tiveram um bom desempenho: 55 contratações em serviços, 42 em comércio, 37 em construção e 11 na indústria. Em Canela, a indústria gerou 65 postos, e os serviços, 51.
Nas cidades com os piores desempenho, o número alto de desligamentos em alguns setores impactaram o resultado final. Em Canoas, a construção teve 411 desligamentos, Nova Petrópolis foram -133 na indústria e -316 nos serviços, em Novo Hamburgo.
Quatro cidades da região somam saldo positivo de 228 vagas
Nas cidades de São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Esteio, Portão e Capela de Santana foram feitas 4.104 admissões e 3.998 desligamentos em setembro. Com exceção de São Leopoldo, todos tiveram saldo positivo em setembro. Sapucaia, Esteio, Portão e Capela somam, juntos, saldo de 228 empregos. Sapucaia do Sul se destacou na geração de empregos em setembro: teve um saldo de 145 vagas geradas, com 935 admissões e 790 desligamentos.
“Ficamos felizes com estes resultados. Já ultrapassamos o estoque de 20 mil empregos formais”, comemora o prefeito Volmir Rodrigues. “Nosso objetivo é facilitar que o empreendedor tenha mais agilidade e que venha empreender em Sapucaia.”
Já São Leopoldo fechou o mês de setembro com saldo negativo. Foram 1.959 admissões e 2.081 desligamentos. No entanto, em relação aos últimos nove meses do ano, segue com saldo positivo de 1.107 novos postos de trabalho. Neste trimestre, o setor de Comércio de São Leopoldo registrou 96 contratações, maior saldo em comparação com outros 12 municípios do Vale do Sinos (Araricá, Canoas, Sapucaia do Sul, Gravataí, Esteio, Nova Hartz, Ivoti, Nova Santa Rita, Dois Irmãos, Portão, Estância Velha, Sapiranga).
De acordo com os dados do mês de setembro, o setor de Construção em São Leopoldo apontou um saldo positivo de 8 contratações, apresentando melhora comparado a agosto, quando fechou com saldo de -2. O setor da Agropecuária gerou 4 postos de trabalho. Serviços e a Indústria indicaram saldo negativo em setembro, de -76 e -154, respectivamente.
Aumento do consumo
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico de São Leopoldo, Juliano Maciel, “estes números do comércio refletem o período de preparação do setor para as festividades de fim de ano, em que, naturalmente, há a expectativa para o aumento do consumo”.
O secretário cita ainda outros fatores para este resultado. “O movimento de baixa da taxa Selic e o programa Descomplica, do governo federal, atuam como fomentadores na melhora de expectativa por boa parte das famílias, pois indicam uma possibilidade de retorno para o consumo desta população. É um cenário otimista para o fim do ano, ainda que fatores externos, como os conflitos no Oriente Médio e no Leste Europeu, causem preocupação para a economia no médio prazo”, destaca.