Médicos do IPE Saúde entram em greve; saiba até quando

Os médicos conveniados ao IPE Saúde entraram em greve geral nesta segunda-feira (10) em todo o Rio Grande do Sul. A paralisação ocorre até a próxima quarta-feira (12) e afeta consultas e procedimentos hospitalares eletivos. A ação reivindica que o governo do Estado apresente mudanças em relação à defasagem nos valores do plano. Atendimentos de urgência e emergência seguem sendo realizados normalmente.

Mesmo não sabendo precisar o impacto da paralisação para quem aguardava por atendimentos, o presidente do Simers, Marcos Rovinski, assegura que convênio médico tem cerca de 1 milhão de usuários, sendo a maior parte servidores públicos. Rovinski destaca que as consultas e procedimentos marcados para os dias de paralisação serão reagendados com os pacientes.Entre as principais exigências está a melhoria salarial dos médicos conveniados. De acordo com Rovinski, são cerca de 6,6 mil médicos em todo o Estado credenciados no IPE e o valor recebido pelos atendimentos prestados não é reajustado há 12 anos. “O médico que vai atender diariamente recebe do IPE o valor bruto de R$ 25,59. Mas com os descontos, o valor líquido recebido é cerca de R$ 18,50, recebido três ou quatro meses depois”, relata ele, afirmando que os valores recebidos são incompatíveis com a responsabilidade exercida pela categoria.

Em Novo Hamburgo, o Hospital Regina atende via Ipe Saúde somente as áreas maternoinfantil para internações eletivas e Urgência/Emergência. De acordo com a entidade, “no momento, nenhum destes serviços sofre impacto pela decisão de paralisação dos médicos credenciados a este convênio".

Situação preocupa

A paralisação foi definida pelo presidente do Simers como um alerta ao governo estadual. De acordo com ele, há pelo menos duas semanas, cerca de 110 médicos já solicitaram o descredenciamento do convênio. “Nós temos uma possibilidade de descredenciamento em massa a partir das respostas favoráveis ou não do Estado. Se isso acontecer, os usuários atendidos pelo IPE Saúde vão passar para o Sistema Único de Saúde (SUS), que já está sobrecarregado”, conta.

Após a reunião da próxima quarta-feira, o presidente do Simers diz que a categoria fará uma nova assembleia para avaliar a decisão. “Existe uma sinalização do pedido de licenciamento dos médicos da sua credencial e muitos descredenciamentos. Isso será uma opção individual, de cada médico, a partir do que for respondido pelo IPE Saúde”, explica Rovinski.

Conforme o presidente da entidade, a categoria enxerga o momento como “uma situação limite” e que se prolonga por anos. “O Simers, junto com o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) e a Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), tem apresentado a todos os presidentes do IPE Saúde propostas para o reajustes de honorários médicos, principalmente procedimentos hospitalares. Todas as conversas que foram feitas com o IPE Saúde e com os vários presidentes não refletiram e não resultaram em nada”, afirma.

Posição do IPE Saúde

Em nota, o IPE esclarece que está com o funcionamento normal de seus sistemas e orienta os segurados a buscar alternativas de atendimento no Guia Médico Hospitalar, que traz possibilidades de médicos, hospitais e demais tipos de prestadores credenciados no guia médico hospitalar. No site, há um total de 6.466 médicos, 244 hospitais, 660 laboratórios e 54 pronto socorros credenciados ao IPE Saúde em todo o Estado.

O instituto salienta que vem monitorando os atendimentos, que permanecem regulares. "O sistema recebe em média 11 mil consultas por dia e, nesta segunda-feira, até o meio-dia, foram quase cinco mil consultas registradas. Além disso, o IPE Saúde tem trabalhado, junto com o governo do Estado, na implantação de um amplo projeto de reestruturação, que será apresentado à sociedade, servidores e prestadores em breve", informa em nota.

Em relação a reajustes, o IPE Saúde informa que houve um acréscimo em mais de 30% no valor da consulta para os médicos que atendem na modalidade Pessoa Jurídica em 2018.