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MEDICAMENTOS MAIS CAROS: veja dicas para economizar com reajuste a partir de 1º de abril

Sindicato do setor farmacêutico projeta índice que os remédios devem ter de alta com reajuste anual

Publicado em: 31/03/2023 10:09
Última atualização: 29/02/2024 08:01

Os medicamentos em todo o País terão reajuste a partir deste sábado (1º). O índice de aumento projetado pelo Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Sindusfarma) é de até 5,6%. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) vai se reunir nesta sexta-feira (31) para definir o reajuste.

Preço deve subir a partir de sábado com aumento que será determinado hoje Foto: Taís Forgearini/GES-Especial

A Cmed é responsável por fazer o cálculo de correção anual dos preços de cerca de 13 mil medicamentos. O principal fator considerado é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses até fevereiro de cada ano.

O farmacêutico Giovani Pinalli, de 43 anos, proprietário de uma drogaria no bairro São Luís, considera dentro da normalidade, o 5,6% de reajuste. "Acredito que o aumento ficará próximo disso. Os medicamentos são tabelados, o que traz uma certa previsibilidade nos preços. O reajuste ocorre um vez por ano, se formos comparar com os demais setores da economia, a área farmacêutica é uma das que mais têm estabilidade de preços", aponta.

Em 17 anos como dono de farmácia, Pinalli diz que nos últimos anos, o cartão de crédito se tornou a principal forma de pagamento dos consumidores. "Por ser uma loja de bairro, meu cliente é fidelizado. A maioria não tem o costume de reclamar dos preços. Os que fazem uso de medicação contínua, por exemplo, estão mais ligados no reajuste anual porque sempre ocorre nessa época do período do ano. Mas claro, o cliente que não tem a necessidade de comprar mensalmente medicamentos leva um certo susto quando vê que aquele produto aumentou".

O dono de uma farmácia no bairro São José, Juliano Abreu fala sobre o cenário do setor pós-pandemia. "Alguns fornecedores já nos repassaram aumento, os antibióticos subiram cerca de 10%. O repasse é inevitável para o consumidor final. Com o reajuste oficial, teremos mais medicamentos com preço maior. Depois da pandemia as coisas mudaram, houve falta de insumos para produzir remédios."

Dicas do Procon

O Sindusfarma aponta que na última década a inflação geral somou 90,24%. Já os medicamentos sofreram uma variação menor, de 76,79%. De acordo com a entidade, parte das indústrias farmacêuticas do País fechou o balanço de 2022 com margens reduzidas. Para o Sindusfarma, o reajuste é necessário para repor as perdas com a inflação e os aumentos de custos de produção.

Ainda de acordo com a entidade, o último ano foi bastante atípico para a indústria farmacêutica. "Numa frente, os efeitos persistentes da pandemia de SARS-CoV-2 afetaram a produção e impulsionaram os preços de IFAs (insumos farmacêuticos ativos, cotados em dólar); na outra, a Guerra da Ucrânia manteve os gastos com logística em patamares muito altos", disse nota.

O Procon de Canoas orienta aos consumidores para que denunciem preços acima do valor de mercado, pelo WhatsApp (51) 99149.0991. A entidade recomenda para os canoenses que desejam economizar que seja feita a comparação de preço e fiquem atentos às promoções nas farmácias. O consumidor também tem a opção de genéricos.

Aposentado gasta 30% em remédios e volta a trabalhar

O pintor de automóveis aposentado Paulo Roberto da Cunha Felizberto, de 64 anos, atua como motorista de aplicativo para complementar a aposentadoria de pouco mais de um salário mínimo. Ele faz uso de cinco tipos de medicamentos contínuos, o que representa cerca de 30% da renda. "Há alguns anos atrás sofri um AVC, desde então preciso tomar remédio para o sangue 'afinar'. Tomo também medicamentos para a pressão arterial e para controle do colesterol. Se eu não fizesse esse extra com as corridas seria inviável comprar todos os remédios que preciso e manter o compromisso com as contas mensais", explica o idoso.

Felizberto fala que o impacto do reajuste dos medicamentos será sentido imediatamente por ele. "Não tenho como fazer estoque de remédio. Compro para passar o mês. Vou ter que fazer mais corridas para compensar", revela.

O aposentado conta que faz corridas diariamente. "Só não faço quando não estou me sentindo bem. Todos os dias tomo certinho meus remédios, mas já teve vezes que precisei ficar em casa porque estava indisposto. Depois do AVC tenho que me cuidar ao máximo", detalha.

O idoso diz que ele compra todos os medicamentos que precisa. "Não posso deixar faltar. Já tentei pegar alguns na farmácia popular, mas a resposta era sempre a mesma, 'em falta'. Desisti, não posso correr o risco de prejudicar minha saúde por falta de tratamento. Por isso, deixei minha aposentadoria de lado."

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