FEMINICÍDIO
Marido que matou catequista em Estância Velha é preso no Amazonas
Na lista da Interpol, o empreiteiro César Luís Velho usava outro nome e tentava fazer identidade falsa em cidade vizinha a Manaus
Última atualização: 26/07/2024 10:13
Há mais de cinco anos procurado pela morte brutal da esposa em Estância Velha, o empreiteiro César Luís Velho, 58, foi preso quando tentava fazer carteira de identidade falsa no Amazonas. O flagrante aconteceu na manhã desta quarta-feira (26), em meio a uma dissimulação teatral. Ele estava na lista de foragidos da Interpol, a polícia internacional. A professora Elaine Maria Tretto, 51, foi enforcada pelo marido enquanto dava aula de catequese.
Natural de Novo Hamburgo, o empreiteiro foi por volta das 9 horas a um posto de identificação de Iranduba, a 27 quilômetros da capital Manaus, com uma certidão de nascimento falsificada. O documento era oficial, da Casa da Moeda, mas preenchido com dados inverídicos. Ele se passava por Celso Bernardo de Oliveira, de 52 anos, nascido em Iranduba.
Encenação
Velho estava acompanhado de uma mulher de 57 anos, que se apresentou como assessora de um escritório de advocacia. Segundo o delegado Raul Augusto Neto, de Iranduba, a mulher dizia que prestava assistência ao homem porque ele era morador de comunidade rural e não sabia se expressar para pedir emissão da primeira via da carteira de identidade. “O infrator se passava por paciente de câncer, alegando que teria nascido em Iranduba, e que, desde a infância, passou a residir na área rural em Tabatinga (a 1.108 quilômetros da capital), onde a certidão de nascimento teria sido emitida”, declara o policial.
Entretanto, segundo o delegado, o homem não soube dizer há quanto tempo estaria morando em Tabatinga e demonstrou total desconhecimento daquela região. Também não soube explicar o motivo de estar emitindo o primeiro RG. “E disse que veio daquele município de caminhão, porém os únicos acessos são de avião ou via fluvial”, acrescenta.
Acompanhante tentou distrair policiais
Levado à delegacia, Velho insistia no nome falso. Os agentes amazonenses não imaginavam o que estava por trás do suspeito. Decidiram fazer consulta pelo sistema de reconhecimento facial da Polícia Federal, por onde chegaram ao mandado de prisão preventiva pela cidade gaúcha de Estância Velha. Enquanto isso, a acompanhante dava início a nova encenação para tumultuar e distrair os policiais. A mulher fez um “barraco”. Fingiu estar passando mal. Na cela, conforme a Polícia, Velho tentou se lesionar com algemas para poder ser hospitalizado.
Foragido tentou se valer das eleições
Velho foi tentar uma nova identidade justamente em período que, por causa das eleições, só poderia ser preso em flagrante. Ou seja, não poderia ser capturado em razão da preventiva expedida por Estância Velha. Acabou ficando recolhido pelo uso de documento falso, que rendeu flagrante para ele e a acompanhante. A Justiça de Iranduba homologou o ato e já o converteu em preventiva. Na próxima terça, estará novamente valendo a preventiva pelo homicídio da esposa.
Delegado articula transferência do réu
O delegado de Estância Velha, Rafael Sauthier, foi avisado na tarde desta quinta-feira (27) da captura. “Entrei em contato com o Ministério Público para viabilizarmos a transferência do réu para cá. Essa captura é essencial para que se faça justiça no feminicídio. Com o réu preso, a conclusão do processo criminal já em andamento tem chances reais de chegar à efetiva punição, caso haja sua condenação”, comenta Sauthier.
Homem amarrou alunas e enforcou professora
O crime abalou Estância Velha. Professora aposentada da rede municipal, Elaine recém havia iniciado aula de catequese para três mulheres, por volta das 19 horas de 31 de agosto de 2017, na capela da Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro Nova Estância. Uma criança de 10 anos acompanhava uma aluna. Segundo as testemunhas, um homem armado, de capacete e luvas, entrou e foi direto a Elaine. Ainda conforme as mulheres, o bandido as amarrou e amordaçou. Também amordaçada e amarrada, a professor foi arrastada ao banheiro. O homem a espancou e a enforcou com uma espécie de corda sobre o marco da porta. O corpo ficou no local.
A Polícia indiciou o marido como autor. O homicídio foi cometido com muito ódio, típico de crime passional. Os depoimentos tratam Elaine como mulher oprimida por Velho. Ela queria se separar, mas ele não aceitava. Os três filhos do casal - duas jovens e um menino - confirmaram a crise conjugal.
Velho fugiu no dia 13 de setembro de 2017, quando foi decretada a preventiva. O processo criminal foi suspenso em 25 de agosto do ano seguinte, para evitar a prescrição, e poucos dias depois o procurado entrou na lista da Interpol. Agora com a recaptura, a ação penal será reativada.
Há mais de cinco anos procurado pela morte brutal da esposa em Estância Velha, o empreiteiro César Luís Velho, 58, foi preso quando tentava fazer carteira de identidade falsa no Amazonas. O flagrante aconteceu na manhã desta quarta-feira (26), em meio a uma dissimulação teatral. Ele estava na lista de foragidos da Interpol, a polícia internacional. A professora Elaine Maria Tretto, 51, foi enforcada pelo marido enquanto dava aula de catequese.
Natural de Novo Hamburgo, o empreiteiro foi por volta das 9 horas a um posto de identificação de Iranduba, a 27 quilômetros da capital Manaus, com uma certidão de nascimento falsificada. O documento era oficial, da Casa da Moeda, mas preenchido com dados inverídicos. Ele se passava por Celso Bernardo de Oliveira, de 52 anos, nascido em Iranduba.
Encenação
Velho estava acompanhado de uma mulher de 57 anos, que se apresentou como assessora de um escritório de advocacia. Segundo o delegado Raul Augusto Neto, de Iranduba, a mulher dizia que prestava assistência ao homem porque ele era morador de comunidade rural e não sabia se expressar para pedir emissão da primeira via da carteira de identidade. “O infrator se passava por paciente de câncer, alegando que teria nascido em Iranduba, e que, desde a infância, passou a residir na área rural em Tabatinga (a 1.108 quilômetros da capital), onde a certidão de nascimento teria sido emitida”, declara o policial.
Entretanto, segundo o delegado, o homem não soube dizer há quanto tempo estaria morando em Tabatinga e demonstrou total desconhecimento daquela região. Também não soube explicar o motivo de estar emitindo o primeiro RG. “E disse que veio daquele município de caminhão, porém os únicos acessos são de avião ou via fluvial”, acrescenta.
Acompanhante tentou distrair policiais
Levado à delegacia, Velho insistia no nome falso. Os agentes amazonenses não imaginavam o que estava por trás do suspeito. Decidiram fazer consulta pelo sistema de reconhecimento facial da Polícia Federal, por onde chegaram ao mandado de prisão preventiva pela cidade gaúcha de Estância Velha. Enquanto isso, a acompanhante dava início a nova encenação para tumultuar e distrair os policiais. A mulher fez um “barraco”. Fingiu estar passando mal. Na cela, conforme a Polícia, Velho tentou se lesionar com algemas para poder ser hospitalizado.
Foragido tentou se valer das eleições
Velho foi tentar uma nova identidade justamente em período que, por causa das eleições, só poderia ser preso em flagrante. Ou seja, não poderia ser capturado em razão da preventiva expedida por Estância Velha. Acabou ficando recolhido pelo uso de documento falso, que rendeu flagrante para ele e a acompanhante. A Justiça de Iranduba homologou o ato e já o converteu em preventiva. Na próxima terça, estará novamente valendo a preventiva pelo homicídio da esposa.
Delegado articula transferência do réu
O delegado de Estância Velha, Rafael Sauthier, foi avisado na tarde desta quinta-feira (27) da captura. “Entrei em contato com o Ministério Público para viabilizarmos a transferência do réu para cá. Essa captura é essencial para que se faça justiça no feminicídio. Com o réu preso, a conclusão do processo criminal já em andamento tem chances reais de chegar à efetiva punição, caso haja sua condenação”, comenta Sauthier.
Homem amarrou alunas e enforcou professora
O crime abalou Estância Velha. Professora aposentada da rede municipal, Elaine recém havia iniciado aula de catequese para três mulheres, por volta das 19 horas de 31 de agosto de 2017, na capela da Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro Nova Estância. Uma criança de 10 anos acompanhava uma aluna. Segundo as testemunhas, um homem armado, de capacete e luvas, entrou e foi direto a Elaine. Ainda conforme as mulheres, o bandido as amarrou e amordaçou. Também amordaçada e amarrada, a professor foi arrastada ao banheiro. O homem a espancou e a enforcou com uma espécie de corda sobre o marco da porta. O corpo ficou no local.
A Polícia indiciou o marido como autor. O homicídio foi cometido com muito ódio, típico de crime passional. Os depoimentos tratam Elaine como mulher oprimida por Velho. Ela queria se separar, mas ele não aceitava. Os três filhos do casal - duas jovens e um menino - confirmaram a crise conjugal.
Velho fugiu no dia 13 de setembro de 2017, quando foi decretada a preventiva. O processo criminal foi suspenso em 25 de agosto do ano seguinte, para evitar a prescrição, e poucos dias depois o procurado entrou na lista da Interpol. Agora com a recaptura, a ação penal será reativada.
Natural de Novo Hamburgo, o empreiteiro foi por volta das 9 horas a um posto de identificação de Iranduba, a 27 quilômetros da capital Manaus, com uma certidão de nascimento falsificada. O documento era oficial, da Casa da Moeda, mas preenchido com dados inverídicos. Ele se passava por Celso Bernardo de Oliveira, de 52 anos, nascido em Iranduba.
Encenação
Velho estava acompanhado de uma mulher de 57 anos, que se apresentou como assessora de um escritório de advocacia. Segundo o delegado Raul Augusto Neto, de Iranduba, a mulher dizia que prestava assistência ao homem porque ele era morador de comunidade rural e não sabia se expressar para pedir emissão da primeira via da carteira de identidade. “O infrator se passava por paciente de câncer, alegando que teria nascido em Iranduba, e que, desde a infância, passou a residir na área rural em Tabatinga (a 1.108 quilômetros da capital), onde a certidão de nascimento teria sido emitida”, declara o policial.