abc+

JÚRI POPULAR

Marido é condenado pelo assassinato da esposa catequista em Estância Velha

Cesar Luis Velho cometeu o crime em 2017 quando Elaine Maria Tretto tinha 51 anos.

Dário Gonçalves
Publicado em: 24/10/2024 às 22h:23 Última atualização: 25/10/2024 às 00h:01
Publicidade

Após um julgamento que se estendeu por toda a quinta-feira (24), Cesar Luis Velho, de 60 anos, foi condenado pelo homicídio qualificado de sua esposa, a catequista Elaine Maria Tretto, de 51 anos, cometido em agosto de 2017. O tribunal, que se reuniu no Salão Plenário da Câmara de Vereadores de Estância Velha, ouviu testemunhas e o réu antes de tomar a decisão.


Elaine ao lado de Cesar Velho. A vítima tinha 51 anos | abc+



Elaine ao lado de Cesar Velho. A vítima tinha 51 anos

Foto: Arquivo/GES


O local esteve lotado por populares, inclusive, muitas mulheres usavam faixas brancas na cabeça com a palavra “justiça” escrita. Em depoimento, a filha do casal, disse que o pai não era afetivo e nem presente com os filhos. “Eu sempre tive que me esforçar muito pra ter uma relação com ele. Forçava para dar um abraço pra ver se um dia a relação melhorava, mas era sempre um esforço de todo mundo”.

Leia mais: PREVISÃO DO TEMPO: Ciclone se afasta mas ainda há risco de ventos fortes no RS; veja o que esperar

Ao ser questionada como era Elaine, a filha disse que a mãe era uma pessoa forte, mas vulnerável emocionalmente com o marido, e que não denunciava os maus tratos por medo dele ficar mais perigoso.

Emocionada, ela relatou: “Uma das maiores preocupações da minha mãe, era de que nós fôssemos mulheres fortes. Justamente por tudo o que ela passava. Ela sempre me ensinou que eu não deveria aceitar as coisas, que deveria lutar, não ficar quieta e ter coragem. Eu sempre admirei ela, sempre foi uma boa mãe, carinhosa, ela se virava nos 30 para dar conta da gente, das contas, da vida dela. Sempre estudou muito, ensinou o valor de correr atrás do que a gente queria. Era muito amada por todo mundo.”


Testemunha presta depoimento | abc+



Testemunha presta depoimento

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial


O promotor Bruno Amorim Carpes, do Ministério Público do Estado, ainda questionou se a testemunha tinha alguma dúvida se o pai havia matado a mãe. “Não, nenhuma!”, declarou.

Réu foi mantido na delegacia

A filha do casal não quis prestar seu depoimento na presença do pai. Por isso, enquanto ela falava, o Velho foi mantido na Delegacia de Polícia Civil, que fica exatamente ao lado da Câmara de Vereadores, onde ocorreu o julgamento. “Nós somos uma defesa dativa, nomeados porque faltou defensor público. O doutor Vinícius (Jahn Vargas) me convidou para participar. Estudamos todo o processo, existem elementos para todos os lados. E a gente está aguardando, neste momento, a conclusão para poder verificar de que forma vamos atuar. Então, a gente ainda não consegue traçar uma linha de como vai atuar”, explicou o advogado da defesa, Igor Garcia, antes que ele fizesse o depoimento.



Em sua vez de falar, o juiz atendeu a solicitação do réu de que não falaria diante do povo, e ordenou que os presentes saíssem do plenário.

Veja também: Familiares e amigos se despedem de PM baleado por atirador de Novo Hamburgo nesta sexta-feira

Por volta das 22h15, a senteça foi proferida. Cesar Luis Velho foi condenado a 27 anos de prisão pelo assassinato de Eliane e a 3 anos e 9 anos de reclusão por posse ilegal de arma e constrangimento ilegal. 

Relembre o caso:

O crime ocorreu na noite de 31 de agosto de 2017, enquanto Elaine ministrava uma aula de
catequese na igreja Nossa Senhora Auxiliadora. O marido, utilizando um capacete e vestimentas de motociclista, invadiu a igreja e, sob ameaça, rendeu a esposa e as alunas presentes, incluindo uma criança de 10 anos. Em um ato brutal, ele amarrou e estrangulou Elaine em uma sala reservada.

Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade