Nesta terça-feira (26), líderes sindicais e familiares de Carlos Roberto Backaus, trabalhador que morreu em um acidente de trabalho no último dia 18, participaram de um ato em frente à empresa Dalleaço, localizada às margens da BR-116, no bairro Campina, em São Leopoldo.
Organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, a mobilização contou com cerca de 70 pessoas, incluindo representantes sindicais de Canoas e São Leopoldo, além de funcionários da empresa. Parte dos trabalhadores retornou às atividades após uma semana parados devido à interdição do prédio.
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Carlos Backaus, de 48 anos, conhecido como Carlão pelos colegas, perdeu a vida após o desmoronamento de um equipamento (ponte rolante) durante o expediente. A estrutura, segundo relatos, apresentava sinais de desgaste estrutural, levantando preocupações sobre as condições de manutenção e segurança na empresa. Conforme o presidente do Sindicato, Valmir Lodi, nos últimos dois anos, três trabalhadores perderam a vida dentro de empresas ligadas ao ramo metalúrgico no Vale do Sinos, além dos inúmeros acidentes de trabalho registrados no período.
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O histórico de tragédias no setor acendeu o sinal de alerta para o grupo sindical. “Nós fizemos uma manifestação na porta da empresa hoje [terça-feira] para cobrar que priorizem a segurança dos trabalhadores, porque não dá mais para aceitar que trabalhadores saiam de casa e voltem dentro do caixão. Isso não vamos aceitar mais”, afirmou Lodi.
Ele também destacou que o sindicato acionou o Ministério do Trabalho e se reuniu com representantes da Dalleaço para tratar do tema. “Pedimos que a empresa invista mais em segurança e faça manutenção periódica das máquinas e da ponte rolante”, pontuou.
Familiares falam em justiça e empresa diz que está tomando as medidas necessárias
Durante o protesto, Gilberto Backaus, irmão de Carlão, fez um apelo emocionado. “Esperamos que a empresa reveja todos os seus processos, fazendo a manutenção necessária para que todos os funcionários tenham segurança para trabalhar. O que não aconteceu com a família do meu irmão”, declarou. “Nada irá trazê-lo de volta, mas, em memória dele, pelo amor que tinha pelo trabalho e pelos colegas, que seja feita justiça. E justiça para nós é todos trabalharem em segurança”, sublinhou.
A Dalleaço se manifestou por meio de seu advogado, Maurício Noll. “A empresa está empenhada em esclarecer os fatos que motivaram o acidente e está tomando todas as medidas necessárias, prestando todo o auxílio e solidariedade à família”, disse. Noll afirmou ainda que a empresa tem compromisso com a segurança e o bem-estar de seus colaboradores e garantiu que a elucidação do caso “permanece firme e inabalável”.
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Os líderes sindicais reforçaram a necessidade de maior fiscalização e exigiram ações imediatas para evitar novas tragédias. “Carlos era um trabalhador dedicado. Sua morte é um alerta que não pode ser ignorado. Estamos aqui para garantir que medidas sejam tomadas”, reiterou Lodi.
O Ministério do Trabalho e Emprego segue investigando o caso para apurar responsabilidades e possíveis falhas nos protocolos de segurança. Por isso, o setor onde ocorreu a tragédia segue interditado. Apenas funcionários ligados aos setores administrativo e de apoio retornaram às suas funções. Os demais, ligados à produção, permanecem parados. “A empresa está trabalhando para cumprir com as exigências e voltar às atividades”, sinalizou Noll.
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