Mais cinco escolas estaduais da região poderão ter turmas de ensino médio em turno integral a partir de 2025. Foram pré-selecionados o Colégio Senador Alberto Pasqualini, Colégio Vila Becker e Instituto Madre Benícia, de Novo Hamburgo, Escola de Ensino Médio Araricá, de Araricá, e Instituto Paulo Freire, de São Sebastião do Caí.
No Madre Benícia, Pasqualini e Paulo Freire já foram realizaram assembleias com a comunidade escolar que aprovaram a implantação na nova modalidade de ensino. Em Araricá, o encontro seria realizado na noite desta quinta-feira (26).
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Isso significa que, se houver aprovação de pais, estudantes e professores, a partir do próximo ano os alunos do 1º ano do ensino médio destas unidades terão nove horas de aulas diárias, com uma matriz curricular própria.
Serão 1,5 mil horas de atividades anuais, com planejamento interdisciplinar, tendo como objetivo o projeto de vida do jovem. A implantação do tempo integral é gradual, iniciando sempre pelo 1º ano.
Conforme a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), o ensino médio em tempo integral busca garantir novas oportunidades de aprendizagem e protagonismo aos jovens.
As direções do Pasqualini, Paulo Freire e José de Oliveira Neto estão com expectativa de que com a chegada no ensino integral haja qualificação na oferta do ensino. Já as direções do Vila Becker e Madre Benícia informaram que só irão se manifestar quando o processo estiver finalizado junto à Seduc e 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).
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Até 2026, o Estado pretende transformar 50% das escolas de ensino médio em unidades de tempo integral e atingir um índice de 25% de matrículas nessa modalidade. Na região, são 18 colégios que já ofertam esta modalidade de estudo aos adolescentes. A primeira delas foi a Escola Estadual Fernando Ferrari de Campo Bom, em 2018.
No Rio Grande do Sul, atualmente são 205 escolas, contemplando 18% da rede estadual.
Um novo futuro para o Pasqualini
Eleisa Mathias é diretora do Pasqualini, instituição que completará 80 anos de fundação em 2025. De acordo com ela, os docentes estão com muita expectativa sobre a “virada de chave” que deve ocorrer na escola a partir do próximo ano.
Segundo Eleisa, a proposta do colégio se tornar integral no ensino médio surgiu em 2023, mas foi aprovada pela comunidade escolar na quinta-feira (19) na semana passada. “Essa proposta vem para ampliar a qualidade de ensino aqui para essa região da cidade”, declara.
“A gente acredita que o colégio pode voltar a ser referência na educação, como era antigamente”, aposta a diretora. De acordo com ela, a Seduc acenou com a possibilidade de, no futuro, o Pasqualini voltar a ter cursos técnicos.
A vocação profissional da escola já fez parte do nome, inclusive. Em 1960, a escola se chamava Escola Industrial Senador Alberto Pasqualini, por conta da mão de obra que formava. Dentre os cursos que ofertou, estava capacitação técnica para decoração e desenhista mecânico, mecânica, auxiliar de escritório e de técnico musical.
Havia também curso de alfaiataria, fundição, sapataria e tipografia, além da produção de panos de prato e doces que eram feitos pelos alunos e vendidos em feiras. No ano 2000, a escola chegou a ter 1,6 mil alunos. Hoje, são 800 estudantes do 6º ano do ensino fundamental até o 3º do ensino médio.
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Conforme a diretora, a instituição vai passar por algumas reformas estruturais por conta da novidade, mas conta com espaço físico suficiente, incluindo salas de aula, refeitório, cozinha e auditório. Somente de área física, são quase 12 hectares.
Outra mudança que pode ocorrer é relacionada ao quadro de recursos humanos, isso porque os professores do ensino integral têm 40 horas de aulas semanais exclusivas na escola.
O Pasqualini conta atualmente com duas turmas de 9º ano do ensino fundamental e nove turmas do 1º ano do ensino médio, sendo duas dela no noturno.
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Novidade em meio à incerteza da enchente
O Instituto de Educação Paulo Freire, de São Sebastião do Caí, tem sido conhecido no Vale do Caí por duas situações distintas. A primeira, pela formação de professores, pois oferece o técnico em magistério. A segunda, por sofrer com as cheias que atingem o município caiense.
Inclusive, neste momento, a escola passa por uma reforma geral, iniciada em 2 de setembro. A enchente de maio devastou a instituição e as aulas só puderem ser retomadas em julho.
E foi em meio ao processo de reforma que a comunidade escolar se reuniu e aprovou a proposta de se tornar uma escola integral de ensino médio.
“A proposta que nos trouxeram é muito boa, por isso que teve aprovação da comunidade. Agora tem que funcionar na prática como é na teoria, daí será uma coisa boa para a escola”, diz a diretora Vanessa Padilha.
Hoje, o colégio, que completou 61 anos em agosto, atende 400 alunos do 1º ao 9º ano do fundamental e o ensino médio. “Em um primeiro momento, a gente teria como atender o ensino integral dos primeiros anos. Mas depois a escola precisaria de adaptações”, pondera.
Inundações a partir de 15 metros já atingiram a escola e interromperam as aulas, causando danos à estrutura do prédio. Nas últimas cheias, São Sebastião do Caí têm registrado marcas superiores a 16 metros, com o recorde de 17,6 metros em maio.
Segundo Vanessa, foi prometido pelo governo do Estado a construção de uma nova sede para o Paulo Freire, em local seguro. “É uma promessa. Agora não sei quantos anos para poder sair”, comenta a diretora. A Seduc foi procurada pela reportagem sobre o assunto, mas não se manifestou até o final da edição.
Um grande passo para a educação de Araricá
Com 19 anos de existência, a Escola Estadual de Ensino Médio Araricá, funciona ao lado da Escola Municipal Professor Frederico Raschke, utilizando o prédio que é do município. É a única instituição pública de ensino médio da cidade de 8,5 mil habitantes, com 230 alunos.
Embora ainda sem saber a resposta dos pais para a proposta do Estado de implantar o ensino integral, a diretora Valquíria Flores conta que os professores e funcionários estão animados com a possibilidade.
“Se der certo, será algo bem grande para a escola. É como se saísse de um patamar e fosse para o outro. Será importante para a escola e para a cidade. Será um grande passo”, salienta.
Atualmente, o colégio funciona apenas pela manhã e à noite, tendo a estrutura ociosa durante o período da tarde. Sem contar com refeitório ou quadra coberta, Valquíria comenta que a parceria com a escola vizinha poderá resolver a falta de estrutura para atender a nova modalidade de ensino.
A diretora vê na implantação do tempo integral a possibilidade de receber mais recursos e também a oferta de uma nova possibilidade para os jovens, que ficarão afastados de situações de vulnerabilidade e não terão apenas o celular como opção para ocupar o tempo. “Hoje nós temos só as salas e a boa vontade, mas acreditamos no projeto”, declara.
Escolas onde o ensino médio integral já funciona na região:
- Fernando Ferrari (Campo Bom)
- Neusa Mari Pacheco- Ciep (Canela)
- José Gomes de Vasconcelos Jardim (Canoas)
- São Francisco de Assis (Canoas)
- Princesa Isabel (Estância Velha)
- AJ Renner (Montenegro)
- Engenheiro Ignacio Christiano Plangg (Novo Hamburgo)
- João Mosmann (Parobé)
- Adelina da Cunha (Parobé)
- Instituto de Educação de Sapiranga (Sapiranga)
- Padre Reus (Esteio)
- Dyonelio Machado (Esteio)
- Estadual Professora Nena – Ciep (Sapiranga)
- Ivo Bühler – Ciep (Montenegro)
- Cônego Scherer (Santa Maria do Herval)
- Willybaldo Samrsla – Ciep (Taquara)
- Helena Câmara e Victor Becker (São Leopoldo)
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