Operador financeiro e logístico da facção que domina o tráfico no Vale do Sinos e em boa parte do Estado, ostentava vida de luxo em casa de alto padrão no bairro Campestre, em São Leopoldo. Em outra, a poucas quadras, mantinha laboratório de refino de cocaína e guardava dinheiro do crime organizado. O homem de 30 anos foi preso na noite de segunda-feira (22) com R$ 824 mil depositados, na maior parte, em bacias de plástico. Também foram apreendidos R$ 500 mil em drogas, três pistolas, munições e outros materiais da quadrilha.
Segundo o delegado Gabriel Borges, do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), o gestor da facção foi abordado quando saía de casa em um Renault Logan. No carro, os agentes encontraram um quilo de cocaína. “Diante da situação de flagrante, a equipe efetuou a entrada no domicílio e localizou uma pistola calibre 9 milímetros e diversas munições, além de balanças de precisão e uma máquina de contar dinheiro”, relata Borges.
A residência, de amplo pátio com piscina e quiosque para festas, era alugada como moradia do traficante. O delegado observa que, com o monitoramento do suspeito há um mês, foi possível constatar que ele utilizava dois imóveis. Os agentes foram para a outra casa locada pelo investigado, mais simples. É onde descobriram a pequena fortuna em dinheiro e drogas.
É a maior apreensão da história do Denarc
O delegado frisa que se trata da maior apreensão de dinheiro da história do Denarc. Os R$ 824 mil, que levaram cinco horas para a contagem, estavam em um quarto. Além da guarda rudimentar em bacias no piso, as cédulas podiam ser vistas por toda a parte da peça.
A cozinha tinha droga como cardápio. Uma prensa hidráulica industrial, balanças de precisão e liquidificador estavam prontos para beneficiar 12 quilos de cocaína e 10 quilos de crack. Outras duas pistolas calibre 9 milímetros foram apreendidas, ambas com numeração raspada. Foi ainda recolhido um segundo carro, estacionado na garagem.
Indiciado tem extensa ficha criminal
Borges conta que a investigação começou pela denúncia de que o suspeito fornecia grande quantidade de drogas e arrecadava o dinheiro da venda no Vale do Sinos. Os valores apreendidos, conforme salienta, corroboram o papel estratégico do indiciado na facção. O preso tem extensa ficha de tráfico e roubos. O nome não é informado por conta da Lei de Abuso de Autoridade.
O diretor de Investigações do Denarc, delegado Alencar Carraro, ressalta que a operação vai ao encontro do foco de descapitalizar as organizações criminosas.
LEIA TAMBÉM
- Categorias
- Tags