Lonas, pás e casa abandonada: O que a Polícia descobriu sobre desaparecimento e morte de empresário mineiro

Os detalhes do desaparecimento e morte do empresário mineiro Samuel Eberth de Melo, de 41 anos, foram revelados pela Polícia Civil em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (12).

O corpo dele foi encontrado na madrugada de domingo (11) em área de mata de Santo Antônio da Patrulha.

De acordo com o chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, eles souberam que se tratava de um homicído já no fim de semana em que ele sumiu. Porém, a pedido da família, o caso foi tratado em sigilo. 

Corpo foi encontrado perto de casa abandonada

O corpo de Melo foi encontrado perto de uma casa abandonada, com marcas de tiro. Conforme o diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mário Souza, um dos cães farejadores encontrou um óculos, que pertencia ao empresário, o que possibilitou que ele fosse encontrado dentro de uma propriedade.

Os delegados afirmam que Melo foi morto com ao menos nove tiros, um na cabeça e os demais nas costas. Porém, aguardam o laudo da perícia para confirmar a quantidade exata. O corpo foi encontrado em meio a folhas e telhas, o que faz com que a Polícia acredite que eles pretendiam enterrá-lo no local, próximo a um barranco, que fica perto de um riacho. Também foram compradas lonas e pás em uma loja.

Souza esclarece que já no fim de semana em que o revendedor sumiu, a Polícia tratava o caso como homicídio. Os investigadores sabiam que a vítima podia estar em uma área que ia de Novo Hamburgo ao noroeste do Rio Grande do Sul. Depois, foi possível delimitar as buscas para a zona rural de Santo Antônio da Patrulha.

"Eu falei com o pai do Samuel várias vezes e disse 'eu não posso prometer para o senhor que nós vamos encontrar o corpo'', declara o diretor do DHPP.

Dois presos

No decorrer das buscas, dois homens foram presos pelo crime. O parceiro comercial, um vendedor de Novo Hamburgo, foi preso no domingo, dia 4. Um comparsa dele foi preso último sábado (10). 

Relembre o caso

O empresário era proprietário de uma revendedora de carros em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ele estava desaparecido desde o dia 2 de junho. Ele veio para Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, para se encontrar com o parceiro com quem negociava há cerca de seis meses. A visita era para cobrar uma dívida de mais de R$ 1 milhão.

Gustavo Dido, amigo de Melo que acompanha as buscas de BH, contou à reportagem que a família e os amigos estavam angustiados com o sumiço do empresário. Ele falou com o mineiro pela última vez na manhã do dia 2. "Ele já mostrou que estava desconfiado, que estava acontecendo alguma coisa." 

Dido explica que o vendedor do Vale do Sinos ganhou a confiança do amigo, que enviava diversos veículos, avaliados em cerca de R$ 80 mil cada, para serem revendidos na região. "Porém, nesses últimos tempos, ele não estava recebendo o valor dos veículos que foram vendidos." 

No dia 31 de maio, Melo resolveu vir a Novo Hamburgo para se reunir com esse parceiro e resolver a situação dos pagamentos atrasados. Ele se hospedou em um hotel no bairro Hamburgo Velho.

Antes de sumir, ele teria ido visitar uma revenda de carros em Santo Antônio da Patrulha com o parceiro de negócios. Naquela tarde, familiares viram um story dele na carona de um veículo.

Na manhã do dia 3, o pai, o irmão e o cunhado de Melo chegaram a Novo Hamburgo e registraram o desaparecimento na Polícia Civil.