TRIBUNAL DO JÚRI
LITORAL NORTE: Mulher acusada de matar bebê e jogar corpo em lixeira é julgada nesta semana
Crime aconteceu em 2017, quando um reciclador encontrou o cadáver do recém-nascido. Caso semelhante foi registrado em abril deste ano
Última atualização: 26/03/2024 15:11
A mulher acusada de matar o filho recém-nascido e deixar o cadáver dentro de uma sacola em uma lixeira em Tramandaí, no litoral norte, começa a ser julgada pelo Tribunal do Júri da cidade a partir das 9 horas desta quinta-feira (1º).
O caso aconteceu em junho de 2017, quando um reciclador encontrou o corpo do bebê na Avenida Rubem Berta. A ré, atualmente com 34 anos, responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver.
Em dezembro de 2017, a Justiça decretou a prisão preventiva da mulher. No entanto, ela não foi localizada. Durante o período em que ficou foragida, a defesa da ré conseguiu reverter a prisão e a acusada passou a responder em liberdade.
Ao todo, serão ouvidas quatro testemunhas – sendo três do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e uma da defesa – antes do interrogatório da acusada. Após, se iniciarão os debates.
O Ministério Público e a defesa terão, cada, 1h30 para se manifestarem. Se tiver réplica e tréplica, o tempo será de 1 hora cada. A acusação em plenário será feita pelos promotores de Justiça André Luiz Tarouco Pinto e Karine Camargo Teixeira.
Relembre o caso
Conforme denúncia do MPRS, a acusada escondeu a gravidez do companheiro e de familiares com cintas abdominais, shorts com extensão abdominal e protetores de seios. Em 11 de junho de 2017, por volta das 23 horas, ao entrar em trabalho de parto, ela foi ao banheiro do andar de baixo de sua residência, na Zona Nova de Tramandaí, e deu à luz a uma criança do sexo masculino.
Para matar o recém-nascido, ela teria colocado uma bucha de papel na boca da vitima e o asfixiado. Posteriormente, colocou o bebê e a placenta em uma sacola plástica e deixou no armário do banheiro.
Para abafar os barulhos e eventual choro do bebê, ainda segundo a denúncia, a ré ligou o secador de cabelos e o chuveiro. Depois, limpou todo o banheiro.
Para Tarouco, a intenção da ré era não estabelecer qualquer vínculo afetivo com o filho. “Ela praticou o crime contra um recém-nascido, incapaz de esboçar qualquer tipo de defesa contra a agressão perpetrada. Ainda dificultou qualquer possibilidade de alguém perceber o crime ao acionar chuveiro e ligar secador de cabelos, propagando barulhos que impediram que as pessoas presentes tomassem ciência dos fatos e agissem em defesa do recém-nascido”, disse o promotor.
No dia seguinte, por volta das 13h30, ela ocultou o cadáver do filho. A acusada colocou-o em uma sacola com a placenta em uma lixeira na Avenida Rubem Berta. Depois, um reciclador encontrou o corpo do recém-nascido e acionou a Brigada Militar.
Caso semelhante em abril deste ano
O corpo de um recém-nascido foi encontrado em uma cooperativa de de reciclagem na zona rural de Tramandaí na tarde do dia 18 de abril. O trabalhador do local, que localizou o cadáver, achou, inicialmente, que se tratava de uma boneca.
Exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP) devem identificar os genitores da criança.