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LEPTOSPIROSE: Enchentes aumentam risco da doença; saiba quais são os sintomas e como se prevenir

Tratamento deve ser iniciado, preferencialmente, até cinco dias após o início dos sintomas, para evitar que quadro se agrave; se não tratada, doença pode levar a morte

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Publicado em: 21/11/2023 às 15h:40 Última atualização: 21/11/2023 às 15h:42
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As enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o último fim de semana têm deixado a população exposta a riscos. Entre eles, estão a contaminação por doenças, como a leptospirose, que tem a incidência aumentada em inundações e, caso não tratada logo, pode levar a morte.

Por isso, é preciso ficar atento aos sintomas que podem surgir após ter contato com água ou lama contaminadas, além de conferir quais medidas de segurança podem ser adotadas para prevenir a transmissão da doença.

Abaixo, saiba mais sobre a leptospirose.

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Enchente

Foto: Prefeitura de Montenegro/Arquivo

Doença

A leptospirose é uma doença infecciosa febril, transmitida pelo contato com a urina de animais, principalmente ratos e outros roedores, infectados pela bactéria Leptospira. É uma enfermidade curável, mas em casos mais graves — que ocorre em cerca de 15% dos diagnósticos — pode levar a hospitalizações e até mesmo a morte.

A taxa de letalidade nos casos graves é de 40%.

Não há vacina para leptospirose, mas a doença possui tratamento.

Contaminação

A contaminação acontece pela pele, com mais facilidade quando a pessoa possui algum ferimento ou arranhão, ou quando se é exposto à água contaminada por longos períodos. Por isso, apesar de são ser a única maneira do contágio ocorrer, a chance que aconteça é maior quando há inundações, enxurradas e lama. 

Sintomas

A doença pode levar até 30 dias para se desenvolver, mas, de modo geral, os sintomas começam a aparecer entre o 7º e o 14º dia após a exposição. A leptospirose, contudo, tem um amplo espectro clínico.

As manifestações iniciais da doença incluem:

  • Febre;
  • Calafrios;
  • Dor de cabeça;
  • Dores no corpo e musculares (principalmente nas panturrilhas);
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Perda de apetite;
  • Fadiga.

Em casos mais graves, é comum que a pessoa também apresente icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), insuficiência renal e hemorragias, que caracteriza a síndrome de Weil.

Veja outras manifestações na fase tardia da doença:

  • Síndrome de Weil: tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias.
  • Síndrome de hemorragia pulmonar: lesão pulmonar aguda e sangramento maciço.
  • Comprometimento pulmonar: tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica.
  • Síndrome da angústia respiratória aguda: desconforto respiratório, fraqueza muscular, pele azulada.
  • Manifestações hemorrágicas: pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central.

O que fazer se tiver sintomas

Caso a pessoa manifeste algum dos sintomas, principalmente febre, é preciso buscar atendimento médico o mais rápido possível, para evitar a evolução do quadro. A orientação é reforçada no caso de a pessoa ter tido contato com água ou lama de enchentes. A automedicação não é recomenda e pode agravar a doença. 

Tratamento

Apenas um médico é capaz de diagnosticar e tratar a doença, que é identificada a partir da coleta de sangue. De preferência, o tratamento, com o uso de antibióticos, deve ser iniciado até o quinto dia após a apresentação dos primeiros sintomas. Por isso, em caso de contato com roedores, água e lama de inundações, é importante que a situação seja relatada ao médico.

Em casos leves, o tratamento pode ser feito em qualquer unidade básica de saúde.

Prevenção

Para prevenir a leptospirose, o Ministério da Saúde recomenda à população:

  • Evitar o contato com água ou lama de enchentes, bem como impedir que crianças nadem ou brinquem nas águas de enchentes ou córregos;
  • Usar botas e luvas de borracha durante o trabalho de limpeza da lama, nas residências ou nas ruas, bem como na remoção de detritos e desentupimentos de esgotos e manilhas;
  • Lavar chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas pelas enchentes com sabão e água sanitária, na proporção de um copo de água sanitária para vinte litros de água;
  • Jogar fora todo o alimento que teve contato com a água da enchente; 
  • Armazenar o lixo em recipientes bem fechados e em locais elevados do solo, para que não sirva de fonte de alimento para os ratos. O ideal é colocar o lixo na rua para a coleta pública pouco antes do caminhão de lixo passar e jamais jogá-lo em córrego, bueiros ou na rua.

Além disso, também é recomendado que a cozinha seja mantida limpa, sem restos de comida, com alimentos guardados em recipientes bem fechados e sem ração de animais domésticos. O pátio da casa deve ser mantido limpo, sem entulhos. A luz solar também ajuda a matar a bactéria.

Outros cuidados

Além da leptospirose, após situações de inundações, é necessário observar sintomas que podem ser relacionados a outras doenças, como hepatites virais A e E, febre tifóide e doenças diarréicas. Também é comum que as pessoas que tiveram contato com a água de enchente possam ter doenças respiratórias, como gripes e resfriados. 

Os alagamentos também aumentam a ocorrência de acidentes com animais peçonhentos, em função de deslocamentos dos habitats naturais destes animais. Por isso, é preciso atenção.

*Com informações de governo federal e do governo do RS

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