TEATRO DO CRIME
Juiz solta dois e decreta prisão de um envolvido em delegacia clandestina de Novo Hamburgo
Magistrado ainda analisa preventiva dos chefes dos dois falsos órgãos de segurança descobertos em dois dias na semana que passou
Última atualização: 29/08/2024 16:26
Dois dos três presos pela montagem de delegacia de polícia clandestina no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, foram soltos na noite de sexta-feira (29). Um teve preventiva decretada e continua recolhido. O pedido de prisão do foragido catarinense que escapou da abordagem, apontado como chefe do esquema, ainda é analisado. Também está sob avaliação a preventiva do suposto coordenador de outra falsa delegacia em Canudos, descoberta pela 1ª DP da cidade menos de 48 horas depois da primeira. As duas eram usadas no golpe do nudes e têm centenas de vítimas pelo País.
O trio preso por participação no órgão de segurança fictício em prédio na Rua Sapiranga, por volta das 15 horas da última quarta-feira (27), teve audiência de custódia no fim da tarde de sexta na 2ª Vara Criminal de Novo Hamburgo. O dono do prédio, um hamburguense de 19 anos que têm barbearia no térreo, apresentou contrato de aluguel do segundo andar, onde funcionava o falso gabinete policial.
Os liberados
“O acusado alegou que os comprimidos de ecstasy apreendidos em sua posse se destinavam ao consumo próprio. Diante de tais circunstâncias, ainda que se possa considerar a existência de indícios da participação de (nome do indiciado) nos delitos em exame, esses não são suficientes para justificar a manutenção da segregação cautelar. Trata-se de flagrado primário, sem qualquer registro criminal anterior, sendo perfeitamente viável que responda em liberdade”, despachou o juiz Ricardo Carneiro Duarte. O hamburguense, com flagrante homologado, recebeu a chamada liberdade provisória.
A outra soltura, de uma maquiadora de 24 anos, foi tecnicamente um “relaxamento de prisão”. Dois dias após homologar o flagrante, o juiz considerou que a situação dela não se enquadrava na medida sob argumento de que não foi presa no prédio, mas no trabalho - um salão de beleza na área central. “O fato de a acusada ser irmã e companheira dos flagrados, embora indique que era sabedora das atividades ilícitas, não autoriza a prisão em flagrante”, observou.
Cunhado do chefe aguarda vaga no presídio
O único com preventiva decretada até o momento é um catarinense de 31 anos, irmão da maquiadora solta, que é esposa do chefe do esquema foragido. Os três são do norte de Santa Catarina.
“Além da vultosa quantidade de entorpecentes apreendidos (2,6 mil comprimidos de ecstasy e 60 gramas de maconha) no imóvel em que estava o acusado, foram localizados diversos artefatos análogos aos utilizados pelas autoridades policiais, os quais compunham uma delegacia fictícia visando à prática de crimes como extorsão e estelionato”, decretou o magistrado. Duarte frisou que, mesmo na condição de réu primário, o homem deve ser mantido preso. Até a noite deste domingo (1º), o catarinense continuava no xadrez da Central de Polícia à espera de vaga no sistema prisional.
Já o cunhado, marido da irmã maquiadora solta, é o único com antecedentes. E muitos. Mesmo que o juiz não tenha decidido sobre a preventiva em relação à delegacia clandestina, Gustavo Antônio Demétrio Araújo, 26, é procurado com dois mandados de prisão por tráfico em Santa Catarina, onde está foragido do semiaberto desde outubro de 2020. Também já foi preso com carga de maconha em Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai. Ele conseguiu escapar pelas escadas da falsa delegacia e sumiu no mato.
Delegado pede prisão também no segundo caso
O delegado da 1ª DP de Novo Hamburgo, Tarcísio Kaltbach, já pediu também a prisão do homem apontado como chefe da falsa delegacia descoberta às 11h30 de sexta na Rua José Aloisio Daudt, na Vila das Flores. É um assaltante de 29 anos, que locava a sala, acusado de roubos à mão armada em Novo Hamburgo, Portão e Esteio. O juiz deve decidir nesta semana.
Estúdios de encenação para extorquir
Segundo o delegado, é investigada possível relação entre as salas desativadas pela Operação Teatro do Crime. “Nos dois locais, constatamos o mesmo modo de agir, utilizando e maculando a imagem da Polícia para aplicar golpes”, observa Tarcísio. Eram réplicas de gabinetes oficiais, com banners, algemas, distintivos, rádios comunicadores, pilhas de documentos falsificados, armas e vários outros ornamentos.
No ambiente, com inquéritos, intimações, mandados de prisão e certidões de óbito adulterados, os criminosos encenavam a rotina de uma delegacia para extorquir vítimas em todo o País. Depois de atrair homens mais velhos por meio das redes sociais, utilizando fotos de mulheres jovens e adolescentes, conseguiam seduzi-los a trocar fotos íntimas. Com as imagens comprometedoras, entravam em contato, como agente ou delegado, dizendo que a vítima deveria pagar para não ser investigada. “É um golpe milionário, com centenas de vítimas.”
Dois dos três presos pela montagem de delegacia de polícia clandestina no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, foram soltos na noite de sexta-feira (29). Um teve preventiva decretada e continua recolhido. O pedido de prisão do foragido catarinense que escapou da abordagem, apontado como chefe do esquema, ainda é analisado. Também está sob avaliação a preventiva do suposto coordenador de outra falsa delegacia em Canudos, descoberta pela 1ª DP da cidade menos de 48 horas depois da primeira. As duas eram usadas no golpe do nudes e têm centenas de vítimas pelo País.
O trio preso por participação no órgão de segurança fictício em prédio na Rua Sapiranga, por volta das 15 horas da última quarta-feira (27), teve audiência de custódia no fim da tarde de sexta na 2ª Vara Criminal de Novo Hamburgo. O dono do prédio, um hamburguense de 19 anos que têm barbearia no térreo, apresentou contrato de aluguel do segundo andar, onde funcionava o falso gabinete policial.
Os liberados
“O acusado alegou que os comprimidos de ecstasy apreendidos em sua posse se destinavam ao consumo próprio. Diante de tais circunstâncias, ainda que se possa considerar a existência de indícios da participação de (nome do indiciado) nos delitos em exame, esses não são suficientes para justificar a manutenção da segregação cautelar. Trata-se de flagrado primário, sem qualquer registro criminal anterior, sendo perfeitamente viável que responda em liberdade”, despachou o juiz Ricardo Carneiro Duarte. O hamburguense, com flagrante homologado, recebeu a chamada liberdade provisória.
A outra soltura, de uma maquiadora de 24 anos, foi tecnicamente um “relaxamento de prisão”. Dois dias após homologar o flagrante, o juiz considerou que a situação dela não se enquadrava na medida sob argumento de que não foi presa no prédio, mas no trabalho - um salão de beleza na área central. “O fato de a acusada ser irmã e companheira dos flagrados, embora indique que era sabedora das atividades ilícitas, não autoriza a prisão em flagrante”, observou.
Cunhado do chefe aguarda vaga no presídio
O único com preventiva decretada até o momento é um catarinense de 31 anos, irmão da maquiadora solta, que é esposa do chefe do esquema foragido. Os três são do norte de Santa Catarina.
“Além da vultosa quantidade de entorpecentes apreendidos (2,6 mil comprimidos de ecstasy e 60 gramas de maconha) no imóvel em que estava o acusado, foram localizados diversos artefatos análogos aos utilizados pelas autoridades policiais, os quais compunham uma delegacia fictícia visando à prática de crimes como extorsão e estelionato”, decretou o magistrado. Duarte frisou que, mesmo na condição de réu primário, o homem deve ser mantido preso. Até a noite deste domingo (1º), o catarinense continuava no xadrez da Central de Polícia à espera de vaga no sistema prisional.
Já o cunhado, marido da irmã maquiadora solta, é o único com antecedentes. E muitos. Mesmo que o juiz não tenha decidido sobre a preventiva em relação à delegacia clandestina, Gustavo Antônio Demétrio Araújo, 26, é procurado com dois mandados de prisão por tráfico em Santa Catarina, onde está foragido do semiaberto desde outubro de 2020. Também já foi preso com carga de maconha em Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai. Ele conseguiu escapar pelas escadas da falsa delegacia e sumiu no mato.
Delegado pede prisão também no segundo caso
O delegado da 1ª DP de Novo Hamburgo, Tarcísio Kaltbach, já pediu também a prisão do homem apontado como chefe da falsa delegacia descoberta às 11h30 de sexta na Rua José Aloisio Daudt, na Vila das Flores. É um assaltante de 29 anos, que locava a sala, acusado de roubos à mão armada em Novo Hamburgo, Portão e Esteio. O juiz deve decidir nesta semana.
Estúdios de encenação para extorquir
Segundo o delegado, é investigada possível relação entre as salas desativadas pela Operação Teatro do Crime. “Nos dois locais, constatamos o mesmo modo de agir, utilizando e maculando a imagem da Polícia para aplicar golpes”, observa Tarcísio. Eram réplicas de gabinetes oficiais, com banners, algemas, distintivos, rádios comunicadores, pilhas de documentos falsificados, armas e vários outros ornamentos.
No ambiente, com inquéritos, intimações, mandados de prisão e certidões de óbito adulterados, os criminosos encenavam a rotina de uma delegacia para extorquir vítimas em todo o País. Depois de atrair homens mais velhos por meio das redes sociais, utilizando fotos de mulheres jovens e adolescentes, conseguiam seduzi-los a trocar fotos íntimas. Com as imagens comprometedoras, entravam em contato, como agente ou delegado, dizendo que a vítima deveria pagar para não ser investigada. “É um golpe milionário, com centenas de vítimas.”
O trio preso por participação no órgão de segurança fictício em prédio na Rua Sapiranga, por volta das 15 horas da última quarta-feira (27), teve audiência de custódia no fim da tarde de sexta na 2ª Vara Criminal de Novo Hamburgo. O dono do prédio, um hamburguense de 19 anos que têm barbearia no térreo, apresentou contrato de aluguel do segundo andar, onde funcionava o falso gabinete policial.
Os liberados
“O acusado alegou que os comprimidos de ecstasy apreendidos em sua posse se destinavam ao consumo próprio. Diante de tais circunstâncias, ainda que se possa considerar a existência de indícios da participação de (nome do indiciado) nos delitos em exame, esses não são suficientes para justificar a manutenção da segregação cautelar. Trata-se de flagrado primário, sem qualquer registro criminal anterior, sendo perfeitamente viável que responda em liberdade”, despachou o juiz Ricardo Carneiro Duarte. O hamburguense, com flagrante homologado, recebeu a chamada liberdade provisória.
A outra soltura, de uma maquiadora de 24 anos, foi tecnicamente um “relaxamento de prisão”. Dois dias após homologar o flagrante, o juiz considerou que a situação dela não se enquadrava na medida sob argumento de que não foi presa no prédio, mas no trabalho - um salão de beleza na área central. “O fato de a acusada ser irmã e companheira dos flagrados, embora indique que era sabedora das atividades ilícitas, não autoriza a prisão em flagrante”, observou.