Jovem é morto com golpe de canivete por segurança de complexo gastronômico em Xangri-Lá

Um jovem de 18 anos foi morto com um golpe de ganivete desferido por um homem que fazia a segurança do complexo gastronômico Las Ramblas, em Xangri-Lá, no litoral norte, na madrugada do último sábado (14). O crime aconteceu depois de a vítima, identificada como Renan de Oliveira Rosa, ter se envolvido em uma briga na saída de uma festa e os seguranças serem acionados. 

De acordo com a Polícia Civil, o agressor é um ex-policial militar de 58 anos, expulso da Brigada Militar após atuar por 20 anos na corporação. Ele foi preso em flagrante.

O delegado de Xangri-Lá, Roland Alexander Short, relata que, por volta das 7 horas, após uma confusão, um grupo de funcionáríos apareceu para escoltar Renan e quatro amigos que estavam com ele. Os cinco foram levados até um estacionamento ao lado do Ramblas. Mesmo descontente por ter sido expulsa, a vítima já havia entrado no carro quando um dos seguranças retirou o jovem do veículo e o atingiu com um golpe na barriga.

Depois da agressão, o suspeito e outros nove seguranças que presenciaram o crime retornaram para o estabelecimento sem prestar socorro, conforme conta o delegado. Os amigos do jovem pediram ajuda para ocupantes de um carro que passou em frente ao estacionamento momentos depois do crime. Renan chegou a ser levado para o Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa, mas morreu durante atendimento. A vítima era moradora de Osório e trabalhava com jardinagem em condomínio.

Conforme a Polícia Civil, o suspeito trabalhava em uma empresa de segurança contratada pelo Ramblas. Era o primeiro dia de trabalho do ex-policial. Além da arma do crime, com ele foram apreendidos uma faca, um revólver 32 e outros dois canivetes. Segundo Short, o homem tem diversos antecedentes, entre eles por roubo, cárcere privado e lesão corporal. Agora, deverá responder por homicídio.

Short relata que a Polícia tem até dez dias para concluir o inquérito, mas acredita que a investigação deve ser finalizada antes do fim do prazo. Imagens de câmera de segurança do estabelecimento estão sendo examinadas.

Pronunciamento do Ramblas

O bairro comercial Las Ramblas de Atlântida publicou em suas redes sociais uma nota sobre o caso. Diferentemente do que a Polícia Civil afirma, o estabelecimento diz que o agressor era segurança contratado de um estacionamento, e não do próprio Ramblas.

Além da nota oficial, na legenda da postagem, a empresa ressalta que, no momento em que aconteceu o crime, o estabelecimento já havia encerrado as atividades, mas que a vítima teria sido atendida pela equipe de segurança e levada por ela até o hospital. Alega ainda que o grupo que fazia o monitoramento "identificou e entregou o agressor às autoridades policiais para que o mesmo responda pelo bárbaro crime que cometeu".

A nota na íntegra:

"A administração do bairro comercial Las Ramblas vem a público manifestar-se sobre o fato ocorrido na madrugada do dia 14/01/23, que resultou na morte do adolescente Renan de Oliveira Rosa, de 18 anos. Conforme informações e câmeras já enviadas a autoridade policial, o fato ocorreu fora do bairro comercial Las Ramblas, após um desentendimento entre o adolescente e um homem de 58 anos, que trabalhava na segurança de um estacionamento, que culminou na morte brutal do adolescente. O criminoso foi preso no local e encaminhado à Delegacia de Polícia para apuração dos fatos. Salientamos que há mais de 30 anos recebemos e divertimos milhares de frequentadores, sem um único ocorrido que tenha colocado em risco a vida de qualquer cliente. Nós, da administração do bairro comercial Las Ramblas lamentamos profundamente o ocorrido e manifestamos o pesar pela absurda agressão que vitimou o jovem Renan Rosa."

Violência reincidente

De acordo com o delegado, esta não foi a primeira vez que um segurança do Ramblas se envolve em um episódio de violência. No primeiro dia do ano, menos de 15 dias antes do homicídio de Renan, outro segurança teria agredido e lesionado uma pessoa. O caso chegou a ser registrado como tentativa de homicídio. Como não houve flagrante, o funcionário responde inquérito em liberdade.