ÚNICO MODELO DA REGIÃO
Jovem de Estância Velha cultiva amor de gerações por caminhão Fenemê e acumula milhões de visualizações nas redes sociais
Mateus Machado trocou um Celta pelo caminhão aos 19 anos. Desde então, conquistou milhares de seguidores
Última atualização: 13/09/2024 11:25
Um caminhão em que as portas abrem para trás, que possui dois câmbios de marchas e um ronco que pode ser ouvido a quilômetros de distância. Este é o Alfa Romeo “Fenemê”, modelo 1970, do morador de Estância Velha Mateus Machado, de 22 anos, conhecido como “Detido”. Nas redes sociais, Detido do Fenemê acumula milhares de seguidores e milhões de visualizações mostrando seu exótico caminhão, que segundo ele, é o único da região. Clique aqui e conheça a história da FNM no Brasil.
Vindo de uma família de caminhoneiros, Detido, aos 19 anos, trocou seu Celta em 2020 pelo caminhão. O Fenemê é seu “carro de passeio”, e o amor pelo veículo é maior do que qualquer preço que já lhe ofereceram. A paixão transformou-se em conteúdo para a internet desde o primeiro dia, quando comprou o caminhão em Porto Alegre. “Eu fiquei um ano fazendo vídeos e postando no YouTube e consegui uns 20 mil inscritos. Então apareceu o Tik Tok e o primeiro vídeo que postei lá, bombou”, conta.
Seus perfis começaram a receber seguidores do mundo todo. “Eu ia dormir, e quando acordava, tinha mais 4 mil, no outro dia, mais 7 mil seguidores. E foi crescendo”, afirma. Atualmente, possui 270 mil seguidores no Tik Tok, 227 mil no Instagram e 81 mil no YouTube.
Conteúdo
Os vídeos de Mateus mostram, com muito bom humor, a dificuldade de dirigir um caminhão com duas alavancas para trocar marchas. Na verdade, para ele, que começou a “dirigir” caminhões aos cinco anos com seu pai, não há dificuldade nenhuma, pelo contrário.
Entre os vídeos de maior sucesso, estão aqueles em que ele mostra que o Fenemê é um ótimo caminhão para dirigir sem que os motoristas mexam no celular. “Muitas vezes, você precisa trocar as marchas com as duas mãos, ou até com o cotovelo. O motorista pode até conseguir pegar o celular, mas dormir na estrada é impossível”, brinca.
Caminhões fazem parte da família
Os caminhões e, em especial os Fenemês, fazem parte da história familiar de Mateus. Seu tio-avô, mais de meio século atrás, já dirigia um destes caminhões. Anos mais tarde, o pai de Mateus, Nilton Machado, adquiriu o próprio FNM para trabalhar e sustentar sua família aos 19 anos.
Os anos passaram e “Machadinho” foi trocando de caminhão, mas Mateus sempre acompanhava de perto. “Comecei a dirigir os caminhões aos cinco anos, sentado no colo do meu pai”, relembra.
Ao deixar o cartório onde trabalhava em 2020, no início da pandemia, Mateus, também aos 19 anos, resolveu que era a sua vez de ter um Fenemê. Então saiu a procura pelo Rio Grande do Sul junto com seu pai.
“Como eles são raros, a gente que gosta costuma saber onde ainda existem esses caminhões. Em um único dia, meu pai e eu rodamos mais de 500 quilômetros em busca”, disse. Mas foi em Porto Alegre que ele encontrou aquele que viria a ser o seu caminhão. “Eu disse pro meu pai que se eu conseguisse comprar esse, eu estaria ‘grandão’. Ele era o melhor, mas também era o mais caro”, explica.
Mesmo com um preço alto, o negócio foi fechado. Mateus deu o seu Chevrolet Celta, assumiu mais algumas prestações e foi para casa com o Fenemê. O curioso desta história, é que o mesmo caminhão tinha uma antiga ligação com sua família.