CASO É INVESTIGADO

"Dor sem fim": Jovem de 22 anos segue desaparecido quatro meses após a enchente em São Leopoldo

Carlos Eduardo Lassakoski dos Santos é o único leopoldense que aparece na lista oficial de desaparecidos da enchente do governo do Estado

Publicado em: 02/09/2024 03:00
Última atualização: 02/09/2024 08:49

Nesta terça-feira (3), completam-se quatro meses que o jovem Carlos Eduardo Lassakoski dos Santos, de 22 anos, desapareceu durante a enchente histórica. O jovem é o único leopoldense que aparece na lista oficial de desaparecidos da enchente do governo do Estado, atualizada no dia 20 de agosto. O município registrou um total de nove óbitos em função da calamidade.

Carlos Lassakoski dos Santos é o único desaparecido da enchente em São Leopoldo Foto: Reprodução

Segundo a mãe, a auxiliar de cozinha Daiana Lassakoski, 40, não se passa um dia sem que ela sinta falta de "Dudu", como era carinhosamente chamado. O caso ainda é investigado pela Polícia.

Daiana morava no bairro Vicentina quando teve que sair de casa às pressas seguindo o alerta do prefeito Ary Vanazzi, que dizia que as casas estavam prestes a ser invadidas pelas águas. Dudu preferiu ficar. "Eu nunca vou te deixar sem resposta", assegurava o jovem, conforme o relato da mãe.

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A última vez em que tiveram contato foi no dia 3 de maio, justamente na data em que o prefeito reforçava o alerta para que a comunidade saísse de suas casas. "Ele não atendeu mais o telefone, não respondeu mais nenhuma mensagem", lamentou a mãe, que lutava contra as lágrimas, sem sucesso, durante toda a entrevista. "Nós conversávamos todos os dias por videochamada, ele não ficava um dia sem falar comigo", continuou.

Sem respostas

Há três meses, Daiana chegou a prestar depoimento à Força Nacional, porém, não demorou muito a ficar sem retorno. "Eles dizem que está sob sigilo", conta. "Eu só quero que a polícia faça alguma coisa", prosseguiu.

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A mãe relatou, ainda, que divulgou por diversas vezes a foto de seu filho nas redes sociais e à imprensa na tentativa de encontrá-lo, mas que a falta de resultado tem deixado-a desanimada. Porém, ela pretende continuar tentando. "Não vou desistir enquanto eu não encontrar o meu filho".

“É uma dor sem fim”

Desde a enchente, Daiana tem morado na casa de sua sogra, no bairro Rio dos Sinos. Devido à força das inundações, a única recordação que sobrou de seu filho foi uma foto de quando ele era bebê.

“Consegui consertar a casa com o Auxílio Reconstrução. Eu tinha esperanças de que ele voltasse”, disse. Devido à dor da incógnita, ela não teve coragem de voltar a viver onde antes era o seu lar. “É uma dor sem fim”, desabafou a mãe.

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