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MARCAS DA IMIGRAÇÃO

Jardins floridos são marca da imigração na paisagem da região

Gramados e canteiros fazem parte do cuidado que se tem com o lugar onde se vive

Débora Ertel
Publicado em: 31/01/2024 às 12h:29 Última atualização: 31/01/2024 às 12h:33
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Em uma passeio rápido entre a região metropolitana e os vales é visível a diferença entre os pátios das residências. Gramados, árvores e canteiros com flores são uma cena comum na região. Essa proximidade com a natureza e o zelo pelo embelezamento de onde se vive é uma herança dos imigrantes.
Inclusive, impulsiona municípios a movimentarem a economia.

Este é o caso de Pareci Novo, no Vale do Caí, onde a floricultura foi estimulada pelos jesuítas alemães. O município é a Capital das Flores, Mudas e Frutas. A RS-124, que liga Pareci a Montenegro, até ganhou o apelido de Estrada das Flores devido à concentração de viveiros e casas com grandes jardins.

Canteiro em Pareci Novo | abc+



Canteiro em Pareci Novo

Foto: Divulgação/Prefeitura de Pareci Novo

Já Ivoti é a Cidade das Flores, com canteiros floridos o ano inteiro a partir do pórtico de entrada, na Avenida Bom Jardim. Ainda tem o Jardim da Serra Gaúcha, que é Nova Petrópolis. Um dos pontos turísticos da cidade é a Praça das Flores, principal palco de eventos.

Praça das Flores de Nova Petrópolis | abc+



Praça das Flores de Nova Petrópolis

Foto: Divulgação/Prefeitura de Nova Petrópolis

O arquiteto Jorge Luís Stocker Jr. pontua que os reflexos desta relação próxima com a natureza, também se manifestam de outras formas nas regiões colonizadas. Ele cita como exemplo escolas situadas em regiões mais altas, como é o caso do Morro do Espelho, em São Leopoldo, e o Monumento ao Imigrante, erguido em Novo Hamburgo, de modo a permitir uma visão panorâmica da paisagem.

Ivoti é a Cidade das Flores | abc+



Ivoti é a Cidade das Flores

Foto: Divulgação/Prefeitura de Ivoti

Segundo o historiador Martin Dreher, no século 19 a burguesia busca imitar ao redor de suas casas os jardins dos reis. Mas a necessidade é o alimento, sem poder se dar ao luxo de gramados e por isso, tem horta e canteiro de flores, necessárias para enterros. A natureza é hostil e precisa ser vencida. “Ainda assim, jamais é totalmente eliminada. Sempre se mantém parte da mata, pontua, para tábuas e lenha.

Plátanos foram introduzidos pelos europeus

Espécie exótica, que não pertence à mata nativa do Brasil, os plátanos foram trazidos por imigrantes europeus no século 19. Além de alemães, os italianos também tinham apreço pela árvore presente em toda a Europa. Na região, os plátanos, inclusive, mudaram a paisagem e são uma espécie de “placa” natural, avisando ao visitante que está chegando à Rota Romântica, criada em 1997.

Plátanos | abc+



Plátanos

Foto: Débora Ertel/GES-Especial

Os plátanos, plantados às margens das rodovias, são um atrativo turístico e encantam aos moradores e a quem está de passagem, dano um charme à paisagem, principalmente, quando o inverno se aproxima.
A árvore pode alcançar de 30 a 40 metros de altura e a origem do nome plátano vem do grego platys, que significa largura. Em Santa Maria, na região central, há um bairro que se chama Pé de Plátano.

Em meio aos pertences que os alemães trouxeram nos navios, também haviam sementes de algumas espécies. Entre elas, estava o carvalho, árvore nativa na Europa muito utilizada na construção de casas e fabricação de móveis. Também veio a Edelweiss, conhecida como pé-de-leão, uma flor com pétalas brancas que lembra uma estrela. 

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