É iminente o funcionamento do pórtico free flow em Capela de Santana e o consequente fim do pedágio em Portão. Se de um lado os portanenses celebram o fim da cobrança no limite das rodovias RS-240 e RS-122 no seu município, os capelenses veem com o preocupação o pórtico no Km 30,1 da RS-240.
Foto: Amanda Krohn/Especial
Com poucos avanços na luta (isso desde o protesto em 10 de dezembro feito na própria rodovia) pela possibilidade de isenção a quem utiliza a rodovia para deslocamento de curto percurso, moradores temem pelos prejuízos que virão com a cobrança do pedágio eletrônico que está em fase de testes, mas já anunciado para cobrar em fevereiro.
Gasto mensal
O empresário Tiago Nunes, 34 anos, que se desloca diariamente entre Capela e Montenegro para levar mercadorias, prevê prejuízos. “Meu gasto mensal com esse deslocamento passará a ser superior a mil reais por mês, o que impactaria nos preços dos meus produtos. Terei que repassar esse custo ao consumidor, que acabará pagando mais caro para comprar dentro da cidade.”
Tiago descreve como o pedágio impactará na renda dos capelenses. “Nosso grande centro é Montenegro, é referência para tudo. O pórtico vai acabar isolando três bairros (Boa Vista, Paquete e Pareci Velho). Essa cobrança impactará em salários; já tem muita gente procurando casa em Montenegro.”
Sem resposta
Procurado para falar sobre a possibilidade de negociações com a concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) para subsidiar o pedágio à comunidade, o prefeito de Capela de Santana, Alfredo Machado, não deu retorno até o fechamento da reportagem.
Também foi procurada a Câmara de Vereadores para verificar se havia movimentação em relação às negociações da isenção, no entanto, a informação é de que devido ao período de férias só seria passada uma posição oficial em fevereiro, mês para o qual o free-flow está programado para vigorar na rodovia que corta o município.
A ideia dos capelenses para isenção é semelhante ao modelo adotado em São Sebastião do Caí, que também terá pórtico free flow, e terá isenção parcial a moradores, graças à redução por parte da Prefeitura de Caí de 40% (cerca de R$ 8 mil) na cobrança da alíquota de ISSQN para a CSG.
Pórtico em Caí e fim do pedágio de Portão
O pórtico free flow no Km 4,6 da RS-122, em São Sebastião do Caí, começou a ser erguido na última semana para que se iniciem os testes e o funcionamento ocorra em fevereiro. Chegou a ser anunciado pela CSG que o pórtico seria ativado só em março, mas como o fechamento da praça de pedágio de Portão se dá com o funcionamento dos pórticos de Capela e Caí, foi agilizada a instalação no trecho caiense.
O acordo entre Caí e CSG, segundo o prefeito caiense, Júlio Campani, também prevê a antecipação para este ano (seria em 2025) de outro pórtico no município. “Isso, em tese, proporcionará redução (por trecho percorrido) da tarifa”, diz Campani.
Com os novos pórticos, Portão, que teve batalha no ano passado com a CSG para manter desvios da praça de pedágio, deixará de ter a cobrança nos seus limites. Ainda não há data confirmada, mas se projeta que na segunda metade de fevereiro o free flow comece na região e a praça portanense seja desativada.
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