ECONOMIA

Item que já foi "vilão" estimula queda no preço da cesta básica em Canoas

Óleo de soja teve redução de 7,05% nas gôndolas dos supermercados

Publicado em: 02/05/2023 09:51
Última atualização: 06/03/2024 11:37

O óleo de soja, que já foi "vilão" da cesta básica, foi o item com maior queda no preço na primeira quinzena de abril. Segundo o último levantamento feito pelo Procon de Canoas, o produto está 7,05% mais barato em comparação com o mês de fevereiro.

Roberto faz compras semanalmente em busca de ofertas Foto: Taís Forgearini/GES-Epecial

A pesquisa foi feita nas dez maiores redes de supermercado do município. A ação da equipe de fiscalização do órgão constatou uma redução de 2,08% na cesta básica. O valor médio constatado pelas equipes do órgão foi de R$ 116,84, enquanto que na última pesquisa, feita em fevereiro, o preço médio da cesta básica era de R$ 119,32.

Ao todo, 18 itens que compõem a cesta básica foram verificados. São eles: arroz branco - tipo 1 (1 e 5 kg), feijão preto, farinha de trigo (tipo 1), açúcar refinado, óleo de soja, sal refinado, massa (com ovos), café, extrato de tomate, vinagre de álcool, leite integral, papel higiênico (60 metros), esponja de louça, sabão em pó, detergente, creme dental e sabonete.

Conforme o Procon de Canoas, a variação no município chega a 44,53%, entre o maior e o menor valor de cesta básica. O menor valor encontrado foi de R$ 93,11, enquanto que no mais caro chegaria a R$ 134,57. A pesquisa considerou a aquisição de uma unidade de cada produto. O título de produto "vilão" ficou para o leite integral, que registrou um aumento de 19,75%.

A economista e mestre em gestão de negócios Dirlene da Silva fala sobre a leve redução na cesta básica do canoense. "Essa diminuição foi impulsionada principalmente pelo óleo de soja. Tivemos uma safra de soja melhor, embora as questões climáticas são sejam o único fator que influencia nos preços, é fundamental que tenhamos uma boa produção", justifica.

Atrás do menor preço: o olhar atento do consumidor

Morador do bairro Mathias Velho, Roberto José dos Santos, de 55 anos, tem por costume fazer compras semanalmente no mercado.

"Às vezes a diferença de valor é grande. Se eu for colocar na ponta do lápis dá uma boa economia. Nem sempre consigo comprar no lugar mais barato por causa do deslocamento. Se não aproveitasse as promoções gastaria bem mais", diz o encarregado de solda.

O aposentado Enio da Silva Lorenço, de 76 anos, frequenta o mercado quase que diariamente, o canoense diz que prefere comprar em menores quantidades. "Minha esposa e eu constatamos que para nós é melhor aproveitar as ofertas do dia. Estamos na expectativa que os preços baixem mais. A alimentação nos últimos anos ficou muito cara."

Oferta e demanda

É importante, antes de tudo, conhecer o cenário dos preços. Dirlene descreve a economia como cíclica e variável. Ela considera indispensável que haja equilíbrio entre oferta e demanda. "A recente seca no Estado fez com que o pasto para vacas ficasse mais escasso, isso afetou a produção de leite. A oferta diminui, o preço sobe", explica.

Entre os fatores apontados pela economista também estão a cotação do dólar, o preço dos combustíveis e os juros. "Existe uma projeção de estabilidade na economia, mas ainda considero cedo para falar em efeitos mais significativos e queda nos preços dos alimentos. A alimentação tem maior impacto no bolso de quem ganha menos, é importante que ocorra uma redução para que as pessoas consigam comprar mais alimentos e sobre para também adquirirem bens duráveis", conclui.

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