SÃO LEOPOLDO
Insatisfeitos com o caos nas ruas, moradores do Cristo Rei levam abaixo-assinado ao MP
Descontentamento é com a entrega precária de obras que vêm deixando vários pontos intransitáveis no bairro
Última atualização: 25/11/2024 09:40
Calçadas danificadas, acessos para garagem destruídos, vazamentos de água, carros danificados por conta dos buracos - em sua maioria não sinalizados -, bueiros entupidos e até caminhão da coleta de lixo que precisou de guincho após cair em um deles, sem contar os carros que precisam ser rebocados, são situações que moradores do bairro Cristo Rei, em São Leopoldo têm enfrentado por conta da obra de implantação das redes de esgoto cloacal - ETE Pradinho, do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae).
Na última semana, grupo de moradores entregou um abaixo-assinado ao Ministério Público para que intervenha. "Está um verdadeiro caos", descreve o presidente da Associação de Moradores do Bairro Cristo Rei, Glauco Dias Jorge. "Além de fotos e relatos dos problemas ao MP, entregamos abaixo-assinado com 350 assinaturas, recolhidas em apenas 48 horas."
Reunião
O assunto foi tema de reunião entre moradores, o Semae e a empreiteira Encosan no último dia 21 à noite no Cecrei. "Não somos contra a obra. É muito bem-vinda, faz parte do marco regulatório do saneamento básico. Fazer a tubulação e enviar o esgoto para a ETE Pradinho é essencial. Nossa reclamação é por conta da entrega da obra. A pavimentação está horrível. A restauração está totalmente fora do padrão aceitável. Enviamos vários ofícios para o Semae para que faça a fiscalização da entrega destas ruas". Na reunião foi pedido que a obra pare até que as ruas abertas sejam reparadas completamente.
Dificuldade
O engenheiro da Encosan, Régis Martins, reconheceu na reunião que há defasagem na repavimentação e dificuldade de mão de obra (calceteiros) para colocação das pedras irregulares.
Conforme nota do Semae, há cinco equipes para as obras. "Para acelerar o serviço e causar o menor transtorno possível aos moradores da região, três equipes realizam escavações para a implementação da nova rede coletora, enquanto outras duas realizam a pavimentação e limpeza das ruas. Atualmente (...), a execução está no bairro Cristo Rei, no qual, já foram feitos 2,6 quilômetros de rede", diz a nota.
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"Embora haja um grande esforço, por parte da autarquia e empresa licitada, de executar a obra e pavimentar as ruas o mais rápido possível, para não gerar incômodos aos moradores, o diretor de Planejamento e Expansão, Vicente Jaeger da Fonseca, explica que a tarefa não é tão simples. A parte crítica são as ruas com pedras irregulares. Até fazer a repavimentação do calçamento, poderemos ter algum transtorno. (...) o Semae faz cobranças e fiscaliza as limpezas e ações para acelerar o fechamento das ruas, nas quais a rede já foi implementada", informa o Semae.
Motorista diz que soma mais de R$ 9 mil em prejuízos
Morador da Rua Regina Mundi, o empresário Rodrigo Cordeiro, 35 anos, diz que já gastou R$ 9,6 mil em reparos no seu carro por conta dos buracos. “Da primeira vez rasgou um pneu e quebrou uma bieleta e, na segunda, quebrou o amortecedor. Eu comprei novos e, uma semana depois, quebrou de novo”, relata o morador.
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“Na Rua Padre Alberto Braun, o buraco no cruzamento estava tão grande que o calço do meu motor quebrou com a pancada”, conta, ressaltando que a maioria está sem sinalização. “Eles (funcionários da obra) vão embora e os buracos ficam expostos. Eu mesmo já fui, num final de semana, tapar buraco com a areia deles”, relata.
“A rampa de acesso a minha casa está destruída. Há cerca de 90 dias, passou um pessoal do Semae, em uma Kombi. Informaram que precisavam abrir um buraco em frente da minha rampa. Abriram uma cratera, destruíram a minha rampa de acesso da garagem e uma semana depois viriam para o conserto. Nunca vieram. Para conseguir meu Habite-se tive que fazer a rampa duas vezes, e após 40 dias, vieram aqui e quebraram.
VIU ESTA?: Líder de facção avisou que seria morto no presídio com arma vinda de drone
” Na visão do morador, falta planejamento. “Espero que resolvam o problema. Já estou pensando em vender a minha casa. Quando comprei minha casa, comprei observando tudo em volta: tudo limpo, tudo organizado. Hoje me sinto morando em uma favela.”
“Quebraram minha rampa e a calçada”
Moradora da Rua Ludovico Pavone, Patrícia Scopel Felix, 51 anos, avalia a obra como “sem planejamento, sem direcionamento, sem gerenciamento. É dinheiro público sendo mal gerenciado. E quem paga a conta? O contribuinte.” O marido, Claudio Oderich, 66, lembra que a Avenida Cristo Rei foi recentemente asfaltada.
“E agora estão abrindo uma vala de um metro por um metro. Asfaltaram várias ruas que agora estão abrindo.” O autônomo Luciano Wosiack, 49, diz que a rampa para a sua garagem foi danificada, assim como a calçada. “Quebraram toda a minha rampa de acesso e toda a minha calçada e não me dão satisfação”.
Conclusão em 30 dias, diz Semae
“O Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) realiza, através da empresa terceirizada, a construção de 32 quilômetros de rede coletora do esgoto cloacal e 4.560 ramais de ligação de esgoto para a nova Estação de Tratamento de Esgotos do Semae - a ETE Pradinho. A obra atenderá os bairros Cristo Rei, Morro do Espelho, Fião e parte da Vicentina, onde a edificação da ETE Pradinho deverá ser realizada até o final do projeto, na Avenida João Corrêa”, destaca nota da autarquia, ressaltando que as próximas ruas que terão repavimentações serão: Regina Mundi, Padre Antônio Vieira, Santo Inácio; e asfaltamento na Rua Cristo Rei.
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“A previsão para a conclusão é de 30 dias. Já a instalação das redes e ramais seguem em diversas ruas do bairro Cristo Rei”, segundo a informação do Semae.
Calçadas danificadas, acessos para garagem destruídos, vazamentos de água, carros danificados por conta dos buracos - em sua maioria não sinalizados -, bueiros entupidos e até caminhão da coleta de lixo que precisou de guincho após cair em um deles, sem contar os carros que precisam ser rebocados, são situações que moradores do bairro Cristo Rei, em São Leopoldo têm enfrentado por conta da obra de implantação das redes de esgoto cloacal - ETE Pradinho, do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae).
Na última semana, grupo de moradores entregou um abaixo-assinado ao Ministério Público para que intervenha. "Está um verdadeiro caos", descreve o presidente da Associação de Moradores do Bairro Cristo Rei, Glauco Dias Jorge. "Além de fotos e relatos dos problemas ao MP, entregamos abaixo-assinado com 350 assinaturas, recolhidas em apenas 48 horas."
Reunião
O assunto foi tema de reunião entre moradores, o Semae e a empreiteira Encosan no último dia 21 à noite no Cecrei. "Não somos contra a obra. É muito bem-vinda, faz parte do marco regulatório do saneamento básico. Fazer a tubulação e enviar o esgoto para a ETE Pradinho é essencial. Nossa reclamação é por conta da entrega da obra. A pavimentação está horrível. A restauração está totalmente fora do padrão aceitável. Enviamos vários ofícios para o Semae para que faça a fiscalização da entrega destas ruas". Na reunião foi pedido que a obra pare até que as ruas abertas sejam reparadas completamente.
Dificuldade
O engenheiro da Encosan, Régis Martins, reconheceu na reunião que há defasagem na repavimentação e dificuldade de mão de obra (calceteiros) para colocação das pedras irregulares.
Conforme nota do Semae, há cinco equipes para as obras. "Para acelerar o serviço e causar o menor transtorno possível aos moradores da região, três equipes realizam escavações para a implementação da nova rede coletora, enquanto outras duas realizam a pavimentação e limpeza das ruas. Atualmente (...), a execução está no bairro Cristo Rei, no qual, já foram feitos 2,6 quilômetros de rede", diz a nota.
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"Embora haja um grande esforço, por parte da autarquia e empresa licitada, de executar a obra e pavimentar as ruas o mais rápido possível, para não gerar incômodos aos moradores, o diretor de Planejamento e Expansão, Vicente Jaeger da Fonseca, explica que a tarefa não é tão simples. A parte crítica são as ruas com pedras irregulares. Até fazer a repavimentação do calçamento, poderemos ter algum transtorno. (...) o Semae faz cobranças e fiscaliza as limpezas e ações para acelerar o fechamento das ruas, nas quais a rede já foi implementada", informa o Semae.
Motorista diz que soma mais de R$ 9 mil em prejuízos
Morador da Rua Regina Mundi, o empresário Rodrigo Cordeiro, 35 anos, diz que já gastou R$ 9,6 mil em reparos no seu carro por conta dos buracos. “Da primeira vez rasgou um pneu e quebrou uma bieleta e, na segunda, quebrou o amortecedor. Eu comprei novos e, uma semana depois, quebrou de novo”, relata o morador.
NO BAIRRO RIO BRANCO: Motociclista morre em acidente de trânsito em São Leopoldo
“Na Rua Padre Alberto Braun, o buraco no cruzamento estava tão grande que o calço do meu motor quebrou com a pancada”, conta, ressaltando que a maioria está sem sinalização. “Eles (funcionários da obra) vão embora e os buracos ficam expostos. Eu mesmo já fui, num final de semana, tapar buraco com a areia deles”, relata.
“A rampa de acesso a minha casa está destruída. Há cerca de 90 dias, passou um pessoal do Semae, em uma Kombi. Informaram que precisavam abrir um buraco em frente da minha rampa. Abriram uma cratera, destruíram a minha rampa de acesso da garagem e uma semana depois viriam para o conserto. Nunca vieram. Para conseguir meu Habite-se tive que fazer a rampa duas vezes, e após 40 dias, vieram aqui e quebraram.
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“Quebraram minha rampa e a calçada”
Moradora da Rua Ludovico Pavone, Patrícia Scopel Felix, 51 anos, avalia a obra como “sem planejamento, sem direcionamento, sem gerenciamento. É dinheiro público sendo mal gerenciado. E quem paga a conta? O contribuinte.” O marido, Claudio Oderich, 66, lembra que a Avenida Cristo Rei foi recentemente asfaltada.
“E agora estão abrindo uma vala de um metro por um metro. Asfaltaram várias ruas que agora estão abrindo.” O autônomo Luciano Wosiack, 49, diz que a rampa para a sua garagem foi danificada, assim como a calçada. “Quebraram toda a minha rampa de acesso e toda a minha calçada e não me dão satisfação”.
Conclusão em 30 dias, diz Semae
“O Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) realiza, através da empresa terceirizada, a construção de 32 quilômetros de rede coletora do esgoto cloacal e 4.560 ramais de ligação de esgoto para a nova Estação de Tratamento de Esgotos do Semae - a ETE Pradinho. A obra atenderá os bairros Cristo Rei, Morro do Espelho, Fião e parte da Vicentina, onde a edificação da ETE Pradinho deverá ser realizada até o final do projeto, na Avenida João Corrêa”, destaca nota da autarquia, ressaltando que as próximas ruas que terão repavimentações serão: Regina Mundi, Padre Antônio Vieira, Santo Inácio; e asfaltamento na Rua Cristo Rei.
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