RISCO À SAÚDE
CATÁSTROFE NO RS: Quais os cuidados para evitar doenças na volta para casa?
Especialistas dão dicas de como os moradores devem agir durante o processo de limpeza dos imóveis atingidos pela enchente
Última atualização: 24/05/2024 16:46
A água da maior tragédia climática já registrada no Rio Grande do Sul custa a baixar. Em alguns municípios, como Novo Hamburgo e São Leopoldo, já são três semanas com imóveis submersos por um lamaçal contaminado. Aos poucos, no entanto, o recuo da água permitirá o retorno gradual de mais moradores para suas casas, para o início do processo de limpeza e reconstrução da vida.
Mas, junto com esse retorno, o infectologista Fernando Spilki alerta que alguns cuidados são imprescindíveis para evitar que o drama vivido pelos moradores pela perda de bens materiais seja potencializado por alguma contaminação devido à exposição a um ambiente que pode estar tomado por patógenos e bactérias. "Tenham o máximo de cuidado, porque o contato com este tipo de ambiente é sempre muito complicado", avisa.
Proteção necessária
Investir em equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas de borracha, botas, óculos de proteção e até máscara facial é a orientação número um para os moradores que forem enfrentar a situação. Mesmo assim, alguns moradores, como a publicitária Doris Hess, de São Leopoldo, ainda aguardam do poder público uma ação mais efetiva em relação à limpeza das cidades para que possam retornar aos seus lares sem que estejam expostos a potenciais riscos à saúde.
Perigo
Doris mora em um condomínio e seu apartamento, que fica no térreo, ficou submerso. "Ou seja, ele está sujeito a todo este perigo (relacionado a doenças)", considera. "Autoridades, como nossos representantes, precisam nos oferecer ao menos o mínimo de respaldo de segurança sanitária", pontua.
Atenção para os sintomas e doenças
O principal risco de contato com ambientes contaminados está associado a doenças causadas por bactérias, vírus e protozoários. E o alerta vale não apenas para humanos, mas também para pets. Doenças gastrointestinais, como diarreia e vômitos, são algumas delas. A leptospirose é outra preocupação para o sistema de saúde, assinala Spilki.
Por conta disso, a Vigilância em Saúde de Novo Hamburgo, por exemplo, emitiu um alerta a todos os profissionais do sistema de saúde para que fiquem atentos aos sintomas apresentados por pacientes e aos critérios de notificação. "A situação (enchente) acendeu um sinal de alerta para doenças infectológicas, como hepatite A e leptospirose", afirma Débora Spessatto Bassani, gerente da Vigilância em Saúde.