INADIMPLÊNCIA

Indicadores de proteção ao crédito apontam que 38,1% dos canoenses estão inadimplentes

Número de pessoas com restrição de crédito no município preocupa a CDL Canoas

Publicado em: 09/04/2023 12:13
Última atualização: 04/03/2024 11:00

Os canoenses estão deixando mais contas para trás nos últimos meses. De acordo com indicadores de inadimplência do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), 38,1% das pessoas têm alguma restrição de crédito no município. Os números são referentes ao mês de fevereiro e representam um aumento de quatro pontos percentuais em relação a março.

Inadimplência reflete nas vendas em Canoas Foto: Arquivo/GES

O crescimento na inadimplência também é maior do que as médias nacionais e estaduais. No âmbito de todo o Rio Grande do Sul, são 30,1% de gaúchos com algum tipo de restrição de crédito ou protesto no SCPC. Comparando com o cenário de Canoas, os números apontam a diferença de 8%. "Isso é bem preocupante", afirma Éverton Netto, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Canoas.

Após uma breve redução entre os meses de novembro de 2022 e janeiro deste ano, os números voltaram a subir. "Isso é péssimo para o varejo. Temos um reflexo direto nas vendas e no mercado como um todo", explica Netto.

Para o presidente da CDL Canoas, a inadimplência é o retrato do atual cenário econômico no país. "Estamos torcendo para que venham medidas positivas. No entanto, nos primeiros 100 dias de cada novo governo, esperamos sempre algum norte do que será feito e ainda não tivemos isso", diz em referência ao trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O vilão

Para Netto, o grande vilão não é o cenário econômico. "A grande parte da inadimplência vem do cartão de crédito." Com isso, o presidente reitera o prejuízo ao varejo. "Quando as pessoas ficam negativadas, elas não podem fazer novas compras e o mercado perde." Para que isso seja solucionado, a CDL entende que é necessário o incentivo nas renegociações de dívidas. "Um cliente com as dívidas negociadas é mais um consumidor no mercado. As empresas devem ser procuradas."

Páscoa e soluções

Outra solução proposta por Netto, está no tipo de negativação do consumidor. "Cada caso deve ser avaliado individualmente." O problema econômico também é taxado pelos juros. "São muito altos, ainda temos a inflação que atrapalha."

O plano do Governo Federal em reduzir a taxa de juros é visto com otimismo pela CDL. "É algo muito positivo, mas temos que ver como será feito, se será algo responsável."

Já as vendas da Páscoa não foram afetadas de acordo com o presidente. "Temos uma grande diversidade de produtos no mercado", completou.

Pesquisa de Páscoa da CDL Canoas

Intenção de compra:
Mais de 68% dos entrevistados irá comprar presentes na páscoa e 22,7% estavam em
dúvida, enquanto 9,2% responderam não ter intenção de compra para esta data.

Período de compra:
A maior parcela dos respondentes têm preferência pela compra na primeira semana de abril (62%) ou na véspera (21,6%). Os que disseram já ter comprado e até a última semana de março representam 14,4% e os que têm preferência por comprar no dia 1,8%.

Perfil do consumidor:
O perfil do consumidor para a páscoa mostra que 28% dos respondentes busca por economia na hora de presentear, optando por produtos de menor impacto no orçamento. Já 32% busca presentear mais pessoas, mesmo que com pequenas lembranças. Os que tem preferência por artigos de maior qualidade representam 19% dos respondentes.

Outro aspecto que chama a atenção foi que quase 10% dos respondentes busca por artigos não tradicionais para a data, como acessórios e vestuário, o que demonstra a mudança de hábitos em relação a data. Chocolate representa o produto de maior percentual da escolha do consumidor, representando cerca de 90% dos respondentes.

Local de compra:
Quando questionados sobre o local de compra 78% dos consumidores irá buscar por lojas físicas (lojas de rua ou lojas de shopping) enquanto 22% prefere por compras online (sites ou redes sociais).

Chama atenção também que do total de respondentes cerca de 20% têm preferência por locais que trabalhem com produtos personalizados, como por exemplo confeitarias, docerias e produtores artesanais.

Ticket médio:
Quando questionados sobre o orçamento para a data, a maior parcela dos respondentes (42,1%) pretende gastar até R$ 50,00 nos presentes, seguido dos que pretendem gastar na faixa de R$50,00 a R$100,00, representando 41,2%. Já os que pretendem gastar acima de R$100,00 representam a menor parcela, 16,6% dos respondentes.

Facilidades para o consumidor:
Quando perguntados sobre como o lojista pode gerar facilidades para a data os consumidores trazem aspectos que vão desde facilidades nos canais de atendimento como compras via WhatsApp, até aspectos relacionados à escolha dos produtos como na elaboração de kits e ofertas que atendam a diferentes faixas de valores, bem como a realização de ofertas promocionais.

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