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SÃO LEOPOLDO

Imóveis abandonados após a enchente viram refúgio de usuários de drogas no Centro

Moradores relatam insegurança com onda de furtos e roubos registrada nos últimos meses

Renata Strapazzon
Publicado em: 03/10/2024 às 09h:19 Última atualização: 03/10/2024 às 09h:27
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A enchente de maio trouxe uma nova preocupação aos moradores do Centro de São Leopoldo. Isso porque, imóveis que antes eram alugados e que foram invadidos pelas águas da cheia agora estão abandonados e viraram refúgio para usuários de drogas que saem pelo entorno para cometer furtos e roubos.

Um destes locais é um casarão, localizado na Avenida Dom João Becker, em frente à Praça do Imigrante. Segundo uma moradora próxima, nos últimos meses casos de furtos de fios e cabos, registros de água, ar-condicionado e até motores de eletrodomésticos viraram recorrentes na região.

Casarão abandonado na Avenida Dom João Becker



Casarão abandonado na Avenida Dom João Becker

Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

“Não temos mais paz nem segurança aqui. Não tem horário para que estes usuários de drogas invadam a casa abandonada e comecem a quebrar tudo dentro dela. Virou rotina ligarmos para a Brigada e para a Guarda Municipal para pedirmos ajuda. Estamos com medo. Aonde vamos parar, uma situação destas bem no centro da cidade. Algo que por aqui nunca foi visto nesta escalada”, comenta a mulher, que mora há 60 anos no endereço e que pede para não ser identificada. Outro morador da região, e que também pede para não ter o nome divulgado, um homem de 70 anos diz temer passar pelo local.

“É um risco para qualquer pessoa, independente da idade. Costumava fazer minha caminhada na quadra todas as manhãs, mas precisei mudar a rota, por medo de ser assaltado ou até mesmo agredido”, desabafa. Os moradores destacam que sempre que acionadas, BM e Guarda Municipal atendem rapidamente às ocorrências.

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“Já presenciei até mesmo a prisão de um dos indivíduos. Mas o problema é que poucos dias depois está solto e volta para cá ou vem um outro usuário e invade a casa. Parece um problema sem fim”, lamenta o morador, que reside no centro leopoldense há mais de 40 anos.

BM faz série de ações nas imediações 

Procurado pela reportagem, o comandante do 25º Batalhão de Polícia Militar (25º BPM), o tenente-coronel Marcelo da Silva Bueno, comenta que de abril a setembro, o batalhão tem apenas uma ocorrência registrada no endereço destacado pelos moradores.

“Fizemos uma análise das ocorrências nas proximidades e constatamos que nos últimos cinco meses tivemos nove ocorrências de roubo à pedestre e quatro de furto qualificado. Já fizemos contato com o proprietário do local para adoção de medidas em conjunto”, diz. O coronel destaca que no mesmo período, policiais do 25º BPM realizaram uma série de ações nas imediações, que resultaram em prisões por tráfico de drogas, resistência, receptação de veículo e roubo a pedestre.

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“Tendo em vista a confiança que a comunidade tem na Brigada Militar, contamos muito com apoio e informações do que vem ocorrendo. Dessa forma, teremos maior capacidade de reduzir ainda mais tais crimes, realizando operações específicas para identificar os envolvidos e intervir nesses locais mais incidentes de usuários de drogas, lembrando que esse problema não é responsabilidade somente dos órgãos de segurança pública, os quais vêm fazendo sua parte”, destaca.

“Os integrantes do 25º BPM mantém o compromisso em proteger a comunidade e enfrentar desafios complexos, como nesses casos de invasão de casas abandonadas por usuários de drogas. Queremos continuar a garantir um ambiente mais seguro e tranquilo para todos os cidadãos de São Leopoldo”, completa o coronel.

Rondas permanentes 

Já a Guarda Civil Municipal (GCM) informou, em nota, que tem atuado na prevenção e ações de segurança da comunidade dentro dos limites de sua atuação, executando policiamento ostensivo e preventivo, seja no combate ao crime e na preservação do patrimônio público.

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“A GCM informa que atendeu apenas uma ocorrência no dia 23 de setembro, em residência ao lado do endereço supracitado. O diretor-geral da GCM, José Carlos Pedrozo, determinou que guarnições em serviço realizarão rondas permanentes no local, porém, por se tratar de imóvel particular e um bem inviolável segundo o artigo 5º da Constituição, cabe ao proprietário garantir sua conservação e, neste caso específico, tomar medidas inerentes a sua segurança e dos demais cidadãos, procurando os meios legais”, diz o texto.

Proprietário foi notificado 

Além disso, a Superintendência de Comunicação da Prefeitura destaca que a Ouvidoria Municipal também recebeu denúncia, pedindo providências sobre a residência. “A mesma foi encaminhada à Secretaria-Geral de Governo (SGG), através do setor de Fiscalização da Superintendência de Urbanismo, que entregou no dia 17 de setembro, notificação ao proprietário do imóvel para que mantenha o prédio fechado e limpo”. De acordo com a Prefeitura, o proprietário do imóvel tem o prazo legal de 45 dias para tomar as devidas providências sob o risco de ser enquadrado no Código de Posturas do Município.

 

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