Faz seis anos que Vera Müller Hoch, 79 anos, é presidente da Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas (Oase) da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) da Comunidade Redentor de Sapiranga. Sua história pessoal mostra a força e o alcance da Oase, fundada pelos alemães no Brasil em 1899, e presente em Sapiranga desde 1915.
Foi aos 13 anos, após fazer sua confirmação, que foi associada à Oase pela mãe Selga Hoffmeister Müller, falecida há 21 anos. Mesmo cadastrada, Vera não participava das atividades, embora fosse ativa no coral da igreja na adolescência. “A gente cantava em casamentos, aniversários e enterros. Hoje quase não se vê mais”, diz.
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Casada com o engenheiro químico Renato Guilherme Hoch, 80, mudou-se para Porto Alegre, onde nasceram os três filhos. Depois de 15 anos, rumou para a capital carioca.
E foi no Rio de Janeiro, em contato com o pastor Braun, natural de Nova Petrópolis, que ela deu início a sua caminhada na Oase, na Comunidade de Itapema. “Depois nós mudamos para Guarulhos, mas lá só participei de um grupo de mulheres, não tinha Oase”, conta.
De volta a Sapiranga
Em 2002, ao retornar à Cidade das Rosas, Vera deu início ao trabalho junto à Oase local. Em especial, na promoção de bazares para arrecadar fundos. As senhoras evangélicas costumam colaborar com o hospital e também com a Liga Feminina.
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Ela e o esposo ainda participam da Associação dos Moradores do Bairro Centenário (Ambac) e do Sing mit, em Morro Reuter. “Essa participação na comunidade é uma herança. Isso veio com os imigrantes”, salienta.
Contadora aposentada, mas artesã ativa, conta que é a quinta geração da família de imigrantes alemães e fala o Hunrik, além do alemão padrão. Inclusive, ela e o marido têm amigos no Hunsrück, na Alemanha.
Ela se criou no bairro Quatro Colônias, atualmente pertencente a Campo Bom. Lembra das histórias sobre a avó, Rosalina Hoffmeister. “Ela só falava em alemão e escrevia em letra gótica. Então ensinaram ela a desenhar o nome em português, caso aparecesse alguém.” Isso porque na época houve a campanha de nacionalização de Getúlio Vargas, com proibição de falar alemão.
“A vó morreu em dezembro. Eu nasci em abril de 1945. Minha mãe foi uma guerreira, pois perdi meu pai com 9 anos e ela criou eu e minha irmã sozinha”, comenta.
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