Assim como outrora fizeram os imigrantes, Klaus Stolte, 78 anos, nasceu na Alemanha e depois adotou a região. E sua jornada, por sinal, é bem internacional. Ele passou a infância em Helmstedt, na região alemã da Baixa Saxônia, e a adolescência em Buenos Aires, na Argentina. Voltou à Alemanha aos 17 anos para estudar engenharia mecânica. A história de como veio parar na região é curiosa.
Formado, foi em busca de colocação no mercado. Chegou a pensar em voltar à Argentina, pois os pais ainda moravam lá, mas as condições de trabalho não eram favoráveis. Recebeu um convite para o continente africano, mas por conflitos entre os países a ida foi suspensa.
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Após um período, foi sondado pela empresa para um cargo de gestão no Brasil. “Brasil? Pelo amor de Deus. Mais uma língua para aprender”, respondeu ele em um primeiro momento, decidido a dizer não.
Após conversar com uma amiga, mudou de ideia. E, em 1976, chegou para ser diretor de uma empresa em São Leopoldo. Logo depois se mudou para Novo Hamburgo, onde vive hoje.
Variações que encantam
“Com os funcionários no começo eu falava um portunhol”, lembra, entre risos, já que o espanhol era um idioma que dominava. No Brasil, constituiu família e casou-se com a engenheira mecânica Suzana Copé, falecida em 2011. Eles tiveram duas filhas: Samantha e Natascha. Ambas vivem na Alemanha. Klaus ainda tem quatro netos.
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Por questões de trabalho, Klaus retornou para a Alemanha em 1987, onde viveu com a família até 2005, quando se aposentou e mudou-se definitivamente para Novo Hamburgo. “Eu adoro o Brasil. Eu tive plano de voltar depois que a Suzana faleceu. Mas acabei ficando”, conta.
Klaus diz que há semelhanças entre a região e o seu país de origem, em especial, no comprometimento com o trabalho. Além disso, ele elogia o fato da região valorizar e manter vivas as tradições culturais.
“Como é bonito escutar esses dialetos antigos que na Alemanha já se perderam. Lá se fala mais inglês que alemão. Aqui ainda se mantém”, comenta. “É importante manter essas culturas vivas. Vocês nem sabem como isso é bonito.”
Ele conta que tem um sítio em Morro Reuter, onde os moradores falam Hunsrik. “Para mim é difícil entender o que eles dizem”, explica. Fala um pouco de alemão com português para todos se entenderem.
“Aqui é um pessoal diferenciado. Gente que trabalha muito”, avalia.
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