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BICENTENÁRIO

IMIGRAÇÃO ALEMÃ: Há três décadas Marcos dança músicas típicas

Ele coordena o Deutsche Seele, grupo de Estância Velha

Débora Ertel
Publicado em: 25/07/2024 às 09h:27 Última atualização: 25/07/2024 às 09h:28
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Aos 6 anos Marcos Batista mudou-se de Novo Hamburgo para Estância Velha. O funcionário público, hoje com 38, conta que já vem daquela época seu carinho especial pela cultura deixada pela imigração alemã.

Sem ter familiares de origem alemã, foi na escola que ele passou a ter contato com a herança dos imigrantes. Aluno da Escola Municipal Walter Jacob Bauermann, bairro Nova Estância, tinha aulas de alemão e participava do grupo de danças alemãs, atividade que faz parte da sua vida até hoje.

Marcos Batista e a família  | abc+



Marcos Batista e a família

Foto: Arquivo pessoal

O que começou quando era criança se tornou compromisso de gente grande. Marcos é o coordenador do Grupo Musical de Folclore Alemão Deutsche Seele (que significa “alma alemã”). O grupo já completou 20 anos e Marcos participa desde o início.

Foi graças à paixão pela dança alemã que ele conheceu a esposa Jéssica Rauber Batista, 37. Enquanto ele dançava na sua escola, Jéssica participava do grupo da Escola Municipal Selvino Ritter, bairro Floresta.

Namoro começou em grupo de danças alemãs

Na época, todos os colégios da rede municipal tinham grupos de dança alemã. De acordo com ele, a professora de dança que atendia Estância Velha era a mesma para as escolas e o grupo oficial da prefeitura. Ela selecionava os melhores dançarinos dos colégios para participarem do Tanz Freuden, que era o grupo municipal. “Eu dancei ali dos 8 aos 14 anos, pois era infantojuvenil”, conta.

Jéssica também participava do Tanz Freuden, o que culminou em um namoro desde a adolescência e mais tarde em casamento, união que já completou 13 anos.

Como os dançarinos adolescentes ficaram sem ter onde participar, pois o limite de idade do Tanz Freuden era 14 anos, decidiram procurar a prefeitura. Os jovens estão solicitaram a criação de um novo grupo, mas com perfil adulto. Assim, em 21 de novembro de 2023 surgiu o Deutsche Seele.

Uma vez por ano Marcos participa de formações na Associação Cultural de Gramado – Casa da Juventude. Os cursos são em janeiro, para permitir que os grupos se organizem. O espaço é referência da formação de bailarinos de danças típicas alemães.

Os cursos são ministrados por profissionais alemães que ensinam sobre os outros elementos culturais que integram o folclore aos coordenadores de grupos de todo o Estado.
“Eles fazem diversas oficinas, todas em alemão, mas que têm um tradutor. Até reparo de traje típico a gente aprende”, explica.

Deutsche Seele está na agenda de compromissos da família Rauber Batista

Marcos e Jéssica têm uma filha, a estudante Valentina Rauber Batista, 8 anos. A menina, assim que aprendeu a caminhar, também já começou a dar seus passos no grupo folclórico.

Hoje, pai, mãe e filha se apresentam juntos e valorizam a herança cultural deixada pelos imigrantes na região. “Para mim a cultura alemã é como um estilo de vida. Eu gosto muito”, conta Marcos.

Um dos compromissos inadiáveis que a família tem todos os anos é o Festival de Kerb de Estância Velha, que, em 2024, chegou à 41ª edição. O Deutsche Seele é sempre atração confirmada na programação, aguardada pela comunidade estanciense.

“A gente gosta muito do almoço de Kerb”, salienta. Ele ainda conta que a família da esposa é natural de Morro Reuter, onde as tradições também são valorizadas.

Além disso, outubro é um mês cheio, quando a família faz as malas e parte para se apresentar em edições de Oktoberfest. Neste ano, está confirmada a presença do grupo nas festas de Santa Cruz do Sul, Igrejinha e em Blumenau, Santa Catarina.

Para fazer bonito para o público, o Deutsche Seele tem ensaios todos os domingos, durante três horas. Atividade que é “sagrada” para a família Rauber Batista.

O grupo tem 30 bailarinos e o repertório, segundo Marcos, é dinâmico. “A nossa ideia é sempre deixar o público com o gostinho de quero mais”, comenta.

Marcos conta ainda que ele e Jéssica durante um tempo ministraram aulas de danças alemãs voluntariamente nas escolas de educação infantil. Hoje, entre os dançarinos do Deutsche Seele, há antigos alunos dos dois, o que é motivo de alegria para o casal. “A dança alemã fez parte da minha criação. Não consigo imaginar minha vida sem”, finaliza Marcos.

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