PROTETOR DA MEMÓRIA
IMIGRAÇÃO ALEMÃ: Ele tem sobrenome escocês mas cultiva a tradição germânica
O historiador Roberto Atkinson é natural de Campo Bom e um dos fundadores da Associação Pró-Memória da cidade
Última atualização: 25/07/2024 09:37
É com um sorriso no rosto que o historiador e industriário aposentado Roberto Atkinson, 54 anos, fala dos encontros de família. Oriundo dos Kochenborger pelo lado da mãe, os descendentes costumam se encontrar a cada dois anos para manter os laços e relembrar os fatos que remontam à chegada do primeiro imigrante.
Foi em 1826 que Lorenz Kochenborger chegou ao Brasil, dando início à história que hoje é lembrada por Roberto. Um dos encontros que o morador de Campo Bom mais gostou foi em Campo do Meio, interior de Montenegro, onde mais de 500 pessoas se reuniram em 2005.
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Apaixonado pela história, ele é um dos fundadores da Associação Pró-Memória de Campo Bom, que surgiu em 2004. Também participa do Instituto de Genealogia e Imigração e da Academia de Letras dos Municípios do Estado.
Já contribuiu com várias obras que tratam do assunto da imigração e está escrevendo um livro sobre a história da família. Além disso, atua junto ao Clube 15 de Novembro.
Detalhe curioso em sua origem
Apesar de dedicar parte do seu tempo para preservar as memórias da imigração, o historiador carrega uma curiosidade na sua origem.
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O seu sobrenome é originário do Reino Unido, herdado de Alexander Atkinson, que veio da Escócia para o Brasil em 1871 possivelmente para trabalhar na ferrovia. Inclusive, o seu trisavô fez um curso de quiropraxia por correspondência nos Estados Unidos, sendo um dos pioneiros nesta área. Conquistou um diploma de quiropraxista em 1919.
Outro detalhe é que seu avô, Osvaldo Atkinson, natural de Montenegro, mas com atuação em Campo Bom, estudava para ser pastor luterano e foi enviado para a Alemanha. Lá conheceu o amor da sua vida e se casou com Frida Strudz, que depois veio para o Brasil. “Sempre gostei de história desde pequeno e meu avô me contava várias”, conta.
Por isso, pesquisar as origens e descobrir as histórias ligadas à família é um exercício de redescoberta. “É o Heimat, é como se anos depois se voltasse para lá”, explica.
Aliás, isso Roberto faz como voluntário no Espaço Cultural Doutor Liberato, em Campo Bom. No local que um dia foi uma estação de trem, ele recebe grupos de estudantes e compartilha os fatos que marcaram a história do município, muitos deles relacionados à imigração alemã.
“Se não fosse a imigração, eu seria diferente e não ia me sentir tão bem”, reflete.