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BICENTENÁRIO

IMIGRAÇÃO ALEMÃ: Ana Lúcia é uma voluntária pelo patrimônio histórico

Ela é prima de Harold Bauer, que dá nome a museu em Taquara

Débora Ertel
Publicado em: 25/07/2024 às 10h:57 Última atualização: 25/07/2024 às 11h:02
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Ana Lúcia Holmer Bauer Schweitzer, 73 anos, faz parte do grupo de fiéis depositários de um tesouro, quase que escondido, na área central de Taquara. Casada, mãe de quatro filhos e com sete netos, ela integra a Associação Amigos do Museu de História da Tecnologia Harold Alberto Bauer.

Ana Lúcia integra a Associação Amigos do Museu de História da Tecnologia Harold Alberto Bauer | abc+



Ana Lúcia integra a Associação Amigos do Museu de História da Tecnologia Harold Alberto Bauer

Foto: Débora Ertel/GES-Especial

É conhecida em Taquara por seu envolvimento na preservação do patrimônio histórico da cidade. Mestre Bauer, como ficou conhecido o professor falecido em 2010 que dá nome ao museu, era primo de Ana Lúcia.

O espaço foi criado em 2014 e funciona junto à Escola Técnica Monteiro Lobato (Cimol), onde Bauer foi o primeiro diretor, além de professor por mais de cinquenta anos. Apesar de ter um acervo rico, com mais de 3 mil itens, é visitado por poucos.

Ocorre que o local não tem funcionários. Ana é uma das pessoas que se dispõem a abrir o museu e dividir a história de cada peça com os visitantes. “A imigração faz parte totalmente da minha vida”, declara.

Ela conta que Bauer recebeu diversas doações de objetos que pertenceram aos primeiros imigrantes, como uma furadeira de madeira, movida a pedal, e ferramentas para produção de calçados. Além disso, adquiriu tantos outros equipamentos com recursos próprios.

Para Ana, é preciso preservar a história do passado. “Para mostrar ao futuro de onde viemos, onde estamos e para onde iremos”, diz.

Museu de História da Tecnologia Harald Alberto Bauer, Cimol de Taquara  | abc+



Museu de História da Tecnologia Harald Alberto Bauer, Cimol de Taquara

Foto: Débora Ertel/GES-Especial

Ela conta que não há muitos hábitos ou costumes dos imigrantes que fazem parte da sua rotina, como a língua ou a gastronomia, por exemplo. Já com o primo Bauer, que era neto de alemães, ela garante que era diferente. “Mais espírito de alemão do que de brasileiro. Tanto que 80% das peças daqui do museu têm a ver com a Alemanha”, observa.

A moradora de Taquara destaca uma característica marcante, herança da imigração. “Eles nos ensinaram a ética e a responsabilidade. Essa etnia é muito forte aqui nesta região. É uma genética que busca preservar a nossa história”, avalia. Taquara faz parte da antiga colônia Santa Maria do Mundo Novo, fundada em 1846.

Ana lembra que quando criança brincava de andar correndo atrás das carroças, divertimento que não faz mais parte do cotidiano das crianças. “Antes os pais tinham que brigar pra gente entrar. Agora tem que brigar para as crianças saírem”, comenta.

Por fim, ela diz que deseja preservar a história para os netos. “Pois isso é importante.”

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