FEZ A 'LIÇÃO DE CASA'
Igrejinha conteve a dengue depois de explosão de casos no ano passado
Ações de controle do mosquito mudaram o cenário um ano depois. Número de casos caiu mais de 97% na comparação com o mesmo período de 2022
Última atualização: 25/01/2024 14:52
O aumento explosivo de casos de dengue em Igrejinha assustou todo o Estado em 2022. O avanço rápido da doença logo após o carnaval fez com que a Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS) colocasse o Estado em alerta máximo para dengue em documento publicado no mês de abril. Mas antes mesmo do alerta, a cidade do Vale do Paranhana, com cerca de 37 mil habitantes, despontava como a detentora dos maiores índices de infecção no Rio Grande do Sul.
Em 21 de março do ano passado, a cidade já era considerada em surto. Do começo do ano até aquele momento eram 696 pessoas com a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, segundo dados da prefeitura. Destas, em torno de 70 ainda estavam com dengue naquele período e sete, internadas na cidade em função da doença. A cidade encontrou alternativas de combater o mosquito transmissor da doença e diminuiu drasticamente o número de registros.
Um ano depois, o cenário mudou. De acordo com dados do boletim epidemiológico do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS-RS), ao comparar as semanas 9 do boletim do ano passado e deste, períodos entre o final de fevereiro e começo de março, a queda de registros de novos casos chega a 97,06% em Igrejinha, de 375 para nove casos.De acordo com o secretário de Saúde, Vinicio Wallauer, a explosão no número de infecções de dengue se deu por causa da pandemia de Covid-19, quando a fiscalização dos focos do mosquito ficou comprometida. "Com o isolamento social, os agentes de combate a endemias deixaram de entrar na casa das pessoas para fazer o trabalho de fiscalização de focos de criadouros dos ovos do mosquito", admite.
Sintomas e recuperação lenta
A dengue provoca febre alta e dores nas articulações e inflamação nas mãos, punhos, joelhos e tornozelos. Esses sintomas, muitas vezes, impedem os pacientes de trabalhar. Os sinais podem agravar, ocasionando o extravasamento de plasma ou hemorragias que podem levar a pessoa ao choque grave e morte.
Tiago Rafael Petzinger, 36 anos, está nas estatísticas do surto no ano passado. O morador de Igrejinha contraiu dengue em abril e, assim como familiares e amigos, a recuperação foi lenta. Mesmo com sintomas leves, o consultor técnico teve que se afastar por 15 dias do trabalho. “Já tinha ouvido falar muito da dengue porque alguns amigos e familiares já haviam contraído a doença. Mas foi um susto mesmo assim. Tive febre alta, calafrios, fraqueza extrema e coceira pelo corpo” , relata.
Diversas ações foram adotadas
Após a explosão de casos, desde março de 2022, a prefeitura de Igrejinha realiza ações diárias de controle e prevenção contra a proliferação do mosquito. "Desde o ano passado estão sendo realizados trabalhos de campo diariamente, para detectar, analisar e eliminar focos do mosquito e a cada 15 dias é realizada uma ação de 'desapega', que consiste em um mutirão de limpeza e conscientização", comenta secretário.
Com a urgência de controlar a dengue, os agentes de combate a endemias voltaram a entrar na casa das pessoas, não só para fiscalizar, mas também para passar orientações. "Tão logo recebemos a confirmação dos primeiros casos de dengue no ano passado, iniciou um trabalho de combate ao mosquito e uma ampla campanha de conscientização. O atendimento aos pacientes que contraíram a doença e o monitoramento deles e de familiares também foram prioritários. Contratamos sete novos agentes de endemias e adquirimos equipamentos para realização de bloqueios químicos", detalha Wallauer. Isso inclui um pulverizador para espalhar larvicida pela cidade. O serviço é feito duas vezes por semana pelo Corpo de Bombeiros.
Todas as Unidades de Saúde e o Hospital Bom Pastor realizam testes rápidos de detecção da dengue em pacientes que apresentem os sintomas, o que possibilita mais agilidade nas ações de bloqueio.
Município criou lei para combater a proliferação do Aedes aegypti
Entre as ações desenvolvidas pela Prefeitura está a implantação do Programa Municipal de Prevenção e Combate ao Mosquito Aedes aegypti. A lei que criou o programa entrou em vigor em novembro do ano passado e foi elaborada para dar respaldo ao trabalho dos agentes de combate a endemias e à Vigilância Sanitária. A medida, além de possibilitar a entrada forçada em imóveis fechados ou abandonados que apresentem criadouros do mosquito, permite a aplicação de multa aos os proprietários.
Conforme o prefeito Leandro Horlle, o protocolo de ação dos agentes foi alterado com a nova legislação: "Agora, consiste em notificar os proprietários, seja por contato direto ou por algum aviso diretamente no imóvel. Se não houver resposta, os agentes estão aptos a entrarem forçadamente e fazer o trabalho de limpeza e eliminação dos focos. Os responsáveis que não providenciarem a resolução também ficam passíveis de multa", detalha o prefeito.
Outra modificação estabelecida pela lei é referente aos cemitérios. Desde novembro é proibida a utilização de vasos ou recipientes que acumulem água nestes locais. "Tínhamos muitos casos. O pessoal até virava a água, mas não podia eliminar os recipientes. Com a lei, estamos aptos a retirar esse material", observa.
O aumento explosivo de casos de dengue em Igrejinha assustou todo o Estado em 2022. O avanço rápido da doença logo após o carnaval fez com que a Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS) colocasse o Estado em alerta máximo para dengue em documento publicado no mês de abril. Mas antes mesmo do alerta, a cidade do Vale do Paranhana, com cerca de 37 mil habitantes, despontava como a detentora dos maiores índices de infecção no Rio Grande do Sul.
Em 21 de março do ano passado, a cidade já era considerada em surto. Do começo do ano até aquele momento eram 696 pessoas com a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, segundo dados da prefeitura. Destas, em torno de 70 ainda estavam com dengue naquele período e sete, internadas na cidade em função da doença. A cidade encontrou alternativas de combater o mosquito transmissor da doença e diminuiu drasticamente o número de registros.
Um ano depois, o cenário mudou. De acordo com dados do boletim epidemiológico do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS-RS), ao comparar as semanas 9 do boletim do ano passado e deste, períodos entre o final de fevereiro e começo de março, a queda de registros de novos casos chega a 97,06% em Igrejinha, de 375 para nove casos.De acordo com o secretário de Saúde, Vinicio Wallauer, a explosão no número de infecções de dengue se deu por causa da pandemia de Covid-19, quando a fiscalização dos focos do mosquito ficou comprometida. "Com o isolamento social, os agentes de combate a endemias deixaram de entrar na casa das pessoas para fazer o trabalho de fiscalização de focos de criadouros dos ovos do mosquito", admite.
Sintomas e recuperação lenta
A dengue provoca febre alta e dores nas articulações e inflamação nas mãos, punhos, joelhos e tornozelos. Esses sintomas, muitas vezes, impedem os pacientes de trabalhar. Os sinais podem agravar, ocasionando o extravasamento de plasma ou hemorragias que podem levar a pessoa ao choque grave e morte.
Tiago Rafael Petzinger, 36 anos, está nas estatísticas do surto no ano passado. O morador de Igrejinha contraiu dengue em abril e, assim como familiares e amigos, a recuperação foi lenta. Mesmo com sintomas leves, o consultor técnico teve que se afastar por 15 dias do trabalho. “Já tinha ouvido falar muito da dengue porque alguns amigos e familiares já haviam contraído a doença. Mas foi um susto mesmo assim. Tive febre alta, calafrios, fraqueza extrema e coceira pelo corpo” , relata.
Diversas ações foram adotadas
Após a explosão de casos, desde março de 2022, a prefeitura de Igrejinha realiza ações diárias de controle e prevenção contra a proliferação do mosquito. "Desde o ano passado estão sendo realizados trabalhos de campo diariamente, para detectar, analisar e eliminar focos do mosquito e a cada 15 dias é realizada uma ação de 'desapega', que consiste em um mutirão de limpeza e conscientização", comenta secretário.
Com a urgência de controlar a dengue, os agentes de combate a endemias voltaram a entrar na casa das pessoas, não só para fiscalizar, mas também para passar orientações. "Tão logo recebemos a confirmação dos primeiros casos de dengue no ano passado, iniciou um trabalho de combate ao mosquito e uma ampla campanha de conscientização. O atendimento aos pacientes que contraíram a doença e o monitoramento deles e de familiares também foram prioritários. Contratamos sete novos agentes de endemias e adquirimos equipamentos para realização de bloqueios químicos", detalha Wallauer. Isso inclui um pulverizador para espalhar larvicida pela cidade. O serviço é feito duas vezes por semana pelo Corpo de Bombeiros.
Todas as Unidades de Saúde e o Hospital Bom Pastor realizam testes rápidos de detecção da dengue em pacientes que apresentem os sintomas, o que possibilita mais agilidade nas ações de bloqueio.
Município criou lei para combater a proliferação do Aedes aegypti
Entre as ações desenvolvidas pela Prefeitura está a implantação do Programa Municipal de Prevenção e Combate ao Mosquito Aedes aegypti. A lei que criou o programa entrou em vigor em novembro do ano passado e foi elaborada para dar respaldo ao trabalho dos agentes de combate a endemias e à Vigilância Sanitária. A medida, além de possibilitar a entrada forçada em imóveis fechados ou abandonados que apresentem criadouros do mosquito, permite a aplicação de multa aos os proprietários.
Conforme o prefeito Leandro Horlle, o protocolo de ação dos agentes foi alterado com a nova legislação: "Agora, consiste em notificar os proprietários, seja por contato direto ou por algum aviso diretamente no imóvel. Se não houver resposta, os agentes estão aptos a entrarem forçadamente e fazer o trabalho de limpeza e eliminação dos focos. Os responsáveis que não providenciarem a resolução também ficam passíveis de multa", detalha o prefeito.
Outra modificação estabelecida pela lei é referente aos cemitérios. Desde novembro é proibida a utilização de vasos ou recipientes que acumulem água nestes locais. "Tínhamos muitos casos. O pessoal até virava a água, mas não podia eliminar os recipientes. Com a lei, estamos aptos a retirar esse material", observa.
Em 21 de março do ano passado, a cidade já era considerada em surto. Do começo do ano até aquele momento eram 696 pessoas com a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, segundo dados da prefeitura. Destas, em torno de 70 ainda estavam com dengue naquele período e sete, internadas na cidade em função da doença. A cidade encontrou alternativas de combater o mosquito transmissor da doença e diminuiu drasticamente o número de registros.
Um ano depois, o cenário mudou. De acordo com dados do boletim epidemiológico do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS-RS), ao comparar as semanas 9 do boletim do ano passado e deste, períodos entre o final de fevereiro e começo de março, a queda de registros de novos casos chega a 97,06% em Igrejinha, de 375 para nove casos.De acordo com o secretário de Saúde, Vinicio Wallauer, a explosão no número de infecções de dengue se deu por causa da pandemia de Covid-19, quando a fiscalização dos focos do mosquito ficou comprometida. "Com o isolamento social, os agentes de combate a endemias deixaram de entrar na casa das pessoas para fazer o trabalho de fiscalização de focos de criadouros dos ovos do mosquito", admite.