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NOVIDADE NO NITERÓI

Igreja Ucraniana recebe novo padre em Canoas

Nascido nos Estados Unidos e criado no Paraguai, Richard já prepara a missa do domingo de Páscoa

Juliano Piasentin
Publicado em: 07/04/2023 às 13h:00 Última atualização: 01/03/2024 às 08h:39
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Depois de quase três anos sem um sacerdote fixo, a Igreja Ortodoxa Santíssima Trindade, situada no bairro Niterói, em Canoas, voltou a ter um padre na comunidade. Richard Semeniuk, 29 anos, viajou o mundo até chegar a Canoas. Nasceu em Los Angeles, nos Estados Unidos, passou 20 anos morando no Paraguai, estudou na Sérvia, se casou na Bielorrússia e há uma semana está no Rio Grande do Sul.

 Richard Semeniuk, 29 anos - Novo padre em Igreja Ucraniana de Canoas



Richard Semeniuk, 29 anos – Novo padre em Igreja Ucraniana de Canoas

Foto: Juliano Piasentin/ GES-Especial

Segundo Oliana Reszetiuk, que presta trabalho voluntário na igreja, Richard chega para substituir o Padre Gregório. “Ele ficou nove anos conosco, seis fisicamente e mais três de forma remota.” A partir deste domingo (2), Richard teve pela frente sua primeira missa. “Neste início será um pouco em português e um pouco em espanhol. Futuramente espero me tornar fluente em português.” A recepção, segundo o padre, foi a melhor possível. “Todos nos trataram muito bem.”

Início na religião

Ortodoxo de nascimento, já que seus avós maternos são ucranianos, Richard começou a frequentar a igreja aos poucos. “Não frequentava muito a igreja mesmo vivendo quase em frente à paróquia.” Depois de um tempo, começou a demonstrar mais interesse. “Um sacerdote me perguntou porque não ia. Fui curioso, comecei a perguntar, questionar e gostar cada vez mais.”

A partir deste momento, cada vez mais participativo, Richard se tornou hipodiácono, uma espécie de sacerdote do baixo clero. “Tinha a função de arrumar a igreja, ler durante as missas, cantar no coral.” Ao conhecer mais, veio a vontade de ajudar mais a população na América do Sul.

Para tornar-se sacerdote, Richard se mudou para a Europa, onde passou a estudar na Sérvia. “Então foi oferecida uma bolsa de estudos em teologia e aceitei.”

Casamento e vinda ao Brasil

Foi na Sérvia que Richard conheceu sua esposa, com quem é casado há dois anos. Ele e Anna Kozlova, 23 anos, se casaram na Bielorrússia, país natal da amada. “Nós sacerdotes ortodoxos podemos nos casar. Ela também é ortodoxa e trabalhava como advogada.”

De acordo com o padre, os sacerdotes se casam e assim podem auxiliar as comunidades com suas experiências de vida. “Podemos aconselhar sobre matrimônio, por exemplo, conseguimos entender os problemas das pessoas.”

Após se formar em teologia e se casar, Richard voltou para o Paraguai, na cidade de Itapuã, fronteira com a Argentina. “Me tornei sacerdote em agosto de 2022 e em outubro me avisaram que precisavam de um padre aqui em Canoas.”

Richard afirma que atuar em uma paróquia na América do Sul sempre foi um sonho. “Agora posso ajudar o povo daqui, era um desejo meu.” Na Paróquia Santíssima Trindade, uma das metas do padre é introduzir a catequese, além de aulas de piano lecionadas pela esposa. “Queremos aproximar a comunidade da igreja, isso é o mais importante.” A partir daí, a decisão foi facilitada.

Proximidade com a cultura

A decisão de morar no Brasil foi conjunta, Richard não definiu sozinho e contou com o apoio da eposa. “Estou mais acostumado com brasileiros, o idioma não é tão diferente, já que temos muitas palavras similares. Além da cultura, eu preciso apenas da erva-mate moída grossa para meu mate ou terêre e está tudo bem.”

Já para Anna a dificuldade é maior. “O idioma é bem diferente, a família e amigos dela estão na Bielorrússia e agora está mais complicado de viajar. Mas seremos felizes aqui.”

"Queremos a paz na Ucrânia"

Richard afirma que ele e a esposa não possuem preferência política. E que se preocupam com a
continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia. “Estamos sempre em oração por nossos irmãos
da Ucrânia. Foi aquele país que nos trouxe até aqui, por nossos descendentes.” O padre também cita outros países, como o Kosovo, que passa por conflitos. “Queremos a paz mundial, não só dos países considerados ortodoxos.”

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