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OBRA MILIONÁRIA

Igreja centenária vai ser restaurada em Campo Bom

Estrutura atual data de 1851 e foi usada nas aulas que alfabetizaram os primeiros moradores do local onde hoje é o município

Publicado em: 30/10/2024 às 03h:00 Última atualização: 30/10/2024 às 08h:34
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Tudo começou com uma capelinha de madeira em 1828, utilizada para os encontros da comunidade evangélica recém-chegada com os primeiros imigrantes alemães ao Vale do Sinos. Depois, com a necessidade de ampliação pelo maior número de moradores e a utilização para aulas, principalmente na fase de alfabetização, foi construído um prédio em alvenaria em 1851.

Vista externa da Antiga Igreja Evangélica de Campo Bom | abc+



Vista externa da Antiga Igreja Evangélica de Campo Bom

Foto: Weslei Fillmann/Especial

Agora, o Templo da Comunidade da Trindade da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, de Campo Bom, conhecido como a antiga Igreja Evangélica, entre as Avenidas Brasil e São Leopoldo, vai receber a sua maior restauração em mais de 170 anos de história.

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A comunidade foi contemplada com R$ 451 mil da Secretaria Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, recurso que será utilizado para criar projetos e arrecadar fundos para a revitalização do histórico edifício, tombado em 2020 pelo poder municipal. A obra deve iniciar em 2025 e, a partir de uma série de etapas, ser concluída até 2030.



 

Integrante da comunidade evangélica de Campo Bom e presidente da mesma entre 2019 e 2022, Ricardo Blos conta que, no primeiro ano à frente do grupo, devido ao mau estado de conservação da estrutura, com parte do telhado cedendo e goteiras, um grupo de pessoas se reuniu para fazer a reforma da igreja. No entanto, esse projeto foi deixado de lado e um de restauração foi iniciado. “Foi iniciado o processo de tombamento do prédio antigo, tornando-o patrimônio histórico de Campo Bom”, comenta Blos, que liderou o movimento junto ao governo municipal para obter a classificação para a igreja.

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Antiga sala de aula e base para o Colégio Sinodal Tiradentes

A igreja foi utilizada pelo Colégio Sinodal Tiradentes, no início das atividades, como sala de aula. Segundo Ricardo Blos, por ser uma instituição antiga, instruiu milhares de pessoas, principalmente nos primeiros ensinamentos, como a alfabetização, moldando a comunidade de Campo Bom.

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A ideia é utilizar a igreja, assim que completamente reformada, para a realização de eventos culturais e até casamentos. Ricardo destaca, inclusive, que não será exclusivo para os evangélicos luteranos, mas para todos os credos. “Queremos fazer deste espaço um uso da comunidade geral. Por ser um local bonito, pequeno e aconchegante, com uma ótima acústica, os casais poderão alugar a igreja. Queremos tornar o local autossustentável”, avalia Ricardo.

Além da Igreja, outro local que será restaurado em Campo Bom será o Museu Histórico. Novidades serão divulgadas em breve.

Qual o custo total da restauração?

O valor total para restauro da estrutura deve girar em torno de R$ 6 milhões, sendo os R$ 451 mil apenas para a primeira parte da obra, que é possibilitar a confecção de novos projetos do restauro, para buscar mais verbas. “A parte mais precária é o teto, o qual deve ser revitalizado primeiro”, avalia Blos. Outros problemas estruturais incluem os vitrais, que estão sendo esmagados pelas antigas paredes, com visíveis calombos se formando nos vidros.

O processo de restauro vai passar pelas mãos da produtora Simples Assim. A empresa vai planejar os próximos projetos que buscam a arrecadação junto às iniciativas públicas e privadas. “A igreja não possuía, no CNPJ, a identificação de assistência cultural, sendo filantrópica religiosa. Isso também foi resolvido por meio de parceria com a Fundação Cultural de Campo Bom, comunidade local e a Prefeitura, ainda em 2021”, valoriza Ricardo Blos.

O presidente da Fundação Cultural, Solandir José de Oliveira, comenta que tem orgulho do projeto passar pelas mãos da fundação, mas ainda mais pelo que vai representar, para o município e região, ter a antiga igreja revitalizada. “É um resgate e homenagem aos imigrantes alemães. Quando a restauração estiver completa, todos serão beneficiados. Além de local cultural, teremos um atrativo turístico em nossa região”, afirma Oliveira.

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