CENSO 2022
IBGE: Número de crianças com até 5 anos cresce em 27 municípios da região, apesar de queda no RS
Em Araricá, de 2010 para 2022 o número de pessoas nesta faixa etária aumentou 72,8%
Última atualização: 09/08/2024 13:50
Além de apurar os dados sobre os registros de nascimento, divulgados nesta manhã (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Censo 2022 mostrou que a quantidade de crianças de até 5 anos aumentou em 27 cidades da região. Apesar disso, a quantidade de pessoas nesta faixa etária nos 43 municípios de cobertura do Grupo Sinos diminuiu em 4,71%, sendo 143.590 em 2010 e 136.825, em 2022.
No Rio Grande do Sul, a queda foi superior, com quase 6%, sendo que o Estado tinha 783.961 crianças com até 5 anos em 2010 e 740.024 em 2022. Na região, 17 municípios tiveram queda, com Esteio registrando o maior índice negativo - redução de 18,41%.
Em contrapartida, teve cidade que registrou um crescimento nesta faixa etária da população muito expressivo. O destaque é Araricá, a cidade da região que mais aumentou o número de moradores de 2010 para 2022. Na cidade, cresceu em 72,82% a quantidade de crianças de até 5 anos.
LEIA MAIS: IBGE: 444 crianças até 5 anos não tinham registro em cartório na região; veja números e o impacto
Na segunda colocação está Pareci Novo, no Vale do Caí, com acréscimo de 57,36%. Na região, em relação a 2010, o IBGE apurou 27 municípios com mais crianças de até 5 anos.
Já a lista de cidades onde há menos pequenos, apresentam os maiores decréscimos Capela de Santana (-16,53%), São José do Hortêncio (-15,49%), Novo Hamburgo (-15,43), Sapucaia do Sul (-13,09%), Nova Hartz (-12,15%) e Canoas (-10,12%). No caso de Portão, a variação foi de menos 0,67% nos nascimentos.
Outro dado interessante trazido pelo Censo 2022 é que crianças nesta faixa etária representam 7,09% da população total da região, que é de 1,92 milhão de habitantes. No Rio Grande do Sul, são 740 mil, ou seja, 6,79% dos gaúchos.
CLIQUE NESTE LINK PARA SE INSCREVER NA NEWSLETTER DO ABCMAIS
Por números totais, Canoas (cidade mais populosa da região) é a que tem a população infantil maior nesta faixa etária, somando 23.679. Já em Presidente Lucena (município com menor população, onde vivem 3.077 pessoas), os pequenos até 5 anos, segundo Censo, eram 226, com 36 bebês até um 1 ano.
Agora quando se analisam os números proporcionais, a realidade é outra. Nova Santa Rita, que tem 29 mil moradores, somava 2.408 crianças até 5 anos, um índice de 8,29% do total. Este é o maior percentual da região de cobertura do Grupo Sinos. São Leopoldo somou 7,37%; Novo Hamburgo, 6,69%; Canoas, 6,81%; e Gramado, 7,12%.
VEJA TAMBÉM: FGTS: Aprovada distribuição do lucro de R$ 15,19 bilhões; saiba como calcular quanto você deve receber
Na ponta inversa da tabela, São José do Hortêncio (4.447 habitantes) é a que tem o menor percentual de crianças pequenas: 5,64% dos moradores. Em 2010, o município tinha 297 crianças nesta faixa etária e, em 2022, 251 - ou seja, teve uma queda superior a 15%.
A cidade ainda ocupa a quarta colocação em população de idosos na região, com 22,28%. Imbé é quem tem maior quantidade de moradores a partir de 60 anos, com 24,71%; Santa Maria do Herval, 23,2%; e Morro Reuter, 22,17%.
Diminuição de crianças terá consequências
José Antônio Ribeiro de Moura, economista e professor da Universidade Feevale, pondera que o envelhecimento é uma tendência mundial, uma consequência de uma melhor qualidade de vida.
Do mesmo modo, é a mudança de comportamento que impactou na configuração de família, com os casais optando em não ter filhos ou com número reduzido de herdeiros. “Isso é muito em razão de um quadro de incerteza e uma certa negatividade quanto ao futuro. Está na cabeça das pessoas que o mundo era melhor antes”, comenta.
Mas Moura chama atenção que o fato de ter menos nascimentos vai impactar na economia e o Brasil poderá enfrentar o mesmo cenário da Europa, que tem uma população envelhecida e que já faz campanhas para os casais terem mais filhos.
Por isso, ele destaca que o governo deveria se apropriar dos dados do IBGE e fazer um diagnóstico da situação, de modo a fazer um planejamento, com políticas públicas voltadas ao bem-estar social.