INVESTIGAÇÃO
'Houve negligência com meu filho', diz mãe de um dos dois mortos em penhasco de Novo Hamburgo
Jovem tinha fugido há seis dias de clínica para dependentes químicos com outro interno. Local afirma ter tomado todas as providências
Última atualização: 25/01/2024 09:15
Os dois homens encontrados mortos na manhã desta quinta-feira (23) em mata fechada no bairro Vila Diehl, em Novo Hamburgo, estavam há quase seis dias desaparecidos de uma clínica para dependentes químicos da cidade. Os corpos tinham várias fraturas e cortes, possivelmente em razão de queda de um penhasco de 20 metros de altura, quase no limite com Dois Irmãos.
A Polícia Civil aguarda o resultado da perícia para confirmar os nomes. A reportagem apurou que são Leonard de Oliveira Davila, 23 anos, de Parobé, e Filipe de Almeida Juvencio, 36, de Sapucaia do Sul. “Houve negligência com meu filho”, diz a mãe de Leonard, a comerciante Lenilda de Oliveira Davila, referindo-se ao Centro Terapêutico Reviver, onde os homens estavam internados. O local afirma que tomou as providências necessárias.
Segundo a clínica, a ausência dos dois internos foi percebida por volta das 18 horas da sexta-feira da semana passada, dia 17. “Foi uma irresponsabilidade fugir na escuridão. Não sabíamos que havia penhasco ali onde os corpos foram localizados”, comenta o supervisor da instituição, que pede para não ser identificado. Ele acredita que a evasão tenha se dado por crise de abstinência. "Foram só com a roupa do corpo, porque não podem sair por conta própria. Os documentos e outros pertences ficam na administração.”
Decomposição
O supervisor afirma que avisou os familiares na mesma noite. No dia seguinte, fez ocorrência policial do desaparecimento. “Providenciamos buscas aqui nas proximidades e nas cidades dos dois internos.” Segundo ele, após a informação surgida nesta quarta-feira de um morador do bairro sobre cheiro forte em mata a um quilômetro da clínica, com acesso pela Rua Engenheiro Jorge Schury, a procura se intensificou na área.
“Um monitor nosso saiu de manhã cedo nesta quinta e, infelizmente, viu que eram os corpos deles, já em avançado estado de decomposição. Acionamos Samu e Polícia.” Os cadáveres foram removidos por volta das 11 horas ao Instituto Médico-Legal, em Porto Alegre.
“Pedimos para ficar de olho nele”, frisa mãe
O jovem de Parobé estava há três dias na clínica, após alta do Hospital Municipal de Novo Hamburgo, onde chegou a ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por causa de overdose. “Meu filho já tinha passado antes pela clínica e não queria retornar, mas era a melhor alternativa que vimos para a situação dele. Como havia manifestado a intenção de fugir, pedimos ao supervisor para ficar de olho nele. A gente mantinha contato permanente para saber como o Leonard estava”, conta a mãe, que reitera a acusação de negligência. “O resultado são dois corpos.”
Lenilda diz que a família fazia de tudo para tirar Leonard do vício em crack, por meio de tratamentos e conselhos. “Ele começou aos 19 anos, mas só descobrimos um ano depois. É complicado. Meu filho era um menino muito bom. Evitava discussão, nunca se envolveu em briga e gostava de ajudar as pessoas.” Na clínica, Leonard fez amizade com Filipe, que estava há dois meses e 17 dias em tratamento por uso de cocaína.
Principal linha é de acidente, diz delegada
A delegada de Homicídios de Novo Hamburgo, Clarissa Demartini, declara que a principal linha de investigação aponta para morte acidental. No entanto, é cautelosa ao observar que se trata de uma primeira análise, baseada em informações preliminares, e que ainda não pode afirmar que as vítimas são os dois desaparecidos sob argumento de precisar aguardar a identificação pela perícia.
“A gente tem o encontro de dois corpos de homens, com marcas de lesão combinadas às características do terreno, e sem sinais de disparo de arma de fogo ou golpe de faca, o que sugere que pode ter sido acidental. Mas ainda não posso afirmar como morreram. A perícia vai confirmar.” Clarissa acrescenta que vai ouvir funcionários da clínica e familiares das vítimas.
Os dois homens encontrados mortos na manhã desta quinta-feira (23) em mata fechada no bairro Vila Diehl, em Novo Hamburgo, estavam há quase seis dias desaparecidos de uma clínica para dependentes químicos da cidade. Os corpos tinham várias fraturas e cortes, possivelmente em razão de queda de um penhasco de 20 metros de altura, quase no limite com Dois Irmãos.
A Polícia Civil aguarda o resultado da perícia para confirmar os nomes. A reportagem apurou que são Leonard de Oliveira Davila, 23 anos, de Parobé, e Filipe de Almeida Juvencio, 36, de Sapucaia do Sul. “Houve negligência com meu filho”, diz a mãe de Leonard, a comerciante Lenilda de Oliveira Davila, referindo-se ao Centro Terapêutico Reviver, onde os homens estavam internados. O local afirma que tomou as providências necessárias.
Segundo a clínica, a ausência dos dois internos foi percebida por volta das 18 horas da sexta-feira da semana passada, dia 17. “Foi uma irresponsabilidade fugir na escuridão. Não sabíamos que havia penhasco ali onde os corpos foram localizados”, comenta o supervisor da instituição, que pede para não ser identificado. Ele acredita que a evasão tenha se dado por crise de abstinência. "Foram só com a roupa do corpo, porque não podem sair por conta própria. Os documentos e outros pertences ficam na administração.”
Decomposição
O supervisor afirma que avisou os familiares na mesma noite. No dia seguinte, fez ocorrência policial do desaparecimento. “Providenciamos buscas aqui nas proximidades e nas cidades dos dois internos.” Segundo ele, após a informação surgida nesta quarta-feira de um morador do bairro sobre cheiro forte em mata a um quilômetro da clínica, com acesso pela Rua Engenheiro Jorge Schury, a procura se intensificou na área.
“Um monitor nosso saiu de manhã cedo nesta quinta e, infelizmente, viu que eram os corpos deles, já em avançado estado de decomposição. Acionamos Samu e Polícia.” Os cadáveres foram removidos por volta das 11 horas ao Instituto Médico-Legal, em Porto Alegre.
“Pedimos para ficar de olho nele”, frisa mãe
O jovem de Parobé estava há três dias na clínica, após alta do Hospital Municipal de Novo Hamburgo, onde chegou a ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por causa de overdose. “Meu filho já tinha passado antes pela clínica e não queria retornar, mas era a melhor alternativa que vimos para a situação dele. Como havia manifestado a intenção de fugir, pedimos ao supervisor para ficar de olho nele. A gente mantinha contato permanente para saber como o Leonard estava”, conta a mãe, que reitera a acusação de negligência. “O resultado são dois corpos.”
Lenilda diz que a família fazia de tudo para tirar Leonard do vício em crack, por meio de tratamentos e conselhos. “Ele começou aos 19 anos, mas só descobrimos um ano depois. É complicado. Meu filho era um menino muito bom. Evitava discussão, nunca se envolveu em briga e gostava de ajudar as pessoas.” Na clínica, Leonard fez amizade com Filipe, que estava há dois meses e 17 dias em tratamento por uso de cocaína.
Principal linha é de acidente, diz delegada
A delegada de Homicídios de Novo Hamburgo, Clarissa Demartini, declara que a principal linha de investigação aponta para morte acidental. No entanto, é cautelosa ao observar que se trata de uma primeira análise, baseada em informações preliminares, e que ainda não pode afirmar que as vítimas são os dois desaparecidos sob argumento de precisar aguardar a identificação pela perícia.
“A gente tem o encontro de dois corpos de homens, com marcas de lesão combinadas às características do terreno, e sem sinais de disparo de arma de fogo ou golpe de faca, o que sugere que pode ter sido acidental. Mas ainda não posso afirmar como morreram. A perícia vai confirmar.” Clarissa acrescenta que vai ouvir funcionários da clínica e familiares das vítimas.
A Polícia Civil aguarda o resultado da perícia para confirmar os nomes. A reportagem apurou que são Leonard de Oliveira Davila, 23 anos, de Parobé, e Filipe de Almeida Juvencio, 36, de Sapucaia do Sul. “Houve negligência com meu filho”, diz a mãe de Leonard, a comerciante Lenilda de Oliveira Davila, referindo-se ao Centro Terapêutico Reviver, onde os homens estavam internados. O local afirma que tomou as providências necessárias.
Segundo a clínica, a ausência dos dois internos foi percebida por volta das 18 horas da sexta-feira da semana passada, dia 17. “Foi uma irresponsabilidade fugir na escuridão. Não sabíamos que havia penhasco ali onde os corpos foram localizados”, comenta o supervisor da instituição, que pede para não ser identificado. Ele acredita que a evasão tenha se dado por crise de abstinência. "Foram só com a roupa do corpo, porque não podem sair por conta própria. Os documentos e outros pertences ficam na administração.”
Decomposição