A Fundação de Saúde Pública São Camilo de Esteio (Hospital São Camilo), realizou, na tarde de terça-feira (26), a primeira captação de órgãos para transplante do município de Esteio. A família de uma mulher de 56 anos, que teve morte encefálica constatada após diversos exames, fez a autorização para o procedimento de captação dos rins, realizado com sucesso no bloco cirúrgico da casa de saúde.
A diretora-geral do São Camilo, Ana Boll, destacou que o trabalho, realizado através da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott), foi é um ato de extrema importância para a instituição, pois inicia-se com ele um processo de sensibilização de familiares e de capacitação das equipes profissionais do hospital.
“Termos conseguido identificar um doador, sensibilizar sua família, informar a Organização de Procura de Órgãos (OPO) que faríamos a retirada dos rins, realizar a cirurgia e todo o processo de forma técnica e correta, e em tempo oportuno, nos coloca na rede do Sistema Único de Saúde de forma articulada com os grandes hospitais e com as tecnologias mais modernas”, disse.
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Quando há uma possível captação, autorizada por familiares, a Cihdott entra em contato com a OPO para dar início ao protocolo de possível captação. Após a coleta, realizada por profissionais da OPO, os órgãos e tecidos são enviados para pacientes compatíveis, que aguardam em uma lista única do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Fila
A ordem da lista é importante, mas há outros critérios que também devem ser levados em conta, como o tipo sanguíneo, a gravidade do estado de saúde do paciente que aguarda pelo transplante, a compatibilidade genética e o tamanho do órgão. Entre os exames, é realizado um teste chamado cross-match (prova cruzada), que mistura o sangue do doador e do receptor para verificar se o receptor tem anticorpos contra o doador.
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Trata-se de uma simulação do transplante dentro do laboratório e antes da cirurgia que serve para verificar se haverá possibilidade de rejeição dos órgãos antes da realização do transplante. Depois de todas essas etapas, os órgãos são destinados aos receptores ideais, evitando assim a rejeição.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é, em números absolutos, o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.
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Só em 2023, foram realizados quase 26 mil transplantes de órgãos, tecidos e medula óssea, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Entre janeiro e março de 2024, ocorreram cerca de 6,7 mil cirurgias, sendo mais de 1,3 mil relacionadas ao rim.
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