Eleito em fevereiro, o novo Conselho Diretor da Fundação Hospitalar Doutor Oswaldo Diesel, em Três Coroas, pediu renúncia coletiva do cargo no dia 6 de abril. A saída aconteceu após divergências entre os diferentes conselhos que compõem a administração da fundação e levou à saída da nova diretoria, que tinha mandato até 2026.
Agora ex-presidente do Conselho Diretor, Erni Rinker diz que a decisão foi tomada após os diretores se sentirem impedidos de trabalhar. “No dia 30 (de março) veio um ofício do Ministério Público (MP) aconselhando-me a não demitir nem contratar ninguém, inclusive não podia fazer nenhum contrato e chegamos à conclusão de que não era iríamos trabalhar daquele jeito”, resume Rinker.
O desentendimento começou poucos dias após Rinker ser escolhido como presidente do Conselho Diretor. A nova gestão decidiu demitir, em 27 de fevereiro, o administrador do hospital, cargo ocupado por funcionário contratado. A decisão foi questionada então pelo Conselho Curador do hospital, que após uma primeira reunião com os dirigentes foi ao MP pedir para que não fossem feitas mais demissões, nem contratações para o hospital.
Presidente do Conselho Curador, Márcio Port dos Santos diz que no entendimento dele e dos colegas, a demissão do administrador só poderia ser feita com a aprovação do grupo. De acordo com ele, o objetivo ao acionar o MP foi frear novas demissões por parte dos dirigentes eleitos em fevereiro. “Foi colocada a nossa preocupação pela demissão”, afirma Santos, que ainda avalia positivamente o trabalho do ex-funcionário.
Apesar da ação do MP, o administrador demitido não foi reintegrado, e desde fevereiro o hospital funciona sem esse funcionário e, desde 6 de abril, também sem Conselho Diretivo.
Mesmo assim, a Fundação Hospitalar Doutor Oswaldo Diesel, criada em 1982 para administrar o hospital da cidade, garante que os atendimentos seguem sem prejuízo aos pacientes.
Uma reunião do Conselho Consultivo está marcada para sexta-feira (14), caberá a ele aceitar ou não a renúncia do Conselho Diretivo e convocar uma nova eleição. Quem votará nos novos diretores do hospital são justamente os seis membros do Conselho Consultivo. A perspectiva de Santos é que a escolha seja feita até o fim de abril e que os novos diretores assumam no início de maio.
Para Rinker, a orientação do MP impede seu trabalho, o que o levou a desistir do cargo.
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Estrutura administrativa
Três conselhos integram a administração do fundação responsável pela administração do hospital da cidade que possui contratos com o governo municipal para atender a população de Três Coroas. São eles os conselhos Diretor, Curador e Fiscal. O segundo possui seis membros, que serão justamente os responsáveis por votar nos novos diretores.
Qualquer pessoa pode se candidatar ao cargo de presidente do Conselho Administrativo, mas ela precisa compor a chapa com profissionais da área administrativa e contábil.
O hospital possui hoje 57 leitos, sendo 15 de saúde mental, cujo serviço é referência para o Estado, além do serviço de endoscopia e colonoscopia, referência para a região 6 de saúde da 1a Coordenadoria Regional de Saúde (CRS).
Santos avalia como difícil uma reversão, entretanto, entende que uma posição só poderá ser definida após a reunião marcada para a manhã de sexta-feira.